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segunda-feira, outubro 09, 2017

O ANIVERSARIANTE DESTA SEGUNDA É O CIDADÃO MAIS MELANCÓLICO DA ENSOLARADA LOS ANGELES HÁ EXATOS 45 ANOS.


SAUDAMOS O ANIVERSÁRIO DE 69 ANOS
DESTE GRANDE MENESTREL CALIFORNIANO
TRAZENDO UMA PERFORMANCE SENSACIONAL
GRAVADA NO FESTIVAL DE GLASTONBURY
HÁ SETE ANOS,
COM PARTICIPAÇÃO ESPECIALÍSSIMA
DO SUPERGUITARRISTA DAVID LINDLEY

ENJOY...

  



terça-feira, maio 12, 2015

PREPAREM SEUS CORAÇÕES: J. D. SOUTHER, O PRÍNCIPE DA CALIFÓRNIA, ESTÁ DE VOLTA.

John David Souther é um príncipe da cena do bittersweet country rock californiano.

Nunca teve a projeção de seus amigos Jackson Browne e James Taylor. Não quis permanecer coadjuvante de Linda Ronstadt, sua ex-namorada e melhor intérprete, com quem gravou duetos lindíssimos. Podia ter sido um dos Eagles, mas permaneceu aguardando seu momento, que quase chegou em 1972. E quase chegou novamente em 1974. E quase chegou em 1978 e 1984, até que, endividado com gravadoras, ele cansou, e seguiu por outros caminhos.

Sumiu do mapa musical pop americano por nada menos que 25 anos.

Voltou oito anos atrás, já sessentão, com um trabalho classudo e jazzificado, totalmente diferente do que fazia antes, onde além de se reinventar como compositor, passou a explorar seu belo timbre vocal de forma ampla e inusitada, deixando no ar a pergunta: 

Será que é dessa vez que a carreira musical de J. D. Souther vai finalmente deslanchar para valer?
A julgar por seu novo disco, "Tenderness" (um lançamento Sony Masterworks), credenciais não faltam para isso.

Dessa vez ele uniu forças ao grande produtor Larry Klein -- parceiro de Joni Mitchell em seus discos derradeiros --, que montou uma banda impecável com Dean Parks (guitarras), David Pilch (baixo), Jay Bellerose (bateria), Patrick Warren (teclados) e Till Bronner (trompete) para por a prova os arranjos que preparou para as novas canções de Mr. Souther.

Canções ótimas, diga-se de passagem. Algumas com um sotaque mais jazzístico, outras com um sotaque mais folk, outras mais pop -- gêneros musicais pelos quais ele trafega tranquila e delicadamente desde sempre.

O conceito do "Tenderness", que batiza o disco, vem da canção "Dance Real Slow", uma balada lindíssima, de partir o coração. 

Igualmente linda é "This House", só que ainda mais intimista, e mais em sintonia com o trabalho que ele desenvolvia nos anos 1970. 

"Horses In Blue" vai pelo mesmo caminho, e lembra suas inspiradíssimas colaborações com Linda Ronstadt. 

E o que dizer de "Come What May", um número que já nasce com jeitão de stardard para qualquer cantor ou cantora que se habilite?

É bom lembrar que o jazz dá a luz de sua graça em várias faixas do disco. "Downtown (Before The War)" é um número intrincadíssimo, desde a composição ao arranjo. 

E "Show Me What You Mean", num uptempo extremamente perigoso, como o próprio título já indica, traz a voz de Mr. Souther se entrelaçando com uma trama de piano e trompete propositadamente desalinhados, proporcionando resultados sensacionais.

Eu, se tiver que escolher um número favorito, fico com "Need Somebody", uma balada adoravelmente melancólica, que lembra vagamente "The Sad Cafe", dos Eagles -- mas infinitamente superior.
Como eu disse lá atrás, credenciais não faltam a John David Souther para que sua carreira decole afinal, e ele deixe de ser exclusividade de uns poucos que ainda lembram de seu início de carreira nos anos 1970, à frente do Lonesome Pennywhistle e da Souther Hillman Furay Band, e de seus notáveis primeiros discos solo.

Só nos resta torcer para que, aos 69 anos de idade, o tão esperado reconhecimento ao trabalho deste californiano da gema, requintado e talentoso, venha finalmente dessa vez.

"Tenderness" merece a sua atenção. 

Não deixe esse belo disco passar desapercebido em sua vida. 



AMOSTRAS GRÁTIS




quarta-feira, outubro 15, 2014

JACKSON BROWNE ESTÁ DE VOLTA EM GRANDE FORMA E COM UM DISCO MAGNÍFICO


De todos os cantores-compositores da cena bitterweet do início dos anos 70, nenhum foi tão melancólico, tão intenso, tão sensível e tão sintonizado com aquele climão de "o sonho acabou" quanto Jackson Browne.

Sou meio suspeito para falar dele, pois admiro seu trabalho desde a primeira metade dos Anos 70 -- antes mesmo de mergulhar de cabeça em seus discos solo -- através de covers magníficos como os de Linda Ronstadt em "Rock me On The Water", Bonnie Raitt em "I Thought I Was A Child", Joe Cocker em "Jamaica Say You Will" e Leo Sayer em "Something Fine", todas de sua autoria -- sem esquecer de 'Take It Easy", composta em parceria com Glen Frey e gravada pelos Eagles em seu primeiro LP.

