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domingo, junho 18, 2017

NOSSO ANIVERSARIANTE DESTE DOMINGO TAMBÉM ATENDE PELO NOME BILLY SHEARS


CELEBRAMOS O ANIVERSÁRIO DE 75 ANOS
DE SIR JAMES PAUL MCCARTNEY
RESGATANDO UMA PERFORMANCE DO WINGS
NA LENDÁRIA TOURNÉE DE 1975
QUE FINALMENTE ESTABELECEU SUA CARREIRA SOLO
E AFASTOU DE VEZ O FANTASMA DOS BEATLES
QUE AINDA PAIRAVA SOBRE SEUS PROJETOS.

ENJOY...

  












segunda-feira, maio 04, 2015

RON SEXSMITH VOLTA COM UM NOVO LP DELICADO, ACOLHEDOR E INSPIRADÍSSIMO.


É muito difícil tentar entender como um artista do quilate de Ron Sexsmith permanece atrelado à cena independente.

Mais difícil ainda é conseguir explicar.

Ron é um gênio pop, mestre absoluto em criar melodias marcantes, mais ou menos do mesmo naipe de Paul McCartney, Brian Wilson e Elton John.

Canadense de Toronto, já era para ele ter-se tranformado em cidadão do mundo.

Mas, misteriosamente, ele continua sendo "o cantor e compositor canadense Ron Sexsmith" para os formadores de opinião, que insistem em não ressaltar suas inúmeras virtudes artísticas, sabe-se lá porque. 

De nada adiantou Elvis Costello espalhar aos quatro ventos, no início dos Anos 1990, que não havia melhor "tunesmith" no ramo do que Ron. 

O fato é que, aos 30 anos de carreira, Ron permanece um ilustre desconhecido perante o grande público.


Pois Ron Sexmith está de volta com mais um disco impecável -- o 14° de sua carreira.

"Carousel One", um lançamento Compass Records, traz 16 novas canções desse mestre pop, e, acredite ou não, pelo menos metade delas ficam grudadas na nossa cabeça logo após a primeira audição.

Chega a ser impressionante que Ron consiga ser tão melódico compondo da guitarra, e não no piano -- suas canções são quentes, acolhedoras, delicadas e, ao mesmo tempo, intensas e emocionalmente inteligentes.

Ron é um storyteller que consegue combinar em suas canções influências tão diversas quanto Harry Nilsson, Tim Hardin e Ray Davies, e ainda assim soar absolutamente pessoal.

Chamar seu repertório de "silly love songs", como faziam com Paul McCartney, é quase um absurdo, tamanha a densidade de suas canções. Alguns críticos andaram fazendo isso nos últimos anos. Injustamente.

Algumas dessas novas canções de Ron Sexsmith são alegres, outras melancólicas, e outras apenas reflexivas -- sem contar que "Carousel One" traz pelo menos dois rocks bem interessantes. 

O importante é que, no conjunto, essas 16 canções formam mais uma coleção de canções excepcional de Ron Sexsmith, que não vai desagradar a nenhum iniciado em sua obra e deve certamente conquistar novos aficcionados.


A produção é do especialista Jim Scott, que mantém a sonoridade de "Carousel One" despojada o suficiente para poder ressaltar todas as virtudes das canções sem recorrer a excessos nos arranjos. 

Provavelmente, ainda não será ainda dessa vez que Ron Sexsmith será descoberto pelo grande público.

Mas talvez seja melhor assim.

Ron zela por seu público, não tem mais paciência para dar murros em ponta de faca e é bem-sucedido à sua maneira.

Quem precisa mais do que isso?





terça-feira, maio 22, 2012

LADIES AND GENTLEMEN, THIS IS TOM JONES!


Eu admiro Tom Jones desde menino.

Adorava seu programa de TV “This Is Tom Jones”, cheio de convidados muito especiais, que ia ao ar pela TV Record por volta de 1970. Não perdia um. Lembro bem do dia em que vi Ray Charles cantando lá. Se bem que lembro também de uns cantores bem cafonas -- como Engelbert Humperdinck e Caterina Valente -- que batiam o ponto por lá.

Os anos foram passando e, conforme fui crescendo, fui percebendo que, apesar de seu talento, Tom Jones era quase tão cafona quanto a maioria dos seus convidados, e que os arranjos da orquestra que o acompanhava eram de gosto altamente dicutível.

Custei a entender como alguém com uma voz tão espetacular quanto a dele podia escolher tão mal seu repertório, alternando verdadeiras aberrações como “Delilah” e “Help Yourself” com números espetaculares como “She´s a Lady” e “It´s Not Unusual”.

Mais alguns anos se passaram, e vi Tom Jones indo direto para o fundo do poço, virando cantor country em discos deploráveis e cada vez mais prisioneiro da cena artística decadente de Las Vegas.


