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quarta-feira, abril 11, 2012

CAIO BOSCO MERGULHA DE CABEÇA NAS ÁGUAS PROFUNDAS DA SOUL MUSIC EM SEU NOVO DISCO


Eu me considero uma das pessoas menos indicadas para escrever uma apreciação crítica do novo disco desse jovem soulman talentoso e esforçado chamado Caio Bosco.

É que eu o conheço bem.

Vejo o Caio há sei lá quantos anos correndo atrás de uma personalidade para seu trabalho, pesquisando incessantemente os mais diversos gêneros e experimentando água de todas as fontes musicais disponíveis.

Ele é um daqueles artistas que já nascem com mentalidade de produtor, e que não sossegam enquanto não encontram a melhor moldura sonora para suas canções – mesmo que esse processo exija uma disponibilidade de tempo que ele, como cantor e compositor, nem sempre tem.

Mas o legal é que, nesse embate meio esquizofrênico consigo mesmo, a música de Caio sai sempre ganhando.


Foi assim com os dois discos que fez à frente do Radiola Santa Rosa entre 2004 e 2006, quando ainda usava o nome Caio Dubfones e circulava pela cena hip-hop com um trabalho "low profile" extremamente original.

E foi assim também com o EP “Diamante”, o primeiro gravado com seu nome Caio Bosco, 3 anos atrás, onde deixava o hip-hop de lado e brincava de Tim Buckley e de Beck Hansen em 6 canções no mínimo inusitadas – eu, pessoalmente, adoro “Eu Não Quero Ser Sua Garota Nunca Mais”, composta depois de presenciar uma discussão entre um casal de meninas.

Pois agora, em 2012, com esse recém-lançado “Caio Bosco”, ele volta novamente repaginado e se afirma como “blue-eyed soulman”, soltando a voz em números expressivos e delicados como “Em Frente”, que remete a Curtis Mayfield no início dos anos 70, e também “Miss High Times”, onde mistura Jorge Ben pré-Banda do Zé Pretinho com grooves que lembram Norman Whitfield.


Caio não mediu esforços para que seu novo disco soasse analógico.

Enviou os tapes para o especialista Jim Waters, responsável por verdadeiros milagres sonoros em discos do Sonic Youth e do Jon Spencer Blues Explosion, além de Lucinda Williams e R L Burnside, e aqui ele repete a dose em grande estilo.

Para completar, "Caio Bosco" foi masterizado em Nova York pelo também especialista Fred Kervokian, responsável pelo arremate final na brincadeira.


Enfim, o motivo pelo qual sou uma das pessoas menos indicadas para escrever uma apreciação crítica do novo disco do Caio Bosco é que eu só consigo ver as virtudes dele, que não são poucas.

É um artista emergente admirável, que, com um pouco de sorte, ainda vai dar muito o que falar.

Claro que ele ainda não é um artista consumado. Ninguém o é.

E claro que Caio ainda pode melhorar muito, tanto como cantor e compositor quanto como produtor – e vai melhorar, sempre, até porque é um artista inquieto em busca da maneira mais acertada de se expressar musicalmente.

No momento, o que ele tem para oferecer é esse cd aqui: “Caio Bosco”.

Acreditem, não é pouco.



WEBSITE OFICIAL:
http://caiobosco.com/

Já à venda na Nova DISQUERIA, em Santos


AMOSTRAS GRÁTIS:



segunda-feira, abril 09, 2012

DENTRO DE JANIVA MAGNESS, MORA UMA NEGONA COM UM VOZEIRÃO MARAVILHOSO



Janiva Magness é o blues em pessoa.

Sua biografia é uma sucessão de desastres pessoais. Seus pais se suicidaram quando ainda era adolescente em Detroit. Depois, foi morar nas ruas e engravidou acidentalmente aos 17 anos, sendo obrigada a entregar o filho para adoção. Mais adiante, caiu na bebida, nas drogas e na prostituição.

Diz ela que sua vida mudou quando viu Otis Rush ao vivo num nightclub em Minneapolis. Foi quando ela decidiu que queria ser cantora. De blues e soul music. Sabia que tinha voz para isso. Daí, começou a trabalhar nesse projeto como se sua vida dependesse disso, até conseguir dar certo.

Verdade ou não, ela seguiu para Los Angeles em busca de uma chance no meio musical, e não podia ter chegado lá num momento pior. O ano era 1986, não havia espaço para artistas que não soassem como Michael Jackson, Prince ou Madonna.

Mesmo assim, ela insistiu. Deu muito com a cabeça na parede, mas então, em 1996, depois de dez anos de muita batalha, ela finalmente conseguiu estrear em disco com seu blend de blues, rhythm and blues e soul music.

E de lá prá cá não parou mais.


"Stronger For It" é seu oitavo disco -- e o terceiro gravado para a Alligator Records, que se empenhou em dar um gás todo especial a sua carreira.

Para isso, ela teve que deixar um pouco de lado os blues mais tradicionais e redirecionar seu repertório para um mix de soul pedestre de Memphis com o swing funkeado de New Orleans e o blues moderno de Chicago.

Valeu a pena. Até porque deu certo. As composições de Janiva ajudaram bastante, pois são todas de primeira linha, envolventes e grudentas na medida certa. E os quatro covers escolhidos para esse disco, no mínimo deliciosos.

Só nos resta torcer para que essa fórmula de sucesso de Janiva Magness não se esgote rapidamente, para que possamos desfrutar de mais discos como esse "Stronger For It".

Se você ainda não teve o prazer de ouvir Janiva Magness soltando sua voz, prepare-se.

Para o melhor, claro.



INFO:
http://www.allmusic.com/artist/janiva-magness-p289536/biography

DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/janiva-magness-p289536/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://janivamagness.com/

AMOSTRAS GRÁTIS: