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terça-feira, fevereiro 13, 2018
domingo, março 01, 2015
JOSEPH ARTHUR CELEBRA LOU REED COMUNGANDO DA MESMA ATITUDE ICONOCLASTA PERANTE VIDA E ARTE
A carreira musical de Lou Reed foi uma carreira plena.
Em quase 50 anos desde o surgimento do Velvet Underground até "Lulu", seu último suspiro artístico ao lado do Metalllica, Lou experimentou praticamente tudo o que lhe veio à cabeça, muitas vezes arrumando encrencas monumentais tanto com seu público quanto com as gravadoras RCA, Arista e Sire, que nem sempre aprovavam seus projetos mais diletantes.
Se ficou faltando fazer alguma coisa em sua carreira, talvez tenha sido um álbum acústico com releituras de seus grandes sucessos -- se bem que em "Perfect Night Live In London" (1997) ele chegou perto desse conceito, só que optou por trabalhar um repertório mais obscuro.
O novo álbum de Joseph Arthur, "Lou" (um lançamento Vanguard), pretende ser um tributo carinhoso e pouco reverente a Lou Reed, de quem era amigo pessoal.
Mas o caso é que a falta de reverência foi tamanha que o projeto acabou ganhando contornos amplos e se transformando em muito mais que um mero tributo.
"Lou", da maneira como foi gravado, é um mergulho criativo na obra de um grande artista.
Totalmente acústico, e repleto de releituras que, vez ou outra, tornam números muito conhecidos do repertório de Mr. Reed irreconhecíveis, "Lou" dispensa bateria, baixo e instrumentos adicionais para recriar apenas com voz, violão e piano algumas das canções mais marcantes de duas, três ou quatro gerações.
São doze canções no total.
Abre com uma versão minimalista de "Walk on the Wild Side", sem o cinismo habitual e com uma ternura para com os personagens da canção jamais antes imaginada por Lou.
"Stephanie Says" traz vocalizações em reverb que transformam os versos da canção quase num diálogo.
"Heroin" vira um blues rasgado, como Lou jamais imaginou gravá-la antes.
"Wild Child" e "Sattelite Of Love" transformam-se em baladas hipnotizantes,
"NYC Man" e "Coney Island Baby" ganham contornos inusitados na voz gutural de Joseph Arthur.
E "Pale Blue Eyes" e "Magic and Loss" deixam de ser flertes com a morte para transformarem-se em celebrações à vida em tom menor.
Joseph Arthur nasceu em Akron, Ohio, 40 anos atrás, mas caiu fora de lá assim que pôde.
Foi tentar a sorte no circuito folk da Califórnia, e em 1997 deu a sorte -- e também o azar -- de ser descoberto por Peter Gabriel, que o contratou para seu selo New World, voltado prioritariamente para artistas de world music.
Seu primeiro disco para o selo, “Big City Secrets”, serviu para tirá-lo do ghetto folk e projetá-lo para o público de Peter Gabriel.
Só no seu terceiro trabalho, “Come To Where I'm From” (2000), com produção de T-Bone Burnett e uma levada mais country rock, Joseph Arthur conseguiu atingir um público mais amplo.
Devidamente amparado pela Virgin Records, ele começou a desenvolver projetos mais ambiciosos, sempre influenciado por Gabriel e seguindo conselhos de amigos como Joe Henry e T-Bone Burnett.
Levou alguns anos até a Virgin finalmente se desinteressar dele, mas quando isso aconteceu, ele já era uma força emergente na cena independente.
De lá para cá, gravou uma série de Lps e EPs impeacáveis com sua banda The Lonely Astronauts para seu selo próprio, mesclando folk com pop em contextos sonoros no mínimo inusitados e firmando-se como um dos compositores mais solicitados da cena atual.
Joseph Arthur é um compositor prolífico, e nunca pensou em gravar um disco de covers antes de "Lou".
Talvez por isso mesmo, e também por admirar Lou Reed tão profundamente, essa homenagem ganhou contornos tão especiais e tão pessoais.
O que se pode concluir depois de ouvir "Lou" é que Lou Reed e Joseph Arthur compartilham da mesma atitude iconoclasta perante suas vidas e sua arte.
Da mesma forma que Lou não via nenhuma barreira entre seu trabalho como cantor-compositor e fotógrafo, Joseph adora dizer que sua obra musical e suas pinturas são uma coisa só, que ele chama carinhosamente de “Museum Of Modern Arthur”.
Ou seja: existem mais afinidades entre o autor da homenagem e o homenageado do que pode supor nossa vã filosofia.
Essas afinidades estão todas presentes em "Lou", um disco a ser descoberto.
