Mostrando postagens com marcador Linda Ronstadt. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Linda Ronstadt. Mostrar todas as postagens

domingo, julho 16, 2017

NOSSA ANIVERSARIANTE DESTE SÁBADO É SIMPLESMENTE UMA DAS CANTORAS MAIS VERSÁTEIS QUE O PLANETA TERRA JÁ TEVE O PRAZER DE CONHECER.


LINDA RONSTADT CHEGA
AOS 71 ANOS DE IDADE
LUTANDO CONTRA O MAL DE PARKINSON
QUE A OBRIGOU A SE APOSENTAR
PRECOCEMENTE ALGUNS ANOS ATRÁS.

SAUDAMOS LINDA
RESGATANDO 4 SHOWS
DE ESTILOS BEM DISTINTOS
GRAVADOS ENTRE 1976 E 1990:

O PRIMEIRO, NA ALEMANHA EM 1976,
TEM UMA LEVADA BEM COUNTRY ROCK.

O SEGUNDO, AO VIVO EM L.A., 1980,
JÁ É BEM ROQUEIRO.

O TERCEIRO É UMA AVENTURA MUSICAL
COM A NELSON RIDDLE ORCHESTRA
PELO GREAT AMERICAN SONGBOOK.

E O QUARTO RESGATA SUAS RAÍZES MEXICANAS
ATRAVÉS DAS CANÇÕES QUE SEU PAI
GOSTAVA DE OUVIR E DE CANTAR

PARA ENCERRAR, UMA ENTREVISTA LIGEIRA
DE LINDA RONSTADT PARA DIANE SAWYER
EXPLICANDO COMO É VIVER COM PARKINSON.

ENJOY...














terça-feira, maio 12, 2015

PREPAREM SEUS CORAÇÕES: J. D. SOUTHER, O PRÍNCIPE DA CALIFÓRNIA, ESTÁ DE VOLTA.

John David Souther é um príncipe da cena do bittersweet country rock californiano.

Nunca teve a projeção de seus amigos Jackson Browne e James Taylor. Não quis permanecer coadjuvante de Linda Ronstadt, sua ex-namorada e melhor intérprete, com quem gravou duetos lindíssimos. Podia ter sido um dos Eagles, mas permaneceu aguardando seu momento, que quase chegou em 1972. E quase chegou novamente em 1974. E quase chegou em 1978 e 1984, até que, endividado com gravadoras, ele cansou, e seguiu por outros caminhos.

Sumiu do mapa musical pop americano por nada menos que 25 anos.

Voltou oito anos atrás, já sessentão, com um trabalho classudo e jazzificado, totalmente diferente do que fazia antes, onde além de se reinventar como compositor, passou a explorar seu belo timbre vocal de forma ampla e inusitada, deixando no ar a pergunta: 

Será que é dessa vez que a carreira musical de J. D. Souther vai finalmente deslanchar para valer?
A julgar por seu novo disco, "Tenderness" (um lançamento Sony Masterworks), credenciais não faltam para isso.

Dessa vez ele uniu forças ao grande produtor Larry Klein -- parceiro de Joni Mitchell em seus discos derradeiros --, que montou uma banda impecável com Dean Parks (guitarras), David Pilch (baixo), Jay Bellerose (bateria), Patrick Warren (teclados) e Till Bronner (trompete) para por a prova os arranjos que preparou para as novas canções de Mr. Souther.

Canções ótimas, diga-se de passagem. Algumas com um sotaque mais jazzístico, outras com um sotaque mais folk, outras mais pop -- gêneros musicais pelos quais ele trafega tranquila e delicadamente desde sempre.

O conceito do "Tenderness", que batiza o disco, vem da canção "Dance Real Slow", uma balada lindíssima, de partir o coração. 

Igualmente linda é "This House", só que ainda mais intimista, e mais em sintonia com o trabalho que ele desenvolvia nos anos 1970. 

