Mostrando postagens com marcador New Orleans. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador New Orleans. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, agosto 04, 2017

HÁ EXATOS 116 ANOS, EM NEW ORLEANS, NASCIA O INIGUALÁVEL LOUIS ARMSTRONG


PARA CELEBRAR OS 115 ANOS DE NASCIMENTO
DO INIGUALÁVEL SATCHMO,
UMA PERFORMANCE MAGNÍFICA
À FRENTE DE SEU HOT FIVE
EM BERLIN, 1965

Louis Armstrong (trumpet)
Tyree Green (trumpet)
Eddie Shu (clarinet)
Billy Kyle (piano)
Danny Barcelona (drums)
Arvel Shaw (bass)












sexta-feira, maio 11, 2012

A ADORÁVEL ANARQUIA MUSICAL DA DIRTY DOZEN BRASS BAND ESTÁ DE VOLTA.


Eu lembro como se fosse ontem do primeiro disco da Dirt Dozen Brass Band que escutei, e do estrago que ele provocou na maneira como eu via até então o jazz de New Orleans.

Foi 23 anos atrás, com o disco de estréia deles para a Columbia Records, “Voodoo”, uma pequena obra-prima que misturava a instrumentação clássica das bandas de rua com o rhythm & blues e o jazz moderno, numa atitude absolutamente transgressora e, ao mesmo tempo, festiva e dançante, com participações espetaculares de Dizzy Gillespie e Dr. John.

A grande sacada da Dirty Dozen Brass Band estava em usar o souzaphone para fazer a marcação do contrabaixo com a pulsação do funk – algo que ninguém tinha tentado antes.

Depois de ouvir esse disco, confesso que nunca mais tive a menor paciência com sonoridades clássicas de New Orleans paradas no tempo que se negam terminantemente a mergulhar no borbulhante e apimentado caldeirão musical de lá, que inclui ritmos caribenhos, cajun e influências recém-chegadas da Mãe Africa, .

Foi nessa mesma época – e em parte por causa disso -- que perdi completamente a paciência com o chorinho e com a atitude purista e babaca da imensa maioria dos chorões -- mas isso é um outro assunto, que não cabe aqui nesse texto, até porque é meio chatão.


O caso é que a Dirty Dozen Brass Band está de volta com um LP delicioso chamado “Twenty Dozen” para o selo Savoy Jazz.

Alguns setores da crítica reclamaram dele, alegando ser o mais ortodoxo e menos transgressor da carreira da banda.Eu, pessoalmente, discordo. É com certeza o álbum menos anárquico que eles já gravaram. Mas é um trabalho vigoroso, repleto de experimentos musicais iusitados e impressionantes.

A faixa de abertura, “Tomorrow”, por exemplo, começa como um número de rhythm & blues típico da cidade e evolui para um ska completamente ensandecido. De tirar o fôlego.

O proto-funk “Joop” é outro exemplo dessas experimentações. Começa como se fosse um tema de seriado de detetives dos anos 70 e acaba virando uma brincadeira deliciosa – e nada inconsequente -- entre os trumpetistas, os saxofonistas e o trombonista da banda.

E ainda tem uma releitura muito estranha -- mas bem divertida -- para “Don't Stop The Music”, de Michael Jackson, além de versões absolutamente histéricas – e igualmente divertidas -- para clássicos do repertório da cidade como “E-Flat Blues” e “When The Saints Go Marchin´ In”, diferentes de todas as outras já executadas pelas inúmeras Brass Bands de New Orleans. .


Enfim, dá para sentir que a Dirty Dozen Brass Band procurou privilegiar seu lado mais jazzístico em “Twelve Dozen” para satisfazer o pessoal da Savoy Jazz Records, que bancou o disco.

Isso não significa que eles tenham abandonado aquela anarquia adorável que eles promovem habitualmente, tanto nas gravações de estúdio quanto em apresentações ao vivo. Até porque não faria o menor sentido a Dirty Dozen Brass band abrir do seu grande diferencial apenas para se adequar a uma gravadora.

Agora, vai ser engraçado se -- ao contrário das Brass Bands tradicionais e dos grupos de Dixieland, que impoem normas de conduta relativamente rígidas a seus músicos – a Dirty Dozen Brass Band, do alto de seus 35 anos de carreira, estabelecer toda uma tradição da anarquia musical de New Orleans.

E, pior, fizer escola.

Aí, aquela cidade vai ficar ainda mais louca do que já é, podem ter certeza...


INFO:
http://www.allmusic.com/artist/the-dirty-dozen-brass-band-p6405/biography

DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/the-dirty-dozen-brass-band-p6405/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.dirtydozenbrass.com/

AMOSTRAS GRÁTIS:

terça-feira, abril 17, 2012

DR. JOHN ENCONTRA OS BLACK KEYS NUM LP BEM ANÁRQUICO, COMO NOS VELHOS TEMPOS




Quando o tarimbado arranjador, compositor e produtor John Mac Rebennack deixou Los Angeles e voltou para sua Louisiana natal em meados dos anos 60, disposto a mesclar toda a cultura musical creole, que conhecia melhor do que ninguém, ao rock psicodélico que explodia na Califórnia, a terra tremeu.

E de uma dessas fendas no solo saiu Dr. John, The Night Tripper, uma das figuras mais loucas da era Psicodélica, um "Voodoo Master" que jogou LSD no tradicional Gumbo e passou essas últimas 4 décadas oscilando entre o revisionismo das sonoridades clássicas de New Orleans e experiências sempre inusitadas, testando novas saídas musicais e interagindo com os novos músicos que vão surgindo na cena ano após ano.

Aos 72 anos de idade, esse grande artista continua inquieto.

Tanto que ano passado, trocando uma idéia com Dan Auerbach, líder dos Black Keys, comentou que sempre que ouve os discos dos Black Keys, lembra da hora da atitude que tinha quando gravou seus primeiros LPs, entre 1968 e 1972.

Foi quando Auerbach disse: “Então, vamos resgatar isso”.

E os dois seguiram para o estúdio de Auerbach em Nashville, reuniram músicos locais e trataram de esboçar um conceito modernoso para a clássica swamp music psicodélica de Dr. John, bem longe da foz do Mississipi.


Deu nesse "Locked Down", mais um disco inclassificável que deve provocar a ira daqueles que gostariam de ver Dr. John cantando "Such A Night" o resto da vida, e não conseguem.

Inclassificável e muito divertido, diga-se de passagem..

Em apenas 42 minutos de duração, Dr. John passeia por vários estilos musicais, sempre com uma leveza impressionante, e com a destreza de um menino.

Os números são todos bem sacanas, as cantoras do coro dão um toque underground bem putesco para os arranjos -- e assim o conjunto de 10 canções se encadeia de forma perfeita, como há muito não acontecia num disco seu.
                                                                                                              
Dr. John sempre teve a capacidade curiosa de deixar sua música ser impregnada por músicos mais jovens, mesmo sendo infinitamente mais aparelhado que eles. 

Claro que nem sempre essa habilidade conspira a favor dele.

Mas aqui, dessa vez, ele se deu bem. “Locked Down” é tão bom quanto a produção nos anos 60 e 70 desse mago musical dos pântanos da Louisiana. Talvez até melhor.

Ouçam e tirem suas próprias conclusões.


INFO:
http://www.allmusic.com/artist/dr-john-p4129/biography

DISCOGRAFIA:
 http://www.allmusic.com/artist/dr-john-p4129/discography

WEBSITE OFICIAL:
 http://www.drjohn.org/

AMOSTRAS GRÁTIS: