por Chico Marques
Não deixa de ser uma grande ironia uma das melhores e mais criativas bandas americanas de Southern Rock da atualidade ser na verdade... canadense. Até parece troco por todas aquelas gracinhas disparadas contra o modo de vida do Canada pelos roteiristas de "South Park" ao longo de muitos e muitos anos.
Não deixa de ser uma grande ironia uma das melhores e mais criativas bandas americanas de Southern Rock da atualidade ser na verdade... canadense. Até parece troco por todas aquelas gracinhas disparadas contra o modo de vida do Canada pelos roteiristas de "South Park" ao longo de muitos e muitos anos.
O caso é que The Sheepdogs -- difícil imaginar um nome mais "sixties" para uma banda -- está na estrada desde 2006, dando murro em ponta de faca sem esmoecer e brigando por um lugar ao sol em meio à disputadíssima cena do rock adulto norteamericano.
Os três primeiros LPs da banda foram gravados às próprias custas, com distribuição bastante defitária até mesmo no Canadá. Nos Estados Unidos, conseguiram algum "airplay" apenas em college rádios da região de Minneapolis-Saint Paul.
Mas, mesmo com tudo conspirando contra eles, The Sheepdogs jamais cogitou jogar a toalha.
Foi só a partir de 2011 que a sorte começou a sorrir para esses bravos rapazes cabeludos.
A Rolling Stone Magazine promoveu um concurso nacional chamado "Choose The Cover - So You Want To Be A Rock And Roll Star" para escolher uma banda sem contrato com gravadora alguma para sair na capa da revista.
E eles venceram, ganhando não só destaque na capa da revista e notoriedade instantânea, mas também -- aliás, principalmente -- um contrato com a Atlantic Records, onde gravaram seu aclamado quarto LP, "The Sheepdogs" (2012), que serviu para estabelecer o grupo na cena musical americana.
Sintomaticamente, o recém-lançado quinto LP de The Sheepdogs é justamente o melhor e, ao mesmo tempo, o mais desencanado e menos ambicioso que a banda já gravou.
Seu nome? FUTURE NOSTALGIA (um lançamento Warner Bros. Records), mais um deliciosa aula de rock and roll rasgado no belo currículo da banda.
São 18 canções curtas, de no máximo quatro minutos de duração cada, quase todas perfeitamente assoviáveis, e com um frescor criativo que permite a eles passar ao largo do festival de clichês comuns tanto ao Southern Rock quanto ao Rock Psicodélico.
Os três primeiros LPs da banda foram gravados às próprias custas, com distribuição bastante defitária até mesmo no Canadá. Nos Estados Unidos, conseguiram algum "airplay" apenas em college rádios da região de Minneapolis-Saint Paul.
Mas, mesmo com tudo conspirando contra eles, The Sheepdogs jamais cogitou jogar a toalha.
Foi só a partir de 2011 que a sorte começou a sorrir para esses bravos rapazes cabeludos.
A Rolling Stone Magazine promoveu um concurso nacional chamado "Choose The Cover - So You Want To Be A Rock And Roll Star" para escolher uma banda sem contrato com gravadora alguma para sair na capa da revista.
E eles venceram, ganhando não só destaque na capa da revista e notoriedade instantânea, mas também -- aliás, principalmente -- um contrato com a Atlantic Records, onde gravaram seu aclamado quarto LP, "The Sheepdogs" (2012), que serviu para estabelecer o grupo na cena musical americana.
Sintomaticamente, o recém-lançado quinto LP de The Sheepdogs é justamente o melhor e, ao mesmo tempo, o mais desencanado e menos ambicioso que a banda já gravou.
Seu nome? FUTURE NOSTALGIA (um lançamento Warner Bros. Records), mais um deliciosa aula de rock and roll rasgado no belo currículo da banda.
São 18 canções curtas, de no máximo quatro minutos de duração cada, quase todas perfeitamente assoviáveis, e com um frescor criativo que permite a eles passar ao largo do festival de clichês comuns tanto ao Southern Rock quanto ao Rock Psicodélico.
Como conseguem isso?
É que, apesar de ter uma carreira já relativamente estabelecida e uma identidade musical bem definida, The Sheepdogs não abre mão de manter uma atitude de bar band que não só dá o tom a toda a produção da banda, como soa sempre extremamente saudável.
Segundo o baterista Sam Corbett, o que move The Sheepdogs é que nenhum dos integrantes da banda se leva a sério mais do que o estritamente necessário, pois, segundo ele, "não existe nada mais corrosivo para uma banda de rock de que abrir mão da descontração e do descompromisso".