A partir dos anos 90, no entanto, Tom Jones cansou daquilo tudo, voltou para a Inglaterra e começou a flertar com o pop mais modernoso feito por lá, saindo em em busca do lugar ao sol na cena musical que, até palavra em contrário, era seu por direito. 

Primeiro com aquela gravação espetacular de "Kiss", de Prince, com o pessoal do Art Of Noise, que sacodiu as pistas de dança do mundo inteiro. 

E depois, com o magnífico álbum de duetos "Reload!", onde desfila um repertório bem moderno e contracena com grandes estrelas do rock e do pop, num verdadeiro triunfo artístico.

De lá para cá, ele vem gravando um disco melhor que o outro, sempre agradando crítica e público, e resgatando a dignidade de sua carreira a olhos vistos.


“Spirit In the Room”, recém-lançado, é o disco mais despojado de Tom Jones em toda a sua carreira.

Produzido por Ethan Johns, oscila entre o folk e o gospel em números sempre levados no violão ou na guitarra com uma base rítmica bem simplificada.

É curioso constatar o quanto Tom Jones demonstra estar à vontade nesse contexto -- justo ele, habituado a disparar seu vozeirão sobre instrumentações exageradas.

“Spirit In the Room” abre com uma versão delicadíssima para “Tower Of Song”, de Leonard Cohen, simplesmente de arrepiar, 

E o que vem a seguir é impressionante: canções nada óbvias -- e escolhidas a dedo -- dos songbooks de Paul McCartney, Paul Simon, Richard Thompson, Joe Henry e Tom Waits, uma mais linda e sob medida para sua voz que a outra.

Tom Jones está atualmente com 72 anos de idade, e a 2 anos de completar 50 anos de carreira. Continua cantando muito bem, e sua voz não parece dar sinais de cansaço -- se bem que muito do exibicionismo vocal que ele ostentava em sua juventude parece estar totalmente fora de questão no seu trabalho atual, sempre pautado com muita sensatez pelo "menos é mais".

"Spirit In The Room" faz para a carreira de Tom Jones algo semelhante ao que a série "American Recordings" -- produzida "no osso" por Rick Rubin -- fez por Johnny Cash. Não é um projeto tão radical -- mas é tão intenso quanto, e fornece a dimensão real da sua grandeza artística.

Escutem a gravação que ele fez para o blues "Soul Of A Man", de Blind Willie Johnson, e me digam se esse bravo senhor galês de um metro e meio de altura não canta como um gigante?

Vida longa a Mr. Tom Jones!



INFO:
http://www.allmusic.com/artist/tom-jones-p13357/biography

DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/tom-jones-p13357/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.tomjones.com/

AMOSTRAS GRÁTIS:

sexta-feira, abril 06, 2012

A VOLTA TRIUNFAL DO JAZZ CRISTALINO DE CHICK COREA E GARY BURTON


A reclamação mais constante que se ouve da produção jazzística do pianista Chick Corea é que é cerebral demais e divertida de menos.

Só que essa reclamação nunca valeu para os deliciosos discos que grava de tempos em tempos ao lado do vibrafonista Gary Burton.

Corea e Burton formam uma parceria extremamente bem sucedida que já dura 38 anos, e que se renova a cada 12 meses numa nova série de shows que, eventualmente, acabam virando discos também.

Em todas essas apresentações -- e também em todos esses LPs -- a sensação que fica é que os dois estão sempre brincando no palco como se fossem seus heróis musicais Milt Jackson e John Lewis.

E, claro, se divertindo mais do que a platéia.



“Hot House” é o oitavo e mais recente desses LPs.

Aqui, eles passeiam por um repertório bem variado, que inclui temas de Art Tatum, Bill Evans, Dave Brubeck, Tadd Dameron e Thelonious Monk.

Perfeitamente combinados com eles, temos também uma releitura lindíssima de “Eleanor Rigby”, de John Lennon e Paul McCartney, e dois números clássicos da bossa nova assinados por Tom Jobim: “Chega de Saudade” e “O Amor Em Paz”.

Aliás, passear é um termo adequadíssimo para definir o que eles fazem nesses encontros musicais.

De qualquer maneira, o resultado final desses encontros é sempre jazz impressionista de primeiríssima grandeza.

Para fugir um pouco ao descompromisso do repertório habitual deles nos últimos tempos, os dois números de encerramento de “Hot House” são originais intrincados -- mas nem por isso sisudos -- de Chick Corea, que contam com a participação da Harlem String Orchestra: “My Ship” e “One For Mozart”.

Ah, que bom seria se todos os casamentos fossem prósperos e saudáveis quanto o desses dois...


INFO
http://www.allmusic.com/artist/chick-corea-p66463/biography
http://www.allmusic.com/artist/gary-burton-p6212/biography

DISCOGRAFIAS
http://www.allmusic.com/artist/chick-corea-p66463/discography
http://www.allmusic.com/artist/gary-burton-p6212/discography

WEBSITES OFICIAIS
http://www.chickcorea.com/
http://www.garyburton.com/

AMOSTRAS GRÁTIS