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domingo, janeiro 02, 2022

(05JAN2022) SAUDAMOS OS 71 ANOS DO GRANDE GAITISTA E CANTOR TEXANO KIM WILSON

 





Chico Marques é um iconoclasta
desde a mais tenra idade.
Nascido em Santos em 1960,
estudou Literatura Inglesa
na Universidade de Brasília,
atuou como publicitário
e foi produtor musical
em emissoras de rádio e TV.
Vive na Polinésia Francesa,
onde trabalha como editor
de THE BORA BORA REVIEW
e de ALTO&CLARO.

quarta-feira, abril 26, 2017

PACOTEIRA MUSICAL DE FIM DE SEMANA: GRANT-LEE PHILLIPS, PETE YORN, BOB MOULD, DWIGHT YOAKAM & THE FABULOUS THUNDERBIRDS

por Chico Marques


Dando a largada na nova fase de ALTO&CLARO, que pede desculpas a seus leitores por ter andado meio adormecido nesses últimos meses -- mas agora está de volta, repaginado e revigorado, com postagens às segundas, quartas e sextas.

Às segundas, comentaremos sempre novos relançamentos, antologias, discos tributo e(ou) boxed-sets.

Às quartas, teremos sempre um lançamento importante que esteja chegando -- ou que tenha acabado de chegar -- às lojas de discos, comentado em todos os seus detalhes.

E às sextas traremos nossa Pacoteira Musical de Fim de Semana, que estreia hoje, sempre com 5 novos cds comentados de forma uma pouco mais concisa e ligeira.

Nessa primeira Pacoteira, reunimos 5 trabalhos lançados no final do ano passado que não haviam sido comentados ainda por aqui, e que -- apesar de nossa lerdeza indesculpável -- não merecem de forma alguma passar em branco.

Sejam bem-vindos.

GRANT-LEE PHILLIPS
The Narrows
(Yep Roc US)

O Grant-Lee Buffalo foi uma das bandas mais importantes e influentes do início dos Anos 90. Sob o comando do talentosíssimo Grant-Lee Phillips, a banda emplacou na cena alternativa emergente da época e em menos de 3 anos alcançou as paradas mainstream. Poderia ter ido muito mais além, mas optou por encerrar as atividades no auge. Daí para a frente, Mr. Phillips embarcou numa carreira solo perfil baixo, trabalhando molduras musicais predominante acústicas para suas belas canções. Agora, 21 anos depois de sua estreia solo, ele decide deixar sua California natal e seguir para Nashville, que há muito deixou de ser a Mecca da country music para se transformar um dos redutos musicais mais ecléticos da América. Para surpresa geral, ele ressurge à frente de um quinteto poderoso, totalmente reciclado e repaginado em termos artísticos, nesse “The Narrows”, certamente seu disco solo mais intenso e relevante até agora, que abre perspectivas muito interessantes para sua carreira daqui nos próximos anos. Acreditem: não existe nada mais satisfatório para um comentarista musical (como eu) do que ver e ouvir um grande artista como Grant-Lee Phillips se reinventando e, de quebra, reencontrando sua essência. Um lindo disco.

PETE YORN
Arranging Time
(Capitol US)

A crítica andou torcendo o nariz para o sétimo disco deste simpático e talentoso cantor, compositor e guitarrista de 42 anos, que há sete anos não lançava disco algum. Talvez esperassem que ele fosse voltar à cena com um daqueles discos “divisores de águas”, e se decepcionaram ao vê-lo novamente ao lado do produtor R. Walt Vincent num projeto muito semelhante aos que ele gravava 15 anos atrás. “Arranging Time”, sua estreia na Capitol, é um disco nostálgico e low profile, repleto de ótimas canções que são pequenas obras-primas pop, mas que talvez não sejam suficientemente eloquentes para pegar seus fãs mais ardorosos pelo cangote. Eu, pessoalmente, gostei bastante de “Arranging Time”, acho ótimo Mr. Yorn estar de volta em tão boa forma depois desse sumiço prolongado e não compactuo com a ranhetice dos que malharam o disco. Mais do que isso: acho “Arranging Time” perfeito para apresentar a obra de Pete Yorn aos que ainda não a conhecem.