AMOSTRAS GRÁTIS
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quinta-feira, abril 26, 2012
O INCANSÁVEL JOSEPH ARTHUR SE REINVENTA DE NOVO NESTE AMBICIOSO "REDEMPTION CITY"
Quando vejo artistas como Joseph Arthur, lembro na hora de
meu amigo de infância Zéllus Machado, falecido recentemente.
Assim, como Zéllus, Joseph Arthur só não
emplacou no mainstream porque seus múltiplos talentos de alguma forma
conspiraram contra isso.
Seus shows sempre misturam recitais de canções com oficinas
de pintura -- e muitas vezes, enquanto os músicos de sua banda tocam, Joseph pinta uma tela em algum canto do palco.
Seu público – bem dirigido, e bem reduzido - delira sempre que faz isso.
Seu público – bem dirigido, e bem reduzido - delira sempre que faz isso.
Artistas como eles dois passam a vida brigando por um lugar
ao sol, e jamais abrem mão de seus ideais artísticos para se adequarem ao
mercado fonográfico.
E não fazem isso intencionalmente.
Fazem porque não conseguem conceber o trabalho que
desenvolvem finalizado de outra maneira que não seja “a maneira deles”.
É quase uma sina.
É quase uma sina.
Joseph Arthur nasceu em Akron, Ohio, 40 anos atrás, mas caiu
fora de lá assim que pôde.
Foi tentar a sorte no circuito folk da Califórnia, e em 1997
deu a sorte -- e também o azar -- de ser descoberto por Peter Gabriel, que o
contratou para seu selo New World, voltado prioritariamente para artistas de
world music.
Seu primeiro disco para o selo, “Big City Secrets”, serviu
para tirá-lo do ghetto folk e projetá-lo para o público de Peter Gabriel. No
entanto, as dificuldades financeiras da New World impediram que ele recebesse a
promoção que merecia, ficando perdido num limbo artístico por quase três anos.
Só no seu terceiro trabalho, “Come To Where I'm From”
(2000), com produção de T-Bone Burnett e uma levada mais country rock, Joseph
Arthur conseguiu atingir um público mais amplo.
Devidamente amparado pela Virgin Records, ele começou a
desenvolver projetos mais ambiciosos, sempre influenciado por Gabriel e
seguindo conselhos de amigos como Joe Henry e T-Bone Burnett.
Levou alguns anos até a Virgin finalmente se desinteressar
dele. Mas quando isso aconteceu, Joseph Arthur já era uma força emergente na
cena independente.
De lá para cá, gravou uma série de Lps e EPs impeacáveis com
sua banda The Lonely Astronauts para seu selo próprio, mesclando folk com pop
em contextos sonoros no mínimo inusitados e firmando-se como um dos
compositores mais solicitados da cena atual.
Diz, orgulhoso, que sua obra com músico e como pintor são uma
coisa só -- que ele chama, gargalhando, de “Museum Of Modern Arthur”.
Pois bem, no início de Janeiro, sete meses depois de lançar
seu último disco, Joseph Arthur decidiu não fazer uma versão industrial de seu
trabalho seguinte, e o lançou direto em seu website, para download gratuito.
Até aí, nada demais. Muitos artistas tem feito isso de uns tempos
para cá, liberando demos, tapes variados e gravações que ficaram fora de discos
anteriores.
Só que “Redemption City” não é uma coleção de sobras.
Muito pelo contrário: é um disco coeso, com 24 canções novas, performances muito bem acabadas e produção impacável.
Muito pelo contrário: é um disco coeso, com 24 canções novas, performances muito bem acabadas e produção impacável.
Segundo Arthur, tanto esse esse “Redemption City” quanto “Boogie
Christ”, que deve ser lançado em breve, já estavam prontos antes de “The
Graduation Ceremony”, seu disco do ano passado, e ele já está terminando mais
um – daí, não pareceu fazer sentido segurar todo esse material até surgir uma
oportunidade comercial para lançá-los.
E ele tem razão: “Redemption City” vem na mesma trilha de excelência de seus
trabalhos anteriores.
É uma viagem urbana extremamente climática – semelhante em
parte às promovidas por Lou Reed em “New York” e David Bowie em “Station To
Station” -- onde a delicadeza musical de Joseph Arthur se expressa em diversos
formatos.
Tem desde números de rock and roll acelerados como “Travel
As Equals” e “No Surrender Comes For Free”, até baladas em tom de sonho como
“You´re Not The Only One”, com climas que remetem a Leonard Cohen, Peter Wolf ,
John Cale e – porque não? – Peter Gabriel, seu primeiro mentor musical.
Para um disco conceitual, até que “Redemption City” é bem
contagiante -- não permite em momento algum que o peso do conceito prejudique a valor
individual das canções que compõem o conjunto.
Enfim, é mais um álbum ousado na carreira de Joseph Arthur. Que ele, pelo visto, queria que todos ouvissem --
mesmo sem ver um tostão de royalties.
