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terça-feira, junho 20, 2017

NOSSO ANIVERSARIANTE DESTA TERÇA É SIMPLESMENTE UM DOS GÊNIOS POP MAIS IDIOSSINCRÁTICOS DE TODOS OS TEMPOS


É NO MÍNIMO CURIOSO CONSTATAR QUE
PAUL MCCARTNEY E BRIAN WILSON,
DOIS GÊNIOS POP QUE SE ADMIRAM
MUTUAMENTE HÁ MAIS DE 50 ANOS,
NASCERAM NÃO SÓ NO MESMO ANO 
COMO COM APENAS DOIS DIAS DE DIFERENÇA.

 NESTA SEMANA, TANTO PAUL MCCARTNEY QUANTO
BRIAN WILSON COMPLETAM 75 ANOS DE IDADE,
E NÓS AQUI CELEBRAMOS RESGATANDO
DUAS ENTREVISTAS MUITO SIMPÁTICAS  
CONCEDIDAS AO WEB PROGRAM STUDIO Q

ENJOY...



















sábado, abril 25, 2015

BRIAN WILSON CHEGA A UM PORTO SEGURO EM SUA CARREIRA SOLO COM "NO PIER PRESSURE"


Pelo visto, 2015 vai ser o ano de Brian Wilson.

Em Junho próximo, pouco antes do início oficial do Verão, estréia nos cinemas americanos sua cinebiografia: "Love & Mercy".

Quem interpreta Brian jovem nos Anos 60, à frente dos Beach Boys, é Paul Dano. 

Já John Cusack será o Brian inchado de remédios e esquizofrênico dos Anos 70 e 80, dominado por seu psiquiatra, o pilantra Dr. Eugene Landy -- interpretado no filme pelo fabuloso Paul Giamatti.

A julgar pela recepção calorosa que teve no Festival de Toronto e no Festival de Berlin, "Love & Mercy" tem grandes chances de tornar o filme adulto mais interessante do próximo verão americano. 

Chega num momento em que Brian Wilson parece estar totalmente recomposto em termos artísticos e criativos do mau estar que vitimou sua carreira por quase 20 anos -- desde o malogro do projeto "Smile", de 1967, quando ele pirou, até seu ressurgimento artístico como artista solo, em 1988.
O retorno de Brian foi lento e doloroso.

Em seu primeiro disco, "Brian Wilson", gravado para a Sire Records com um orçamento avantajado, onde se viu cercado de amigos e admiradores por todos os lados -- mas sob a rédea curta de seu psiquiatra o tempo todo --, Brian revelou tantas inseguranças e tamanha fragilidade em suas canções que chega a ser difícil escutá-las com prazer, apesar de serem quase todas ótimas.

Seus trabalhos seguintes, mais casuais, e já sem o Dr. Landy bufando em seu cangote, podem até ser menos expressivos. Mas são mais agradáveis aos ouvintes. Em compensação, parecem ter uma importância mais terapêutica do que artística.
Enquanto Brian melhorava, ele seguia trabalhando. Embarcou em tournées internacionais, apresentando "Pet Sounds" na íntegra com uma banda enorme. Parecia feliz. Mas só era feliz mesmo dentro de uma Zona de Conforto que ele administrava de uma maneira meio confusa. Buscava refúgio nas "sonoridades de estimação" que sempre o acolheram bem, e às quais estava acomodado.

Aparentemente, uma coisa vital parecia ter-se perdido de forma irremediável naquele longo processo: a capacidade de Brian Wilson ousar.
Mas, de uma hora pra outra, Brian Wilson topou voltar a trabalhar com o maestro e arranjador Van Dyke Parks, seu parceiro em "Smile", o disco de 1967 causador de todo esse trauma, o grande álbum que nunca aconteceu, sua obra prima inacabada.

Depois de brincaram em torno de vários temas novos com jeitão atemporal, a idéia de retomar "Smile" acabou surgindo naturalmente. 

E então, em 2004, os dois finalmente finalizaram "Smile". Lançaram o disco. E o trauma acabou. A partir daí, a vida de Brian começou a andar para a frente novamente. E ele deu início a um ciclo de discos excelentes como "That Lucky Old Sun", seu retorno à Capitol Records depois de muitos e muitos anos de litígio, e suas homenagens "Brian Wilson Reimagines Gershwin" e "Brian Wilson In The Key Of Disney".
Até que, alguns anos adiante, em 2012, aconteceu o belíssimo retorno dos Beach Boys originais em 2002, comemorando em grande estilo os 50 anos de carreira da banda. Brian Wilson e Al Jardine voltaram a falar com Mike Love e Bruce Johnston, com quem estavam rompidos há muitos anos, e com o guitarrista Dean Marks, que havia tocado com a banda bem no início dos Anos 1960.  