BOB MOULD
Patch The Sky
(Merge US)

Poucos guitarristas foram mais influentes para os jovens músicos surgidos nos Anos 80 e 90 do que Bob Mould. Suas guitarradas secas, barulhentas e com tonalidades saturadas marcaram a ferro e fogo as consciências dos fãs de suas lendárias bandas Husker Du e Sugar. Desde quando deu o pontapé inicial em sua carreira solo 21 anos atrás, Mr. Mould vem alternando discos eloquentes com outros nem tanto. “Patch The Sky”, seu último trabalho, não se situa em nenhum desses dois extremos. Por mais que suas novas canções sejam todas ótimas, ele peca por adotar arranjos e produção amadores demais, muito aquém da qualidade de seu repertório. Mesmo assim, “Patch The Sky” está longe de ser um fiasco artístico, e não deve desagradar seus admiradores. Só vai irritar um pouco aos que, assim como eu, não entendem essa mania de ser lo-fi sem necessidade aparente.

DWIGHT YOAKAM
Swimmin’ Pools Movie Stars
(Sugar Hill US)

Quando surgiu nos anos 80 ao lado de artistas como Lyle Lovett e K D Lang, Dwight Yoakam resgatou o espírito rebelde de Hank Williams e o situou no universo roqueiro, alternando uma postura revisionista com uma atitude modernoso impecável, que ajudou a forjar o termo Americana e a situar a country music dentro do universo musical pop pós-moderno. Natural de Bakersfield, California, Mr. Yoakam emplacou internacionalmente já em seus 3 primeiros LPs, em composições fantásticas como “Guitars, Cadillacs, etc” e “A Thousand Miles From Nowhere. Agora, 30 anos mais tarde e para surpresa geral, ele dá um giro de 180 graus em sua trajetória musical e apresenta nesse ótimo “Swimmin’ Pools Movie Stars” deliciosas releituras bluegrass para seu repertório mais clássico. O resultado da empreitada é surpreendente. Primeiro, por aproximá-lo ainda mais de seus heróis musicais Hank Williams e Bob Willis. E, em segundo lugar, por mostrar aos fãs mais tradicionalistas do gênero que, depois de 30 anos de excelentes serviços prestados à country music, Mr. Yoakam merece figurar entre os grandes ícones do gênero em todos os tempos. Detalhe: sua releitura bluegrass para "Purple Rain" é certamente a mais original de todas as homenagens feitas a este grande artista pop que nos deixou no ano passado.

FABULOUS THUNDERBIRDS
Strong Like That
(Severn US)

Não se iludam, The Fabulous Thunderbirds não existe mais como banda há muitos anos. Composta por músicos contratados, permanece ativo porque interessa a Kim Wilson: cantor e gaitista extraordinário e frontman dos T-Birds desde o início dos Anos 70. Quando grava um disco de blues, ele assina Kim Wilson. Já quando grava um disco mais híbrido em termos musicais, ele assina The Fabulous Thunderbirds. Em “Strong Like That”, Mr. Wilson alterna uns poucos originais assinados por ele com clássicos da Motown e da Stax, e atinge resultados que, se por um lado não chegam a ser superlativos, também não comprometem em nada sua reputação. Eu, pessoalmente, fiquei chapado com as releituras sensacionais que ele fez para “I’ve Never Found A Girl (To Love Me Like You Do)” de Eddie Floyd e “Drowning On Dry Land” de Al Jackson. Já se você for mais purista e estiver procurando pela sonoridade dos velhos discos da banda com Jimmie Vaughan -- e não for muito chegado em soul music -- prepare-se para uma possível decepção. Ou não.




CHICO MARQUES
é comentarista,
produtor musical
e radialista
há mais de 30 anos,
e edita a revista cultural
LEVA UM CASAQUINHO
e o blog musical
ALTO & CLARO 



quarta-feira, março 13, 2013

RAPIDINHAS: Eric Clapton, Jimi Hendrix, Eric Burdon, T-birds, Mavericks e Poco

ALTOeCLARO está de volta após 3 meses de descanso por conta da estiagem de bons lançamentos na cena internacional, que se encerra todo ano em Fevereiro quando vários artistas bem estabelecidos na cena musical do Hemisfério Norte tradicionalmente lançam novos trabalhos e abrem o ano musical, já projetando suas tournées de Primavera e de Verão.