"Horses In Blue" vai pelo mesmo caminho, e lembra suas inspiradíssimas colaborações com Linda Ronstadt. 

E o que dizer de "Come What May", um número que já nasce com jeitão de stardard para qualquer cantor ou cantora que se habilite?

É bom lembrar que o jazz dá a luz de sua graça em várias faixas do disco. "Downtown (Before The War)" é um número intrincadíssimo, desde a composição ao arranjo. 

E "Show Me What You Mean", num uptempo extremamente perigoso, como o próprio título já indica, traz a voz de Mr. Souther se entrelaçando com uma trama de piano e trompete propositadamente desalinhados, proporcionando resultados sensacionais.

Eu, se tiver que escolher um número favorito, fico com "Need Somebody", uma balada adoravelmente melancólica, que lembra vagamente "The Sad Cafe", dos Eagles -- mas infinitamente superior.
Como eu disse lá atrás, credenciais não faltam a John David Souther para que sua carreira decole afinal, e ele deixe de ser exclusividade de uns poucos que ainda lembram de seu início de carreira nos anos 1970, à frente do Lonesome Pennywhistle e da Souther Hillman Furay Band, e de seus notáveis primeiros discos solo.

Só nos resta torcer para que, aos 69 anos de idade, o tão esperado reconhecimento ao trabalho deste californiano da gema, requintado e talentoso, venha finalmente dessa vez.

"Tenderness" merece a sua atenção. 

Não deixe esse belo disco passar desapercebido em sua vida. 



AMOSTRAS GRÁTIS




quarta-feira, novembro 05, 2014

LUCINDA WILLIAMS DECLARA INDEPENDÊNCIA E COLHE UM BELO TRIUNFO ARTÍSTICO


Lucinda Williams não é -- na verdade, nunca foi -- uma artista fácil.

Talentosa e temperamental, ela sempre foi cobiçada pela Indústria Fonográfica por suas habilidades como compositora, mas sempre foi considerada problemática como artista solo por desafiar produtores e executivos constantemente em nome de um perfeccionismo que muitas vezes soava mais como um capricho pessoal do que propriamente como uma atitude artística fundamentada.

Nascida em 1953 em Lake Charles, Louisiana, ela é filha de Miller Williams, professor de literatura e poeta de prestígio, com vários livros publicados e passagens por Universidades em todos os cantos dos Estados Unidos, além de Santiago, Chile, e Cidade do México.

Lucinda herdou do pai a paixão por country music e blues, e também o espírito aventureiro e o diletantismo artístico que, de certa forma, colaboraram muito para que ela demorasse a achar um foco claro para seu trabalho como cantora e compositora.

Perambulou anos e anos entre New Orleans, Austin, Los Angeles e Nova York como artista folk e só foi conseguir uma chance para gravar um LP através do selo Folkways no final dos anos 1970.

Mesmo assim, o blend de blues, country e folk de seus trabalhos iniciais não serviu para abrir portas em nenhuma dessas cenas musicais bem distintas.

E então ela passou a ser vista como uma artista inclassificável pela Indústria Fonográfica, que, por sua vez, era assumidamente avessa a qualquer coisa que não soasse como “Thriller”, de Michael Jackson, naqueles famigerados primeiros anos da década de 80.


Mas Lucinda insistiu, e conseguiu lançar seu LP seguinte pelo selo inglês Rough Trade, que operava basicamente com bandas independentes, como The Smiths e outras.

Com isso, conseguiu chamar a atenção de quem estava atento às novas manifestações musicais vindas do outro lado do Atlântico.

E então, suas canções começaram a ser descobertas e gravadas por gente como Mary Chapin Carpenter, Linda Ronstadt e, claro, Emmylou Harris.

Tudo isso abriu finalmente as portas de um selo americano, Elektra Records, onde Lucinda gravou o excelente “Sweet Old World” (1993), novamente mesclando diversos gêneros musicais.

