quarta-feira, julho 02, 2014

PHISH UNE FORÇAS A BOB EZRIN E JÁ NÃO É MAIS UM PEIXE FORA D'ÁGUA NOS DISCOS DE ESTÚDIO.


Toda jam-band que se preze padece da mesma sina.

Seus discos de estúdio, por melhores que sejam, empalidecem sempre que equiparados a suas performances ao vivo.

Essa regra implacável vale tanto para bandas clássicas dos anos 60, como o Grateful Dead e a Allman Brothers Band quanto para jam-bands mais jovens, como o Phish, na estrada há "apenas" 31 anos.

Composto por músicos de altíssimo gabarito -- o guitarrista Trey Anastasio, o baterista John Fishman, o baixista Mike Gordon e o tecladista Page McConnell --, o Phish se afirmou rapidamente entre o público universitário desafiando definições musicais e fazendo nos palcos uma brincadeira na qual se revelaram imbatíveis:

Vira e mexe, sem aviso prévio, tocam discos clássicos de outros artistas na íntegra, seguindo a sequência original das faixas -- só que reinventando os arranjos à moda deles.






Pequenas legiões de fãs seguem p Phish em suas tournées na esperança de serem surpreendidos por setlists com a íntegra dos álbuns favoritos dos integrantes da banda -- como o "White Album" dos Beatles, "Remain In Light" dos Talking Heads, 'The Dark Side Of The Moon" do Pink Floyd ou "Quadrophenia" do Who.

Mas, independente disso, os 11 álbuns de estúdio da banda, apesar de muito bons, continuam sendo considerados tanto pela crítica quanto pelo público -- além, é claro, das mulheres e dos familiares mais próximos dos integrantes da banda -- como meros apêndices para suas performances ao vivo -- essas sim,  registradas em mais de 30 cds não menos que sensacionais.

Desanimados com essa situação, os rapazes do Phish passaram a direcionar as canções novas que compunham para seus álbuns solo, e com isso o Phish passou a entrar em estúdio para gravar discos com material inédito apenas de cinco em cinco anos, cumprindo sua cota de lançamentos anuais com álbuns gravados ao vivo.


Mas então, ano passado, numa conversa com o veterano produtor musical Bob Ezrin, veio a idéia de utilizar no próximo disco do Phish um processo inusitado de gravação bem diferente do "live in the studio" praticado por eles desde sempre.

E o resultado é esse "Fuego", que acaba de chegar às lojas.

É o disco de estúdio mais "vivo" de toda a história do Phish. E também o mais trabalhoso de todos eles, já que todos os instrumentos gravados separadamente por Ezrin, que conduziu o processo utilizando recursos comuns nos estúdios nos anos 70, mas que a maioria dos produtores e músicos mais jovens desconhecem por completo, ou então desistiram de usar por existirem soluções mais práticas e descomplicadas.

O resultado é uma vigorosa viagem musical do Phish, explorando combinações musicais sempre difíceis de definir em palavras, mas deliciosas de se ouvir.


Dizer mais o que desse grande LP?

Que a jam de 10 minutos que abre o disco é genial?

Que a homenagem que eles fazem ao Grateful Dead em "Devotion To A Dream" é emocionante?

Que "Halfway To The Moon" é uma das melhores canções que Lennon e McCartney não compuseram?

Que o Phish nunca gravou um repertório tão variado e ao mesmo tempo tão forte e coeso?

Ouçam "Fuego" e vocês vão entender o que eu estou tentando não dizer.


WEBSITE OFICIAL
http://phish.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/phish-mn0000333464/discography

AMOSTRA GRÁTIS 
PERFORMANCE ESPECIALÍSSIMA NO LIVE ON LETTERMAN 
CBS-TV 24 DE JUNHO DE 2014


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