Nascido em Heidelberg, na Alemanha, Jackson Browne foi criado na California e desde cedo demonstrou interesse por folk-music.

Tocou nos primeiros discos da Nitty Gritty Dirt Band, e em 1967 mudou de mala e cuia para Nova York para tentar a sorte como performer nos bares do Village -- isso enquanto se esforçava para emplacar como compositor.

Acabou se envolvendo -- tanto em termos artísticos quanto emocionais -- com a cantora Nico, do Velvet Underground, e contribuindo com três ótimas canções para seu primeiro e melhor LP, "Chelsea Girl".



No início dos Anos 70, no entanto, ele já estava de volta a Los Angeles com uma fita demo embaixo do braço repleta de grandes canções, que logo começaram a ser disputadas a tapa por vários artistas de peso da relevo da cidade.

Daí para "Saturate Before Using", seu álbum de  estréia em 1972, foi só uma questão de tempo e oportunidade.

O fato é que, ao longo dos Anos 70, Jackson produziu 5 álbuns fundamentais, tornando-se o queridinho da crítica e um sucesso inusitado de público, na medida em que suas canções, sempre abordando temáticas complexas, não faziam concessões às regras do mainstream pop da época.

Os Anos 80 já foram meio confusos para Jackson Browne, e sua popularidade crescente gerou discos meio fora de foco, como "Hold Out" e 'Lawyers In Love".

Que vieram seguidos de trabalhos extremamente politizados como "Lives In The Balance" e "World In Motion", sucessos de público, bem sintonizados com a reação popular à era Reagan, mas que apostavam numa retórica perigosa, que pouco a pouco foi cansando e afastando os muitos artistas que antes brigavam pelo direito de gravar suas canções.



Jackson só se deu conta disso no início dos Anos 90, quando voltou a compor canções confessionais para discos como "I'm Alive", "Looking East" e "The Naked Ride Home", e quase ninguém quis gravá-las.

Daí, tomou uma providência drástica, mas necessária: montou sua própria gravadora, Inside Records, e começou a lançar uma série de cds solo acústicos apresentando à cena independente dos Anos 2000 suas canções clássicas, só que com roupagens novas.

Pouco a pouco, seu trabalho foi retomando parte de sua relevância.

Faltava apenas que suas novas canções e seus novos discos conseguissem ser relevantes também.

Sua primeira tentativa nesse sentido, no LP "Time The Conqueror", de oito anos atrás, foi bastante válida, mas não exatamente bem sucedida.


Mas agora, com "Standing In The Breach" (Inside Records), Jackson finalmente marca pontos preciosos e não só resgata um frescor que suas composições haviam perdido com o passar do tempo, como embarca em reflexões sobre a vida, o amor, a política e a maturidade que surpreendem positivamente a todos os que acompanham seu trabalho.

A canção que abre o disco, "The Birds Of Saint Marks", foi composta em 1968 e chegou a ser gravada por Nico nas sessões de "Chelsea Girl", mas ficou de fora da seleção final, e permanecia inédita. É uma balada meio enigmática que lembra um pouco 'Chesnut Mare", de Roger McGuinn, com direito a um solo de guitarra de 12 cordas e vocais em harmonia à moda dos Byrds.

Jackson fez questão de resgatar essa velha canção para que desse o tom inicial a essa nova fase de sua vida e também para que servisse de fio condutor aos caminhos que se abrem nas canções seguintes do disco.

"Yeah Yeah", a segunda faixa, mergulha fundo na personalidade de uma mulher de forma leve e incisiva, alternando uma retórica madura com uma atitude bastante jovial.

Em "The Long Way Around", a faixa seguinte, Jackson prossegue sua viagem sentimental olhando para trás para poder encontrar a coerência que às vezes falta no cotidiano.

De "Leaving Winslow" e "It Could Be Anywhere" em diante, Jackson deixa claro que se sente perfeitamente bem mantendo-se em movimento contínuo no momento atual de sua vida.

Só nas duas faixas finais -- "Standing In The Breach" e "Here" -- Jackson flerta abertamente com a melancolia que celebrizou suas canções mais conhecidas.

Mas mesmo assim, essas canções não são aqueles "big pictures" desesperançados de outras épocas, como os de canções como "The Pretender" e "Running On Empty", dando a entender que enquanto não tivermos políticas individuais guiando nossas vidas, jamais seremos capaz de correr atrás de um sonho coletivo minimamente consistente.

Convenhamos: é uma volta e tanto para alguém que quase sempre se deixou guiar pela melancolia e pela incapacidade de crer num futuro melhor.



Trocando em miúdos, "Standing In The Breach" é uma bela coleção de novas canções.

Sua banda atual, comandada pelos excelentes guitarristas Greg Liesz e Val McCallum, consegue ser muito climática e também rápida e rasteira -- e deve funcionar muito bem em shows ao vivo.

Já seus 66 anos recém-completados parecem uma miragem, na medida em que ele demonstra estar muito mais jovem hoje do que em 1976, quando compunha versos desenganados como este aqui:

"I'm gonna be a happy idiot / And struggle for the legal tender / Where the ads take aim and lay their claim / To the heart and the soul of the spender / And believe in whatever may lie / In those things that money can buy / Thought true love could have been a contender / Are you there? / Say a prayer for the Pretender / Who started out so young and strong / Only to surrender"



WEBSITE OFICIAL
http://www.jacksonbrowne.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/jackson-browne-mn0000130689/discography

AMOSTRAS GRÁTIS