ALTOeCLARO manterá comentários mais extensos para discos diferenciados nas postagens de quarta a sexta. Às segundas, publicaremos nossa videocronica semanal. E às terças, uma panorâmica rápida em vários discos dignos de atenção, mas não tão vitais quanto os escolhidos para os comentários de quarta, quinta e sexta..

Como vocês podem notar, todos os artistas comentados hoje são figuras de ponta na cena musical anglo-americana, que estão de volta com trabalhos bons, recomendáveis, mas nada fundamentais em seus conjuntos de obras. 

Vamos a eles:


OLD SOCK
Eric Clapton 
(Bushbranch / Surfdog Records)

O guitarrista mais blasé da cena do blues-rock anglo-americano está de volta com um novo disco nada eloquente e com um jeitão indisfarçável de trabalho caseiro. Eric Clapton passeia por reggaes bem reflexivos, baladas delicadas e standards do “Great American Songbook”, sempre sob a alegação de que quis fazer um disco unindo sua produção recente com canções de terceiros que ele sempre gostou mas nunca tinha pensado em gravar, até agora. Tudo bem, só que a alegação não cola. “Old Sock” soa displicente e desconjuntado a maior parte do tempo, as canções novas são apenas medianas e o conjunto final é inofensivo e inexpressivo demais. Tudo bem que, com 50 anos de carreira nas costas, Clapton não tem mais absolutamente nada a provar para ninguém. Mas, cá entre nós, também não precisava encostar tanto o corpo, como ele fez aqui. Já chega Paul McCartney fazendo essas coisas. Ainda assim, vale a pena destacar as releituras bastante criativas que ele fez para “My One And Only Man”, de Otis Redding, e “Still Got The Blues”, de Gary Moore -- a primeira virou um reggae, e a segunda um número de jazz. Em tempo: é seu primeiro disco depois de quase 30 anos de associação com a Warner Bros. Records.


PEOPLE, HELL AND ANGELS
Jimi Hendrix
(Experience Hendrix / Legacy / Sony Legacy)

Enquanto os herdeiros do espólio de Jimi Hendrix seguirem vasculhando os tapes perdidos do lendário guitarrista americano falecido em 1970, discos como esse continuarão a surgir nas lojas de tempos em tempos. O fato é que o material deixado por Hendrix entre 1969 e 1970 -- anos em que ele iniciou vários projetos, mas não conseguiu concluir nenhum – é muito extenso e sem um foco claro. “People, Hell And Angels” é um projeto interessante, mas padece do mesmo mal que vitimou inúmeros discos póstumos de Hendrix. Não é que o material contido no disco seja fraco. É que a promessa de entregar “o grande álbum perdido de Jimi Hendrix” virou uma espécie de busca pelo Santo Graal, que simplesmente não tem como ser cumprida. A cada disco póstumo de Hendrix que chega ao mercado, fica mais claro que ele não sabia mesmo para onde estava indo, e infelizmente saiu de cena antes de conseguir definir suas novas rotas musicais. E sendo assim, as gravações contidas em discos póstumos como “The Cry Of Love” e ‘War Heroes” permanecem como o testamento definitivo dele, e tudo o mais é reciclagem de espólio. Um espólio sempre digno de muito interesse, diga-se de passagem. O destaque aqui não vai para nenhum número musical, e sim para a excelente qualidade dos tapes incluídos no disco. Não há a menor dúvida de que Eddie Kramer andou por ali.