Sendo assim, faça a sua parte: baixe “Redemption City” direto
do website de Joseph Arthur, sem sentimentos de culpa, e tire suas próprias
conclusões.
Só não deixe esse belo disco desse artista multitalentoso passar
batido.
O Museum of Modern Arthur agradece sua visita.
INFO:
http://www.allmusic.com/artist/joseph-arthur-p202311/biography
DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/joseph-arthur-p202311/discography
WEBSITE OFICIAL:
http://www.josepharthur.com/
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quarta-feira, maio 25, 2011
AS SEMPRE INCESSANTES AVENTURAS MUSICAIS DE BEN HARPER E JOSEPH ARTHUR (por Chico Marques)



Sempre que alguém usa o termo “superbanda”, logo se imagina músicos que passaram por bandas importantes no passado associados em projetos caça-níqueis altamente rentáveis, mas pouco recomendáveis artisticamente.
O conceito de “superbanda” surgiu nos anos 1970, quando qualquer pequeno arranhão no ego de qualquer membro de qualquer banda de rock já era o suficiente para desencadear uma carreira solo -- 90% das vezes duvidosa e, conseqüentemente, desastrosa.
Para que estrelas pop perdulárias conseguissem arcar com as dívidas decorrentes dessas aventuras solo, o jeito era embarcar em uma dessas “superbandas” promovidas pelas próprias gravadoras, e que tinham lá suas vantagens: não chegavam a ser comprometedoras, já que duravam pouco, rentabilizavam rápido e eram rapidamente esquecidas pelo grande público.
Foram tantas “superbandas” naquela época – Beck Bogert & Appice, West Bruce & Laing, Asia, KGB, The Firm, etc. etc. etc. – que, aos poucos, o público cansou e desistiu delas. O oportunismo delas ficou acintoso demais. Ninguém mais conseguia se impressionar com projetos oportunistas desse tipo.
E então, quando tudo parecia perdido, surgiram duas superbandas realmente autênticas, fruto de camaradagem verdadeira entre músicos muito talentosos. Uma era o Little Village -- de John Hiatt, Nick Lowe, Ry Cooder e Jim Keltner. E a outra, The Traveling Wilburys -- de George Harrison, Bob Dylan, Roy Orbison, Tom Petty, Jeff Lynne e (novamente) Jim Keltner.
Pois foi nesse mesmo espírito do Little Village e dos Traveling Wilburys que surgiu ano passado a superbanda folk Fistful Of Mercy, muito festejada pela crítica, que reunia os veteranos Ben Harper e Joseph Arthur com o jovem Dhani Harrison, filho de George Harrison. Os três se internaram por 3 dias num estúdio em Los Angeles, onde finalizaram em grupo várias canções que haviam sido esboçadas individualmente, e partiram numa tournée pela Europa para promover o disco -- que, diga-se de passagem, marcou presença em 9 de cada 10 listas de melhores do ano passado.
Agora, oito meses mais tarde, enquanto Dhani Harrison prepara aos poucos seu primeiro trabalho solo, Ben Harper e Joseph Arthur já estão de volta ao expediente normal com suas bandas, e acabam de lançar discos solo no mínimo interessantes.



Ben Harper convocou pela segunda vez o grupo Relentless7 para seu décimo primeiro LP de estúdio, “Give Till It´s Gone”, uma coleção de canções bem urgentes que aparentemente não puderam esperar por um “álbum de conceito”. Não é uma ironia, e sim um fato: são poucos os discos de estúdio de Harper que não seguem uma orientação temática e um planejamento extremamente cuidadoso. E nesse planejamento está incluída sua persona enigmática e múltipla, sempre flexível a ponto de permitir que ele se comporte às vezes como guitar hero, outras vezes como cantor e compositor, e quase sempre como o carismático band leader de uma jam band. Aos 42 anos de idade, já velho conhecido do público brasileiro, é um dos artistas mais intensos da cena musical americana e um compositor de talento raro, que a cada nova investida se revela ainda mais interessante.
“Give Till It´s Gone”, gravado inteiramente na “garagem estúdio” da casa do amigo Jackson Browne, é um disco bem diferente dos outros que Harper lançou de 1994 para cá -- quase sempre à frente dos Innocent Criminals --, apesar de seguir fielmente a cartilha de nunca se assumir como artista de um ou outro gênero musical. Números não muito acelerados como “Rock & Roll Is Free” fazem contraponto a baladas belíssimas como “I Will Not Be Broken” e “Pray That Our Love Sees The Dawn”, num conjunto de canções bem consistente, Além disso, conta com participações inspiradas de Jackson Browne, o anfitrião, e também de Ringo Starr, que se convidou para a brincadeira por indicação do “sobrinho” Dhani Harrison.

