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terça-feira, agosto 01, 2017
quarta-feira, agosto 12, 2015
BUDDY GUY, ROBBEN FORD E SONNY LANDRETH ESTÃO DE VOLTA COM NOVAS ABORDAGENS AO BOM E VELHO BLUES ELÉTRICO
por Chico Marques para BLUESTIME
Nos início dos Anos 60, quando Otis Rush, Magic Sam, Buddy Guy e Albert King reinventaram o blues, abrindo novas fronteiras musicais para o gênero, que dava sinais claros de esgotamento, todos os artistas que tinham carreiras estabelecidas perceberam que tinham apenas duas saídas pela frente: dançar conforme a música para sobreviver no mercado, ou então migrar para a cena do folk-blues acústico.
Então, em meados dos anos 60, quando os brancos descobriram o blues e o incorporaram a novos formatos musicais bem sucedidos comercialmente, muitos artistas negros entraram mais uma vez em xeque, e desistiram de tentar se adequar aos novos tempos, preferindo deixar de gravar discos e concentrando suas atividades na Europa, onde havia um interesse grande pelos formatos mais clássicos do blues. E assim, entre revoluções e contra-revoluções musicais, o blues foi sobrevivendo, sempre aos trancos e barrancos.
Os três discos que vamos comentar hoje são de três grandes guitarristas de linhagens bem distintas, mas com uma atitude em comum: a fidelidade pela alma do blues, e não necessariamente pelos formatos tradicionais do blues.
O que prova que se o blues permanece vivo até hoje é graças à atitude pouco ortodoxa, mas sempre fiel, de artistas como esses.
BUDDY GUY
BORN TO PLAY GUITAR
Silvertone RCA
A apenas um ano de virar octagenário, o endiabrado cantor e guitarrista Buddy Guy não sossega o rabo e volta com a corda toda em "Born To Play Guitar", onde -- a exemplo de seu trabalho anterior, o álbum duplo "Rhythm & Blues" (2013) -- ele alterna blues com uma levada mais clássica com números de rhythm & blues mais acelerados e bem eletrificados, num flerte aberto com o rock and roll e com a soul music. Mas cuidado com as expectativas: "Born To Play Guitar" não é um grande disco, e também não traz novidades substanciais em relação à sua produção nos últimos 25 anos. Confesso que achei meio pegajosos os tributos a Muddy Waters e a B B King inseridos no disco, e prefiri mil vezes as dobradinhas dele com o fantástico gaitista Kim Wilson, que remetem diretamente ao trabalho que Buddy desenvolveu ao lado de seu velho e saudoso parceiro Junior Wells por mais de 3 décadas. Mas, por outro lado, também não faz sentido ser rigoroso demais com "Born To Play Guitar", pois o simples fato de Buddy Guy permanecer na ativa a essa altura da vida já é motivo de muita admiração e muito respeito. E pela vitalidade que ele esbanja nas faixas desse disco, não há a menor indicação de que pretenda se aposentar tão cedo.
ROBBEN FORD
INTO THE SUN
(Provogue)
Robben Ford é um músico tão gabaritado e múltiplo que classificá-lo como um artista de blues chega a ser uma heresia. Tudo bem que seu background musical principal origine do blues -- de sua longa associação com a Ford Blues Band, de seus irmãos, e do cantor Jimmy Witherspoon, para quem foi band-leader por muitos anos, antes de sair em carreira solo nos anos 1970. "Into The Sun" dá sequência ao trabalho desencanado e inclassificável que Robben Ford vem desenvolvendo nos últimos anos. Há espaço para tudo aqui, desde rock sulista a jazz funkeado, passando por blues e soul music em doses sempre bem equilibradas. E as participações especiais são realmente especiais, e nada burocráticas: tem desde Warren Haynes e Sonny Landreth até Robert Randolph e Keb Mo, todos quebrando tudo e se divertindo um bocado. Se você não tem uma atitude ortodoxa em relação ao blues, esse disco é para você.
SONNY LANDRETH
BOUND BY THE BLUES
(Provogue)
Desde que o Furacão Katrina assolou o Deep South americano, Sonny Landreth tem trafegado pelos diversos gêneros musicais que compoem a música da região e negligenciado um pouco o blues. Mas agora isso acabou. "Bound By The Blues", seu novo trabalho, traz canções de vários bluesmen que foram importantíssimos em sua formação musical -- como Robert Johnson, Elmore James, Big Bill Broonzy e Skip James -- em releituras modernosas e não muito ortodoxas, o que pode irritar alguns puristas do gênero. Landreth mescla esses números clássicos com composições instrumentais onde se revela masi uma vez um guitarrista absolutamente original, como "Simcoe Blues" e "Firebird" -- esta última dedicada a seu amigo e herói musical Johnny Winter, falecido ano passado. "Bound By The Blues" é uma viagem musical pelo universo do blues sem fronteiras e sem preconceitos musicais. É graças a artistas criativos e corajosos como Sonny Landreth que o blues permanece vivo e testando novas possibilidades. Na minha opinião, o melhor disco de blues deste ano até agora.
terça-feira, agosto 21, 2012
LURRIE BELL SURPREENDE NUM LP ACÚSTICO QUE SEU PAI, CAREY BELL, TERIA ADORADO
Quatro anos atrás, o cantor e guitarrista Lurrie Bell -- atualmente em tournée solo pelo Brasil -- SE apresentou com sua banda no Teatro do SESC-Santos e deixou a platéia com a alma lavada.