'TIL YOUR RIVER RUNS DRY
Eric Burdon
(ABKCO Records / Universal)

Esse bem que poderia ser o grande disco de retorno de Eric Burdon à cena musical, alavancado por Bruce Springsteen a partir de uma performance fulminante no Festival South By Southwest do ano passado que apresentou Burdon a uma nova geração de roqueiros. Mas infelizmente ele demorou demais para gravá-lo e lançá-lo, e a expectativa se dissipou. “'Til Your River Runs Dry” pode, se muito, resgatar s velhos admiradores para esse cantor inglês que, além de cantor extraordinário, é também um dos caras mais teimosos e azarados do showbiz anglo-americano. Sua carreira solo de 1977 até 2000 é uma sucessão de fiascos anunciados, por conta de associações com bandas inexpressivas, escolha inadequada de repertório e apostas em produtores sem visão. “'Til Your River Runs Dry” fecha com chave de ouro uma trinca de bons discos iniciada em “My Secret Life” (2004) e a coleção de covers “Soul Of A Man” (2006). As vendas do disco ainda não decolaram até agora, mas, de repente, até o Verão europeu, quem sabe esse quadro possa reverter a favor de Burdon. O destaque vai para o melhor cover já gravado para “Before You Accuse Me", bluesaço de Bo Diddley. Um assombro, de tão eloqüente.


ON THE VERGE
Fabulous Thunderbirds
(Severn Records)

Eis que a lendária banda texana comandada pelo cantor e gaitista Kim Wilson achou uma saída viável para continuar existindo, depois de sete anos de silêncio. Na impossibilidade de encontrar um guitarrista à altura de Jimmie Vaughan para dar seqüência ao projeto original da banda, Kim vem testando várias saídas musicais ao longo dos anos, e agora optou por desviar do rhythm and blues suingado que notabilizou a banda para aproximá-la da soul music pedestre de Memphis, Tennessee. O resultado é surpreendentemente bom. As novas composições são muito fortes e marcantes, Wilson está cantando melhor do que nunca e a banda toca de forma tão agradável que as dez faixas do disco passam voando. O destaque vai para a belíssima balada “Hold Me”, tão bem resolvida que até parece coisa de Dan Penn e Spooner Oldham, dois clássicos compositores da Stax Records -- mas que, na verdade, é do bravo Kim Wilson, que segue sua carreira solo low-profile nas férias prolongadas entre um lançamento e outro dos T-Birds. Que talvez sejam menos prolongadas daqui para a frente.


IN TIME
Mavericks
(Valory

Depois de vários discos solo altamente gabaritados, mas que infelizmente não aconteceram comercialmente, eis que o grande cantor e compositor Raul Malo caiu na real e decidiu resgatar sua velha banda para um disco e uma tournée de retorno. Poderia ser apenas mais uma entre tantas empreitadas oportunistas de bandas veteranas em busca de um reforço de caixa em suas contas bancárias, mas é inegável que esse retorno dos Mavericks acabou saindo melhor que a encomenda. Tudo o que parecia esquemático demais no disco anterior da banda, lançado 10 anos atrás, parece ter sido abandonado em prol de uma musicalidade expontânea e novas canções descomplicadas e fáceis de tocar ao vivo. O resultado final é que Malo e seus comparsas acabaram gravando o melhor disco da banda até agora. Em algum lugar do Universo, Roy Orbison com certeza está sorrindo. O destaque vai para “Born To Be Blue”, totalmente atemporal.


ALL FIRED UP
Poco
(Drifter's Church Productions

A lendária banda de country-rock californiana completa 45 anos de carreira apenas com o guitarrista Rusty Young remanescente da formação original, mas com a sonoridade clássica intacta, graças ao espírito aventuresco de seus novos e jovens integrantes. Todos os flertes crossover que sempre marcaram o blend musical do Poco continuam fazendo parte do cardápio da banda, só que com um frescor renovado. Isso faz de “All Fired Up” um dos melhores discos deles nos últimos 30 anos -- período marcado por altos e baixos decorrentes de crises de estrelismo que rolavam sempre que algum integrante original como Paul Cotton, Tim Schmitt e Ritchie Furay voltava por uma ou duas temporadas. Agora, reina a paz no Poco, e isso transparece aqui. Os destaques vão para “Hard Country” e para a tocante homenagem a um amigo músico em “Neil Young”.

AMOSTRAS GRÁTIS

 

quarta-feira, agosto 08, 2012

OMAR AND THE HOWLERS ESTÃO DE VOLTA NUM DISCO FULMINANTE: "I´M GONE"


Se tem uma coisa que Omar Kent Dykes apreendeu ao longo de seus quase 40 anos de carreira à frente do grupo texano Omar and the Howlers foi justamente não complicar o blues.

