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domingo, julho 29, 2012

THE PHANTOM BLUES BAND REAFIRMA SUA ALMA AMERICANA EM "INSIDE OUT"


Quando Henry Saint Clair Fredericks Jr. -- ele mesmo, o fabuloso bluesman do Harlem, Nova York, conhecido por Taj Mahal -- montou uma banda só com craques para acompanhá-lo no disco e na tournée "Dancing The Blues" (1993), num momento particularmente incerto de sua longa carreira, mal ele sabia que estava apadrinhando o surgimento do melhor, mais criativo e mais eclético grupo de blues atualmente em atividade.

Desde então, a Phantom Blues Band tem sido uma combinação curiosa de talentos de vários músicos de estúdio muito tarimbados da região de Memphis, Tennessee, requisitadíssima por artistas como Bonnie Raitt, Joe Cocker e até B B King.

Comandada pelo organista Mike Finnigan -- que participou das bandas de Stephen Stills e Dave Mason nos anos 70 -- e pelo guitarrista Johnny Lee Schell -- colaborador de longa data de artistas como Bonnie Raitt e John Hiatt --, a Phantom Blues Band conta com uma cozinha impecável -- Larry Fulcher no contrabaixo e Tony Braunagel na bateria -- e ainda o sopro suingado do trumpetista Darrell Leonard e do saxofonista Joe Sublett, ambos texanos de Austin.

Juntos, eles trabalham um repertório que usa o blues e o rhythm & blues como ponto de partida para aventuras musicais as mais diversas pelo gospel, pelo jazz, por ritmos latinos, pela country music e, claro, também pelo rock and roll. Detalhe importante: sempre alternando 3 vozes diferentes na linha de frente do repertório  do grupo.

Se esse tipo de formação lembra um certo qunteto canadense que ficou famoso depois de ter sido banda de apoio de Bob Dylan no final dos anos 60, acredite: a semelhança com The Band não é mera coincidência.



Ninguém pode acusar o pessoal da Phantom Blues Band de imediatismo.

Seu primeiro disco, "Out In The Shadows" (2006), foi gravado quando a banda completou 13 anos de atividades, depois de participar de vários discos e tournées de Taj Mahal, e foi concebido com muita cautela, trazendo apenas duas composições dos integrantes e muitos covers de clássicos do rhythm & blues.

O segundo disco, "Footsteps", gravado no ano seguinte, já traz metade do repertório de autoria da banda, revelando o alto gabarito das composições de Finnigan e Schell e a pluralidade musical que torna o som da Phantom Blues band absolutamente inclassificável, mas completamente cativante.

Mas então, cinco anos se passaram sem nenhum disco novo da Phantom Blues Band, deixando no ar a pergunta: o que terá sido feito daquela banda espetacular, que estava indo tão bem?



Pois bem, a resposta a essa e outras perguntas está em "Inside Out", o muito aguardado terceiro disco ds Phantom Blues Band.

São 13 números -- metade de autoria deles próprios -- tão envolventes e tão agradáveis que fazem com que os 52 minutos de duração do disco passem voando.

Não é para menos: a combinação Hammond B3 mais uma guitarra limpa na linha de frente, com uma cozinha bem suingada e dois hornmen cuspindo fogo logo atrás, raras vezes funcionou tão bem quanto com esses experientes rapazes, e, particularmente, no contexto desse disco.

Entre as saídas musicais mais inusitadas estão alguns números soul rasgados como "So Far From Heaven", que conta com Joe Sample, dos Cruzaders, no piano, e "Change", um upbeat irresistível que lembra os áureos tempos da Muscle Shoals Rhythm Section.

Tem também uma releitura contagiante de "Shame, Shame", de Jimmy McCracklin, que resgata em grande estilo a essência do beat pedestre de Memphis, uma das instituições musicais americanas mais relevantes dos Século XX.

E, claro, não podemos esquecer da belíssima valsinha "It´s All Right", que lembra algumas das melhores contribuições de Robbie Robertson para o repertório de The Band.

Acreditem, não é pouca coisa o que temos aqui. É música de primeira grandeza.