Verdade seja dita: há muitos anos não passava por aqui um artista de blues tão cativante e com uma pegada tão perigosa na guitarra. Todos os que foram abduzidos pelo suingue da "Windy City" naquela noite de Agosto -- acredite, não foram poucos --, não acordaram a mesma pessoa no dia seguinte. O Blues tem dessas coisas...
Lembro bem que Lurrie Bell evitou apresentar material próprio, limitando-se ao número instrumental "Lurrie's Blue Groove" logo na abertura. Daí em diante, desfilou um set de clássicos do blues em releituras muito inspiradas, e mesmo quem já ouviu um milhão de vezes "I'm Ready", "Reconsider Baby", "Five Long Years", "Everything's Gonna Be Alright" e "Got My Mojo Working", com inúmeros artistas diferentes, acabou completamente rendido ao talento e à nonchalance de Lurrie Bell e sua Chicago Blues Band.
Acredite: o groove do Blues de Chicago é um negócio muito poderoso.
E o formato musical adotado pelo quarteto de Lurrie Bell é - ao menos em minha opinião - o mais cativante de todos: baixo, bateria, órgão e guitarra. Uma combinação inaugurada nos bares do Lado Oeste de Chicago no final dos anos 50, que acabou dando o tom nos trabalhos dos jovens expoentes do gênero na década de 60, como Otis Rush, Magic Sam, Buddy Guy e Michael Bloomfield.
Se hoje esse formato musical virou clássico, é graças ao talento inigualável desses grandes artistas.
Lurrie Bell é um herdeiro valoroso do Chicago Blues.
Filho do grande gaitista Carey Bell (falecido seis anos atrás), toca guitarra desde os 5 anos. Aos 16, já fazia parte da banda do pai. Com o passar do tempo, virou o comandante da banda.
Aos poucos, tomou coragem e gravou alguns discos solo para a gravadora JSP no final dos anos 80, sempre sob a supervisão do saudoso amigo Phil Guy (irmão de Buddy Guy) - que, apesar de ótimos, tiveram pouca repercussão na ocasião.
Sua segunda investida solo, numa série brilhante de 4 discos repletos de composições próprias para a Delmark Records, gravados ao longo dos anos 90, já teve melhor sorte.
O primeiro, "Mercurial Son", de 1992, é um ousado trabalho experimental criado à beira da loucura -- Lurrie vivia problemas psicológicos muito complicados na ocasião -- e é tido por setores da crítica como o disco de blues mais estranho de todos os tempos. Foi um desequilíbrio tão intenso que, para se recompor, Lurrie Bell deixou sua carreira solo de lado e se refugiou por cinco anos na banda de seu pai.
Recuperado e seguro de si novamente, ele retomou sua carreira solo em 1997, com "700 Blues", um belo disco no formato clássico do Blues de Chicago dos anos 60. Um ano mais tarde, convocou nada menos que Dave Specter and The Bluebirds como banda de apoio e gravou mais um disco sensacional: "Kiss Of Sweet Blues". E então, em 1999, veio "Blues Had A Baby", uma pequena obra prima, onde todas as suas experiências musicais anteriores se misturam, revelando o grande estilista do blues moderno em que Lurrie Bell se transformou.
De 2000 para cá, Lurrie gravou pouco, mas circulou pelo mundo afora, tanto com seu trabalho solo quanto como escudeiro de seu pai -- muito debilitado fisicamente a essa altura da vida, tanto que subia aos palcos sentado em uma cadeira de rodas. Juntos eles gravaram o DVD documentário "Gettin' Up Live At Buddy Guy's Legends", uma espécie de testamento musical de Carey Bell, que morreu antes de seu lançamento.
Poucos meses mais tarde, Lurrie perderia sua mulher, a fotógrafa Susan Greenberg.
Para não flertar com o desespero, nem cair em depressão, ele mergulhou fundo no trabalho. E o resultado disso foi "Let's Talk About Love", um tributo sereno e delicado a Carey e Susan, e seu primeiro trabalho por seu selo próprio, Aria BG Records -- que leva o nome de sua filha, Aria Bell Greenberg.
Pois bem: Lurrie Bell está de volta, e acaba de lançar seu segundo disco para a Aria BG, "The Devil Ain't Got No Music".
Para surpresa geral, é um disco acústico, o primeiro da cerreira de Lurrie Bell. Mas é tão vigoroso quanto qualquer um de seus LPs elétricos. E tão inusitado quanto eles também, na medida em que alterna folk-blues com gospels, spirituals e até um blues balada meio esquecido de James Taylor de seu início de carreira, "Lo And Behold".
"The Devil Ain't Got No Music" é uma colaboração com o amigo guitarrista Joe Louis Walker e o baterista Kenny "Beedy Eyes" Smith, numa produção bem despojada que captura ao vivo no estúdio performances fulminantes dos três.
Sempre que um músico habituado a tocar elétrico parte para uma empreitada acústica como essa, a tendência é tentar fazer com que o resultado seja tão intenso quanto numa sessão eletrificada. Daí, não estranhem se parecer em alguns momentos parecer estar ouvindo algumas daquelas sessões acústicas clássicas de Buddy Guy com Junior Wells, ou mesmo de Sonny Terry com Brownie McGhee. A idéia é essa mesma.
De qualquer maneira, "The Devil Ain't Got No Music" é um grande disco, eloquente como nenhum outro disco acústico que você vá ouvir este ano.
E um sério candidato a melhor álbum de blues tradicional da Festa dos Grammies deste ano.
Bravo, Mr. Bell.
BIO-DISCOGRAFIA
WEBSITE PESSOAL
AMOSTRA GRÁTIS
terça-feira, abril 19, 2011
SENHORAS E SENHORES... HOT TUNA

