por Chico Marques
Bruce Springsteen costuma dizer que Dion DiMucci é o elo perdido entre Frank Sinatra e o Rock & Roll. E ele está corretíssimo.
Bruce Springsteen costuma dizer que Dion DiMucci é o elo perdido entre Frank Sinatra e o Rock & Roll. E ele está corretíssimo.
Quando Dion & The Belmonts gravaram "I Wonder Why" em 1958, misturando num mesmo caldeirão elementos de doo-wop, rock and roll e rhythm & blues, sem querer estavam provocaram um turbilhão na cena musical pop sem precedentes, impondo um DNA étnico, com temperos latinos, no que veio a primeira grande contibuição da música da cidade de Nova York ao rock and roll.
Foi Dion DiMucci que, ao abrir as portas e as janelas da música americana para o skyline de Nova York, deixou tudo escancarado para que manifestações musicais locais como o Velvet Underground, Simon & Garfunkel, Al Kooper, Patti Smith e Bruce Springsteen surgissem e emplacassem no país inteiro nos anos seguintes. Não é à toa que todos esses artistas tem uma gratidão enorme para com ele.
Foi Dion DiMucci que, ao abrir as portas e as janelas da música americana para o skyline de Nova York, deixou tudo escancarado para que manifestações musicais locais como o Velvet Underground, Simon & Garfunkel, Al Kooper, Patti Smith e Bruce Springsteen surgissem e emplacassem no país inteiro nos anos seguintes. Não é à toa que todos esses artistas tem uma gratidão enorme para com ele.
O único problema quanto à enorme longevidade da carreira de Dion é que, por alguma razão difícil de explicar, sempre que ele assina com alguma gravadora é sempre contrato por um, no máximo dois discos -- e todas as gravadoras por onde ele passa estranhamente promovem esses discos como "o retorno de Dion".
É um contrassenso, pois Dion nunca gravou discos nostálgicos, e nunca se dispôs a regravar seus grandes sucessos do passado. Pelo contrário, são quase sempre trabalhos com sonoridade bem atualizada, trazendo canções novas de sua autoria, e acompanhado por músicos que não conseguem disfarçar o orgulho de estar contracenando com uma lenda musical viva.
Mas não adianta. Dion DiMucci, apesar de permanecer ativo e sem sair de férias jamais, seus discos quase anuais continuam sendo saudados como "comebacks". Dion nem liga mais para issso. Dá risadas. Para ele, o que realmente importa é estar vivo e ativo como artista aos quase 77 anos de idade.
E pensar que era para Dion DiMucci ter embarcado naquele vôo fatídico onde morreram Buddy Holly, Richie Valens e Big Bopper em 1959, e, por conta de algum contratempo, ele não embarcou...
De alguns dez anos para cá, quase todos os discos gravados por Dion passaram a ostentar um sotaque blueseiro bem forte, e "New York Is My Home" (Instant Records) não é excessão.
Quase todas as canções originais, além dos dois covers que ele escolheu gravar -- um de Lightning Hopkins e outro de Hudson Whitaker -- são números de blues, e a produção e os arranjos estão a cargo do veterano guitarrista e multinstrumentista Jimmy Vivino, que comanda a houseband do programa de Conan O'Brien na TBS.
“Visionary Heart” e “All Rocked Up” são números deliciosos, com a cara das calçadas da cidade de Nova York. "New York Is My Home", por sua vez, é uma das melhores canções que Dion compôs em quase 60 anos de carreira, e a participação vocal de Paul Simon na gravação só serve para torná-la ainda mais relevante. Proto-rocks como “The Apollo King” e “Ride With You” mostram claramente o quão jovial a música de Dion ainda consegue ser, e “Can’t Go Back to Memphis” é tão boa que parece ter fugido do repertório de Jimmy Reed.
Ao longo de sua vida, Dion nunca parou de produzir boa música e experimentar novos estilos, brilhando intensamente em grandes discos como "Born To Be With You" (1975, produzido por Phil Spector) e "King Of The New York Streets" (1990, produzido por Dave Edmunds), até chegar nesses seus trabalhos mais blueseiros dos últimos 15 anos.
"New York Is My Home" pode ser curtinho, e ter apenas 40 minutos de duração, mas é do tamanho ideal para as intenções de Dion nesse momento de sua carreira.
É um disco grudento à moda antiga, em que a última faixa do Lado B dá saudades da primeira faixa do Lado A, e daí a gente resolve ouvir o disco inteiro de novo.
Convenhamos: produzir 40 minutos de grande música num LP como "New York Is My Home" não é para quem quer, é para quem pode.
E acreditem: esse italianinho do Bronx ainda tem esse poder depois de todos esses anos.
Ao longo de sua vida, Dion nunca parou de produzir boa música e experimentar novos estilos, brilhando intensamente em grandes discos como "Born To Be With You" (1975, produzido por Phil Spector) e "King Of The New York Streets" (1990, produzido por Dave Edmunds), até chegar nesses seus trabalhos mais blueseiros dos últimos 15 anos.
"New York Is My Home" pode ser curtinho, e ter apenas 40 minutos de duração, mas é do tamanho ideal para as intenções de Dion nesse momento de sua carreira.
É um disco grudento à moda antiga, em que a última faixa do Lado B dá saudades da primeira faixa do Lado A, e daí a gente resolve ouvir o disco inteiro de novo.
Convenhamos: produzir 40 minutos de grande música num LP como "New York Is My Home" não é para quem quer, é para quem pode.
E acreditem: esse italianinho do Bronx ainda tem esse poder depois de todos esses anos.
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