A Phantom Blues Band pode não ser ainda uma grande instituição musical americana, mas caminha a passos largos para chegar lá em breve.

Basta mais um ou dois discos ousados e no mesmo padrão de excelência de "Inside Out", e pronto.

Quer um conselho? Não deixe para descobrir isso daqui a 4 ou 5 anos o que você pode descobrir hoje.

Siga a trilha gloriosa da Phantom Blues Band rumo à alma musical da América.



BIO-DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/phantom-blues-band-mn0000844831

WEBSITE OFICIAL 
http://www.phantombluesband.com/

AMOSTRAS GRÁTIS

segunda-feira, abril 16, 2012

O BLUESMAN DO OREGON CURTIS SALGADO ASSUME SUA PORÇÃO SOULMAN EM SEU NOVO LP


Muito triste constatar que, para alguns jornalistas meio bobões, o grande mérito de Curtis Salgado ao longo desses mais de 35 anos de excelentes serviços prestados ao blues e ao rhythm and blues ainda seja ter inspirado seu saudoso amigo John Belushi a criar o personagem Joliet Jake Blues, dos Blues Brothers, para a série de TV "Saturday Night Live" ,

Muita sacanagem reduzí-lo a isso, pois Curtis é um cantor e gaitista extraordinário -- algo que Belushi nunca foi, e nem sequer pretendeu ser em sua rápida passagem pelo Planeta Terra.

A maestria de Curtis Salgado no rhythm and blues, no jazz e na soul music faz dele – ao lado de Sugar Ray Norcia, Darrell Nulisch e Tad Robinson -- um dos pouquíssimos cantores brancos da cena do blues atual a ser levado a sério pela crítica especializada.

Suas performances são vigorosas, sua capacidade de comunicação com as bandas com que se apresenta é impressionante, e o alcance de sua voz lembra os grandes ícones do rhythm and blues dos anos 50, como Little Johnny Taylor, Johnny Guitar Watson e Bobby Blue Bland.


Trabalhou quase 20 anos como crooner de bandas e gaitista de aluguel, e só começou a gravar como artista solo no início dos anos 90, depois de uma longa temporada à frente do grupo Roomful Of Blues.

Sua carreira solo ia de vento em popa, com discos muito bem recebidos por crítica e público, quando em 2005 foi diagnosticado com câncer no fígado e teve que ser submetido a um transplante.



Em meio a um processo de recuperação muito difícil e doloroso, Curtis gravou um disco soberbo, em tom menor, acompanhado pela Phantom Blues Band de Taj Mahal chamado “Clean Getaway”, que tinha um jeitão indisfarçável de trabalho de despedida.

Mas o tempo passou, as dores também passaram, a iminência da morte se dissipou, e então Curtis Salgado assinou um belo contrato com a Alligator Records -- e acaba de retomar sua carreira com força total nesse novo disco chamado “Soul Shot”.



O título não podia ser mais acertado. É uma paulada na alma. Curtis Salgado volta acompanhado novamente pela Phantom Blues Band e mergulha de cabeça na soul music dos anos 60 com seu vozeirão anos 50.

O resultado é desconcertante, de tão bonito e fora do padrão.

"Soul Shot" é um bailão soul para ninguém botar defeito, comandado por um cantor honestíssimo em seus propósitos e muito bem sucedido em seus resultados.

Em suma: um disco admirável, extremamente bem produzido, com um som poderoso, e seguindo aquele padrão de excelência da Alligator que todos nós conhecemos.

Dêem as boas vindas (de volta à vida) para esse grande bluesman (e dublê de soulman) Curtis Salgado.


PS: Quem viu Curtis Salgado ao vivo mês passado em São Paulo, acompanhado pela Igor Prado Blues Band, teve o prazer de conhecer sua faceta mais blueseira, que talvez ressurja com mais força num de seus próximos trabalhos para a Alligator. Talvez. Vai saber....


INFO:
http://www.allmusic.com/artist/curtis-salgado-p121543/biography

DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/curtis-salgado-p121543/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.curtissalgado.com/

AMOSTRAS GRÁTIS: