Eu sou admirador incondicional de Scott Weiland.
Na primeira vez que ouvi o Stone Temple Pilots,
foi na saudosa Rádio Enseada FM
através do cd de estréia da banda
que meu amigo Marcelo 'Panda" Belluzzo
tinha comprado na Blaster Discos
e não via a hora de programar na emissora.
Pensei a princípio que fosse uma banda de Seattle.
Quando vi que eles eram de Los Angeles,
eu pensei comigo mesmo:
"Esse cara não só é o herdeiro de Jim Morrison,
como ainda vai engolir toda essa molecada
lá do andar de cima da Costa Oeste".
Errei feio na minha previsão.
Scott revelou ter uma personalidade atrapalhada
e uma carreira errante demais.
Independente disso, continuei achando o Stone Temple Pilots
bem melhor que todas as bandas de Seattle juntas,
incluindo o Nirvana.
Quando Scott tentou uma carreira solo,
gravou um disco tão estranho quanto magnífico:
"12-Bar Blues", fortemente influenciado por Kurt Weill,
extremamente idiossincrático,
e que foi muito mal digerido pelos fãs dos Pilots.
Fiasco total de vendas.
O jeito foi voltar para sua velha banda
e calcular melhor seus próximos passos.
O que teria sido fácil, se Scott não gostasse tanto de heroína
e calcular melhor seus próximos passos.
O que teria sido fácil, se Scott não gostasse tanto de heroína
e não tivesse tanta dificuldade em cumprir compromissos de trabalho.
Sua passagem pelo Velvet Revolver foi genial e desastrosa,
tudo ao mesmo tempo.
Todos os discos solo que gravou antes e depois disso tudo
Todos os discos solo que gravou antes e depois disso tudo
são bastante confusos e sem foco.
Mas todos, até aquele com canções de Natal,
são estranhamente intensos e bons.
são estranhamente intensos e bons.
Concluindo: não deve ser fácil ser Scott Weiland,
mas com certeza deve ser muito divertido.
Pois Scott Weiland está de volta,
com uma banda nova chamada The Wildabouts
com uma banda nova chamada The Wildabouts
e um LP novo chamado "Blaster"
(lançamento Softdrive Records).
Fãs dos Stone Temple Pilots vão respirar aliviados:
"Blaster" aposta na mesma alquimia que fazia
dos álbuns da banda produtos finais tão equilibrados,
com rocks vigorosos se alternando com baladas melódicas
do início ao fim do disco,
mas sempre com uma surpresa ou outra pelo caminho.
mas sempre com uma surpresa ou outra pelo caminho.
Fãs do Velvet Revolver também vão respirar aliviados,
pois os rocks vigorosos de que falei no parágrafo acima
são, na verdade, um pouco mais do que apenas rocks vigorosos:
são rocks truculentos e mito violentos,
como os que brilham nos dois discos que Scott Weiland
gravou com o Slash, Duff McKagan e Matt Sorum,
todos membros do Guns & Roses original.
Eu acho que um dos motivos principais
pelo qual Scott tem sérias dificuldades
em forjar uma carreira solo para si próprio
é o fato de gostar demais de fazer parte de bandas.
"Blaster" não esconde isso.
Os rapazes dos Wildabouts fazem de tudo para acomodar bem Scott,
e deixá-lo o mais à vontade possível,
sacrificando inclusive sua própria identidade musical em prol da dele.
O resultado final é muito bom,
soa às vezes como os Pilots,
outras vezes como o VR.
O problema é que tudo é sempre familiar demais.
E isso, neste caso, pode ser tanto uma bênção
quanto uma maldição para The Wildabouts.
Torço para que nos próximos álbuns
-- se houverem outros álbuns com eles --
Scott permita que desenvolvam uma cara própria.
É uma banda muito boa.
Pode brilhar muito mais.
E as canções são todas ótimas.
Na verdade, uma melhor que a outra.
Se eu tiver que escolher minhas favoritas,
fico com as mais mansas:
“Way She Moves”,
“Youth Quake”,
“Beach Pop”,
e a estranhíssima “Circles”.
Mas os rocks são ótimos também,
verdadeiras patadas musicais,
vide "Modzilla"
e "Way She Moves"
Eu recomendo "Blaster".
É o melhor disco solo de Scott Weiland
desde sua estréia em "12-Bar Blues".
É o mais bem resolvido
e menos idiossincrático também.
Acho que Scott nunca vai conseguir fazer
o disco perfeito que todos esperam dele,
até porque, aos 48 anos de idade,
ele continua sempre o primeiro a conspirar
ele continua sempre o primeiro a conspirar
contra qualquer modalidade de perfeição.
Eu prefiro gostar de "Blaster" como ele é,
apesar dele só sinalizar com ousadias mais para o final do disco.
Mas está de bom tamanho para o momento.
Se essa banda conseguir aturar Scott mais um ou dois anos,
quem sabe não tenhamos alguma surpresa maior logo logo...
AMOSTRAS GRÁTIS
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