Voltando a FUTURE NOSTALGIA, suas 18 canções ostentam sonoridades extremamente familiares, lembrando desde o Bad Company e o Led Zeppelin até a Allman Brothers Band e os Faces e -- pasmem! -- o Queen!
São números sempre muito melódicos e, ao mesmo tempo, bem marcados nas guitarras e quase sempre com vocais em três partes -- característica das bandas psicodélicas de origem folk vindas de San Francisco e Los Angeles, como Jefferson Airplane, Grateful Dead e Quicksilver Messenger Service.
Por conta de todas essas características às vezes conflitantes, fica muito complicado definir The Sheepdogs com palavras.
Não é uma jam band, mas, se necessário, embarca em improvisos longos sem fazer feio em momento algum.
Toca seguindo o figurino das bandas clássicas, mas possui um frescor musical que tem pouco ou nada a ver com elas.
E, para complicar mais ainda, seus integrantes parecem muito satisfeitos com toda essa indefinição e com todo esse descompromisso, que já viraram traços estilísticos da banda.
Trocando em miúdos, o grande diferencial de The Sheepdogs é justamente buscar sua relevância artística na pedra fundamental do rock and roll, já que quase niguém se dá ao luxo de fazer isso nos dias de hoje.
É uma banda de rock moderna com uma sonoridade atemporal, uma atitude artística desencanada e uma obra que -- não vejo exagero algum em dizer isso -- já pode servir como referência para as novas bandas que estão vindo por aí.
Por essas e outras, tem gente que se refere a The Sheepdogs como "a grande esperança branca e peluda que vem do Canadá".
Quero ver o pessoal responsável por "South Park" conseguir dormir com um barulho desses!
É que, apesar de ter uma carreira já relativamente estabelecida e uma identidade musical bem definida, The Sheepdogs não abre mão de manter uma atitude de bar band que não só dá o tom a toda a produção da banda, como soa sempre extremamente saudável.
Segundo o baterista Sam Corbett, o que move The Sheepdogs é que nenhum dos integrantes da banda se leva a sério mais do que o estritamente necessário, pois, segundo ele, "não existe nada mais corrosivo para uma banda de rock de que abrir mão da descontração e do descompromisso".
Voltando a FUTURE NOSTALGIA, suas 18 canções ostentam sonoridades extremamente familiares, lembrando desde o Bad Company e o Led Zeppelin até a Allman Brothers Band e os Faces e -- pasmem! -- o Queen!
São números sempre muito melódicos e, ao mesmo tempo, bem marcados nas guitarras e quase sempre com vocais em três partes -- característica das bandas psicodélicas de origem folk vindas de San Francisco e Los Angeles, como Jefferson Airplane, Grateful Dead e Quicksilver Messenger Service.
Há quem diga que a atitude da banda lembra cada vez mais a de bandas clássicas canadenses, como o Guess Who e o Bachman Turner Overdrive. Eu, pessoalmente, discordo um pouco disso. Na minha maneira de ver, The Sheepdogs é muito mais descolado que essas duas bandas mencionadas acima, pois seus discos fluem naturalmente e não parecem pautados por compromissos pontuais com produtores.
Outro ponto a favor de The Sheepdogs é que, apesar das canções da banda serem muito familiares, a maneira como as canções são executadas pela banda e encadeadas nos discos é sempre surpreendente e inusitada.
Por conta de todas essas características às vezes conflitantes, fica muito complicado definir The Sheepdogs com palavras.
Não é uma jam band, mas, se necessário, embarca em improvisos longos sem fazer feio em momento algum.
Toca seguindo o figurino das bandas clássicas, mas possui um frescor musical que tem pouco ou nada a ver com elas.
E, para complicar mais ainda, seus integrantes parecem muito satisfeitos com toda essa indefinição e com todo esse descompromisso, que já viraram traços estilísticos da banda.
Trocando em miúdos, o grande diferencial de The Sheepdogs é justamente buscar sua relevância artística na pedra fundamental do rock and roll, já que quase niguém se dá ao luxo de fazer isso nos dias de hoje.
É uma banda de rock moderna com uma sonoridade atemporal, uma atitude artística desencanada e uma obra que -- não vejo exagero algum em dizer isso -- já pode servir como referência para as novas bandas que estão vindo por aí.
Por essas e outras, tem gente que se refere a The Sheepdogs como "a grande esperança branca e peluda que vem do Canadá".
Quero ver o pessoal responsável por "South Park" conseguir dormir com um barulho desses!
http://www.thesheepdogs.com/
AMOSTRAS GRÁTIS
DISCOGRAFIA COMENTADA
http://www.allmusic.com/artist/the-sheepdogs-p1046629/discographyAMOSTRAS GRÁTIS
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