Nesse novo trabalho, Ben Harper optou novamente por simplificar a produção e gravar todas as faixas ao vivo no estúdio. Brinca com sonoridades dissonantes, deixa a banda tocar solta, e foge de todas as armadilhas de produção que sufocaram “Diamonds On The Inside” -- uma de suas melhores coleções de canções até hoje, mas também um de seus discos mais datados em termos sonoros. Harper aprendeu que, para sobreviver gravando discos com material inédito no mercado atual, o ideal é seguir os ensinamentos de quem é da cena independente e está habituado a fazer milagres com verbas menores. Todo mundo ganha com isso: as canções brilham mais, a gravadora pressiona menos e tudo fica muito mais fácil de tocar ao vivo nas tournées. Harper trocou muitas figurinhas com Joseph Arthur -- um especialista em produções rápidas, rasteiras e bem realizadas -- durante as sessões de gravação do disco do Fistful Of Mercy ano passado, e já saiu aplicando as lições aqui. Ele, definivamente, não perde tempo.


Joseph Arthur é bem menos conhecido que Ben Harper, apesar de estar na estrada há quase tanto tempo quanto ele. Nascido em Akron, Ohio, 39 anos atrás, ele foi tentar a sorte no circuito folk da Califórnia, e em 1997 deu a sorte, e também o azar, de ser descoberto por Peter Gabriel, que o contratou para seu selo New World, voltado prioritariamente para artistas de world music. Seu primeiro disco para o selo, “Big City Secrets”, serviu para tirá-lo do ghetto folk e projetá-lo para o público de Peter Gabriel. No entanto, as dificuldades financeiras da New World impediram que ele recebesse a promoção que merecia, e acabou perdido num limbo artístico por quase três anos. Só no terceiro trabalho, “Come To Where I'm From” (2000), com produção de T-Bone Burnett e uma levada mais country rock, Joseph Arthur conseguiu atingir um público mais amplo. Devidamente amparado pela Virgin Records, ele começou a desenvolver projetos mais ambiciosos, sempre influenciado por Gabriel e seguindo conselhos de amigos como Joe Henry e T-Bone Burnett. Levou alguns anos até a Virgin finalmente se desinteressar dele. Mas quando isso aconteceu, Joseph Arthur já era uma força emergente na cena independente. De lá para cá, gravou uma série de Lps e EPs impacáveis com sua banda The Lonely Astronauts para seu selo próprio, mesclando folk com pop em contextos sonoros no mínimo inusitados e firmando-se como um dos compositores mais solicitados da cena atual.

Seu novo LP, “The Graduation Ceremony”, vem nessa mesma trilha de excelência, e é, desde já, um sério candidato a melhor disco deste ano. Repleto de canções intensas e serenas, nele a delicadeza musical de Joseph Arthur se expressa em diversos formatos. Desde o folk-pop de “Out On A Limb” e “Almost Blue”, cujo vigor lembra Jeff Buckley, até baladas pungentes como “Watch Our Shadows Run” e “Face In The Crowd”, com falsetes que lembram um pouco Neil Young no início dos anos 1970. Apesar dessas referências, não se engane: é um trabalho completamente original, de um artista muito pouco conhecido aqui no Brasil, e que merece ser devidamente descoberto. Detalhe: Joseph Arthur é também pintor, e suas aquarelas são muito expressivas. A linda capa de “The Graduation Ceremony” é mais um belo exemplo de seus múltiplos talentos.

Tanto Ben Harper quanto Joseph Arthur são de uma geração de artistas que aboliu rótulos para poder passear por diversos gêneros musicais sem virar vítimas das famigeradas classificações de mercado -- que os coleguinhas da Billboard Magazine tanto defendem.
Suas contínuas aventuras musicais vão longe. Podem ter certeza de que, antes mesmo do final deste ano, tanto um quanto outro já estará flertando com algum novo projeto para o ano que vem. Os dois são incansáveis.
É graças à iniciativa de artistas incansáveis e inclassificáveis como Ben Harper e Joseph Arthur que a cena musical americana não cansa de se reinventar, mesmo durante a maior crise de história da Indústria Fonográfica.
BEN HARPER
DISCOGRAFIA, FOTOS E ENTREVISTAS
http://altoeclaro.blogspot.com/2011/05/senhoras-e-senhoresben-harper.html
JOSEPH ARTHUR
DISCOGRAFIA, FOTOS E ENTREVISTAS
http://altoeclaro.blogspot.com/2011/05/senhoras-e-senhores-joseph-arthur.html
HIGHLIGHTS: BEN HARPER
"GIVE IT TILL IT´S GONE"
HIGHLIGHTS: JOSEPH ARTHUR
"THE GRADUATION CEREMONY"
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