Mas, dessa vez, deu a sorte de emplacar um single nas paradas country: a irresistível “Passionate Kisses”.


Foi quando sua carreira finalmente começou a decolar.

Seu trabalho seguinte, “Car Wheels On A Gravel Road”, resultado de um parto complicadíssimo envolvendo confusões com vários produtores – entre eles, Rick Rubin e Roy Bittan – e duas gravadoras em litígio, acabou vendo a luz do dia pela Mercury Records, e finalmente trouxe o reconhecimento do grande público ao trabalho de Lucinda Williams – que passou a ser vista como um Townes Van Zant ou um Steve Earle de saias, ou coisa que o valha.

De lá para cá, a carreira de Lucinda Williams parou de apresentar problemas -- ao menos, por algum tempo.

Apesar de continuar insistindo em desafiar classificações, ela foi muito bem recebida no selo Lost Highway, especializado em artistas country desalinhados do mainstream de Nashville.

Passou a gravar discos de 2 em 2 anos, sempre alternando canções de amor e desespero com números de rock and roll fulminantes, abraçando diversos segmentos de público e tornando-se cada vez mais popular.


Pois agora chegou a hora dela declarar independência e montar seu próprio selo: Highway 20 Records.

“Down Where The Spirit Meets The Bone”, seu mais novo trabalho, é altamente desafiador, e retoma uma veia mais rústica que havia se perdido em discos anteriores, produzidos por craques como Don Was, sempre de olho no mercado.

Trata-se de um álbum duplo com 20 -- ótimas -- canções e 105 minutos de duração que funciona como uma viagem pelo universo temático de Lucinda Williams: as relações imperfeitas e o amor que se confunde com outros sentimentos e se perde.

Temos aqui menos melancolia e mais atitude que o habitual -- uma atitude bluesy, truculenta, bem crua, forjada em guitarras rasgadas, como o próprio título do disco sugere.

Pode-se dizer sem engano que o disco 1 é mais mundano, funcionando do umbigo para fora, enquanto o disco 2 lida com temas mais pessoais, do umbigo para dentro.

Ou seja: tem desde comentários sociais contundentes como "West Memphis" e "East Side Of Town" quanto canções de amor rasgadas como "Everything But The Truth" e "This Old Heartache" -- isso além de um poema de seu pai que ela decidiu musicar, entitulado "Compassion", a abre o disco.

Sua banda de apoio é, basicamente, The Imposters, cedida gentilemente pelo amigo Elvis Costello.

E as participações especiais de guitarristas de naturezas tão diferentes quanto Bill Frisell e Tony Joe White já deixam claro que "Down Where The Spirit Meets The Bone" trafega por diversas vertentes musicais -- nenhuma delas estranha a Lucinda Williams.


Se o disco tem algum defeito, é justamente ser longo demais, e menos conciso que outros grandes discos de Lucinda, como "Car Wheels In A Gravel Road" e Essence" -- mas antes pecar pelo exagero do que pelo racionamento de talento.

O importante é que Lucinda Williams não nega fogo em momento algum em "Down Where The Spirit Meets The Bone", e se afirma como uma artista inconformada com as regras do mercado musical respaldada por de um "cult following" grande o suficiente para aplaudir suas atitudes e dar sinal verde para que ela siga o rumo que achar melhor em sua carreira.

Pois foi isso que ela fez aqui.

"Down Where The Spirit Meets The Bone" não é só um triunfo artístico indiscutível.

É o álbum que a coloca definitivamente no mesmo patamar artístico de seus contemporâneos Bob Dylan, Neil Young, Joni Mitchell e John Hiatt.

Nada mal para uma garota rebelde da Louisiana.



WEBSITE OFICIAL
http://lucindawilliams.com/?fp=true

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/lucinda-williams-mn0000837215/discography

AMOSTRAS GRÁTIS
i