“Nos anos 60 e 70, meus guitarristas favoritos eram Mike Bloomfield e Buddy Guy. Eu adorava músicos de blues. Gosto muito até hoje. A essência do meu estilo na guitarra sempre foi blueseira.” (Jorma Kaukonen)

‘Meu herói no contrabaixo sempre foi e sempre será Charles Mingus. Nunca ousei imitar seu estilo. Mas sempre me senti desafiado por ele, e sempre gostei muito dessa sensação” (Jack Casady)

“A Cena Artística de San Francisco começou a desandar por volta de 1968, depois que o Jefferson Airplane apareceu na capa da Life Magazine, mas nunca se perdeu por completo. Quarenta anos mais tarde, o que eu posso dizer é que não poderia ser diferente, as coisas são assim mesmo, haviam muitos egos envolvidos, e é sempre muito difícil manter uma comunidade artística unida” (Jorma Kaukonen)

“Se você tem interesse por blues, seja inquisitivo. Explore o passado em todas as gravações que você encontrar por aí. Os mais jovens não terão a chance de ver esses caras nos palcos.” (Jack Casady)

“Apesar de Jerry Garcia ser citado na contracapa de “Surrealistic Pillow” como “consultor espiritual”, ele na verdade cuidou de toda a produção do disco e foi o cara que nos ajudou a soar como uma banda de verdade naquele disco. Nenhum de nós sabia ao certo como fazer o Jefferson Airplane soar coeso num disco de estúdio. Jerry já tinha tocado em inúmeras bandas, era muito mais experimentado que todos nós. Graças a ele nós tiramos isso de letra. Tenho ouvido “Surrealist Pillow” novamente de uns tempos para cá e faço questão de dar esse crédito a Jerry” (Jorma Kaukonen)