Não vale a pena, nem faz sentido, pois o blues é um formato de música simples e básico, que recebe facilmente coloridos externos vindos de outros gêneros musicais adicionados a ele, mas que também deteriora facilmente dependendo dos adititivos que recebe.

Uns podem até achar que isso é conservadorismo musical, mas não é não.

É preciso tomar certos cuidados para que essas cores, ao se misturarem com o blues, resultem numa combinação harmoniosa.

Caso contrário, corre-se o risco de perder o contato com a essência do gênero -- que é o grande mal que aflige artisticamente a imensa maioria das bandas de blues-rock que circulam por aí.



Desde que estreou em disco em 1980 no rastro de outra banda de Austin, The Fabulous Thunderbirds, Omar and the Howlers passou a ser considerado a segunda referência máxima em boogie, rhythm & blues e rock and roll e a party band favorita dos frequentadores da noite da cidade.

Começaram no formato power-trio, mas pouco a pouco passaram a receber um sua formação muitos músicos amigos como integrantes eventuais.
 
Resultado: num levantamento recente, descobriram que mais de 30 integrantes passaram por Omar and the Howlers de 1973 para cá -- entre eles, craques como os saudosos Gary Primich e Stevie Ray Vaughan.

Por conta disso, a banda foi pouco a pouco virando um veículo para o talento de Omar Kent Dykes, dono de um vozeirão privilegiado, um carisma fortíssimo no palco e um jeito festivo de misturar todos aqueles ingredientes que fazem parte da música do Texas no eclético repertório da banda, hoje espalhado por uma vasta discografia.


"I´m Gone" é o décimo-oitavo disco do Omar and the Howlers, e o primeiro trabalho de estúdio da banda em 9 anos -- período em que Omar andou trabalhando em projetos diferenciados ao lado de artistas amigos, ainda que mantendo a banda viva e ativa em tournées pela Europa e Japão.

Não se pode dizer que seja um LP que traga novidades ao som da banda. Pelo contrário: não há nenhum experimento novo em "I´m Gone". Apenas a reafirmação de que Omar and the Howlers permanecem imbatíveis no seu jogo, mesmo depois de tanto tempo sem lançar discos.

No entanto, pode-se dizer que eles nunca tocaram com tanta maestria quanto aqui, Funcionam como uma unidade perfeita, mais ou menos no formato de seus quatro primeiros discos, até hoje saudados como clássicos imbatíveis do blues-rock texano.

É como se a herança musical do boogie man Lightning Hopkins fosse mesclada com a herança musical do band leader tex-mex Doug Sahm, e tudo fervesse num mesmo caldeirão musical: o resultado é sempre delicioso.

Se for o caso de destacar algum número musical em particular, "All About The Money" e "Down At The Station" estão entre as mais marcantes canções de Dykes desde sempre, e a balada bêbada "Drunkard´s Paradise" soa como uma homenagem a outra grande banda texana atemporal: The Sir Douglas Quintet. Isso para não falar em "Take Me Back", que encerra o disco de forma fulminante, com a banda cuspindo fogo num número aceleradíssimo que se estende por mais de 6 minutos de duração.



Omar and the Howlers foi uma das bandas que, nos anos 70, ajudou a firmar a cidade de Austin, no Texas, como a Mecca da country-music alternativa, recebendo todos os artistas descontentes com o status quo de Nashville.

Merecidamente, a banda ganhou fama como uma das grandes instituições musicais da cidade, mas, de certa forma, deitou na cama, e se acomodou demais.Faltava talvez um desafio musical para dar uma nova motivação para seguir adiante indo além da mera repetição de tudo o que eles já fizeram. E "I´m Gone" parece ter vindo cobrir essa lacuna, além de restaurar a dignidade criativa dessa grande banda.

Sendo assim, coloque seu chapéu de cowboy, pouse o revolver na mesa, prepare umas doses de bourbon e ponha para tocar o novo disco de Omar and the Howlers.

E seja benvindo ao coração do Estado da Estrela Solitária.




BIO-DISCOGRAFIA
 http://www.allmusic.com/artist/omar-the-howlers-mn0000474865

WEBSITE PESSOAL
http://www.omarandthehowlers.com/

AMOSTRAS GRÁTIS.