LPs HOT TUNA
Hot Tuna (1970)
First Pull Up, Then Pull Down (1971)
Burgers (1972)
The Phosphorescent Rat (1973)
America´s Choice (1975)
Yellow Fever (1975)
Hoppkorv (1976)
Live Double Dose (1978)
The Deepest End Live In Concert (2003)
Déjà Voodoo (2004)
Splashdown (1984)
Historic Hot Tuna (1985)
Pair A Dice Found (1990)
Live At Sweetwater Vol.1 (1993)
Live At Sweetwater Vol.2 (1994)
Trimmed And Burning (1995)
Splashdown 2 (1997)
Live In Japan (1998)
And Furthurmore... (1999)
Hot Tuna At Merlefest (1995)
Steady As She Goes (2011)
LPS JORMA KAUKONEN SOLO
Quah (1974)
Jorma (1979)
Barbecue King (1980)
Magic (1985)
Too Hot To Handle (1985)
Magic Two (1995)
The Land Of Heroes (1995)
Christmas With Jorma Kaukonen (1996)
Too Many Years (1998)
Live (2001)
Blue Country Heart (2002)
Stars In My Crown (2007)
River Of Time (2009)
LPS JACK CASADY SOLO
Dream Factor (2003)
WEBSITES OFICIAIS
http://hottuna.com/
http://jormakaukonen.com/
http://www.jackcasady.com/
SENHORAS E SENHORES... STEVE MILLER BAND

“Comecei minha primeira banda no Texas, quando tinha 12 anos. As pessoas chegavam e dizem: ah, que fofo! Fofo coisa nenhuma, a gente era profissional e tocava rock and roll de verdade. Foi o resultado de uma quantidade absurda de audições até encontrar os músicos que queria na banda. E ela durou um bocado. De 1956 até 1961.”


“Na minha primeira noite em San Francisco, Paul Butterfield estava tocando no Fillmore com o Jefferson Airplane. Foi a noite em que Grace Slick estreou na banda. Eu estava vivendo na minha Kombi, e fui convidado para subir ao palco. Anunciei ali que acabara de chegara de Chicago e estava me mudando para San Francisco e montando minha própria banda. Foi uma noite inesquecível. Para mim, pelo menos.”

“Eu achava as bandas de San Francisco um horror. O Grateful Dead esticava “In The Midnight Hour” por mais de dez minutos, algo inadmissível para mim. Eu vinha de Chicago, onde qualquer proposta musical tinha que ser econômica, incisiva e funcional. Foi quando montei minha banda. Buddy Guy me disse para colocar meu próprio nome na banda, e eu segui o conselho dele. Na verdade, eu queria que ela se chamasse Steve Miller Blues Band, mas Buddy me convenceu a deixar o blues fora do nome, só na música”.

“Era impressionante a quantidade de funcionários de gravadoras circulando pela noite de San Francisco e assinando contratos leoninos com artistas. Eu cheguei a ter 14 gravadoras interessadas em mim, e não assinei com nenhuma delas, pois eu exigia controle artístico total sobre meu trabalho, além de minha própria editora musical. Levei mais de um ano até finalmente assinar com a Capitol, mas saiu tudo do jeito que eu queria. Ninguém conseguiu me enrolar.”

“Todo o material de “Bingo!” e “Let Your Hair Down” foi produzido em várias sessões de gravação em 2010, por Andy Johns , para ser lançado em etapas. Como gravamos mais de 40 números, acho que ainda temos material sobrando para montar pelo menos mais um disco.”

LPs STEVE MILLER BAND
Children Of The Future (1968)
Sailor (1968)
Brave New World (1969)
Your Saving Grace (1969)
Number 5 (1970)
Rock Love (1971)
Recall The Beginning: A Journey From Eden (1972)
The Joker (1973)
Fly Like An Eagle (1976)
Book Of Dreams (1977)
Circle Of Love (1981)
Abracadabra (1982)
Live (1983)
Italian X-Rays (1984)
Living In The 20th Century (1987)
Born 2B Blue (1988)
Wide River (1993)
Steve Miller Band On Tour 1973-1976 (2002)
Bingo! (2010)
Let You Hair Down (2011)
WEBSITE OFICIAL
http://www.stevemillerband.com/
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