O disco de retorno dos Beach Boys, magnífico, se chamou "That's Why God Made The Radio".  Concebido por Brian como uma espécie de Canto do Cisne para a banda, foi recebido como uma espécie de epílogo criativo para a banda, repleto de lindas novas canções de Brian e performances muito inspiradas de todos os envolvidos.
Para promovê-lo, os Beach Boys programaram uma tournée que, infelizmente, não foi muito longe, pois em pouco tempo as velhas diferenças afloraram novamente e as relações voltaram a ficar insustentáveis entre eles. Mike Love discordava do uso ostensivo do repertório do disco novo, insistia num "arroz com feijão nostálgico". Brian achava a idéia um horror, ridiculamente pequena para um projeto daquela magnitude. Ao final da primeira etapa da tournée, Brian desistiu de brigar e pediu para sair. Até porque, na sua cabeça, estava mais do que na hora de devolver os Beach Boys ao passado. 

O caso é que, apesar de todas as rusgas, Brian Wilson, Al Jardine e Dean Marks, além de Blondie Champlin e Ricky Fataar, mantiveram a proximidade, e, de alguma maneira, deram continuidade ao que haviam iniciado em "That's Why God Made The Radio".
Várias dessas colaborações aparecem agora nesse surpreendente novo álbum de Brian Wilson, "No Pier Pressure", um lançamento Capitol.

Don Was, de certa forma, facilitou bastante as coisas, pois estava produzindo um projeto meio maluco que envolvia Brian Wilson e Jeff Beck, entre outros artistas. Beck caiu fora, o projeto desandou e ainda havia muito tempo de estúdio disponível. Foi quando ele e Brian, além do letrista Joe Thomas, mergulharam de cabeça e finalizaram a maioria dessas canções de "No Pier Pressure". 

Tem tanto canções lindíssimas quanto canções desprezíveis aqui, como de hábito nos discos de Brian -- todas emolduradas por um singelo tema de abertura (This Beautiful Day) e um tema de encerramento curioso e divertido (The Last Song).
Das cinco belas canções em que divide a cena com Al Jardine, ao menos uma delas é seguramente uma obra-prima (Whatever Happened). Tem uma segunda que chega bem perto disso, em que dividem a cena com a talentosa caipirinha Kacey Musgraves (Guess You Had To Be There).

Já o encontro de Brian com o She & Him de Zooey Deschanel e M. Ward (On The Island) é muito, muito divertido. Tente imaginar Karen Carpenter meio bêbada depois de alguns drinks coloridos num resort caribenho? É por aí...

Já a associação com o estranhíssimo Nate Ruess simplesmente não funcionou. "Saturday Night" parece um descarte daqueles álbuns bem fraquinhos que os Beach Boys gravaram nos Anos 1980 que caíram rapidamente no esquecimento -- como "Getcha Back".
 Apesar de todos esses altos e baixos, é muito importante que, nesse momento em que está em plena evidência, Brian renasça artisticamente num flerte aberto com artistas de gerações mais jovens.

Quem o conhecer no cinema através em "Love & Mercy", vai gostar de vê-lo assim tão jovial, modernoso e cheio de atitude nesse "No Pier Pressure"

Tudo bem que Brian sofre de Síndrome de Peter Pan desde sempre, mas nunca podemos esquecer que -- ao menos fisicamente -- ele um senhor de 73 anos de idade. 

O grande valor de Brian, além de seu talento e sua força de vontade, é justamente essa sua recusa de virar um ítem de Nostalgia qualquer, como tantos outros colegas de geração.

Brian Wilson é a personificação do Endless Summer.

WEBSITE OFICIAL

DISCOGRAFIA BRIAN WILSON

DISCOGRAFIA BEACH BOYS

AMOSTRAS GRÁTIS




sexta-feira, fevereiro 27, 2015

VENHA CONHECER UMA CALIFORNIA POUCO ENSOLARADA COM CAMPER VAN BEETHOVEN


De todas as bandas estranhas e dificeis de rotular surgidas nos anos 1980, o Camper Van Beethoven é serio candidato ao título de Banda Mais Iconoclasta da Cena Independente.

Muito antes de existir o que hoje chamamos de Indie Rock, o cantor e guitarrista David Lowery e seus colegas de banda já misturavam punk com folk, mais ska e world music num repertório bem laid-back, à moda do Grateful Dead, numa mistureba sonora que alguns tentaram classificar como folk-rock surrealista.

Mas o caso é, depois de três albuns independentes muito badalados entre a crítica, mas pouco conhecidos do grande público, eles conseguiram um contrato com a Virgin, que decidiu promovê-los de forma intensa. 

E então, quando o "Our Beloved Revolutionary Sweetheart", o quarto álbum, foi lançado, ficou claro que o excesso de produção proposto pela irgin havia não só desfigurado o Camper Van Beethoven como também criado celeumas internos difíceis de ser contornados. 

Resultado: o Camper Van Beethoven não aguentou e desmoronou em 1989. 



Durante os anos 90, cada integrante seguiu para um lado. Dave Lowery montou o Cracker, uma banda com sonoridade bem roqueira que conseguiu fazer uma carreira muito interesssante, com vários hits bem posicionados nas paradas do início dos anos 1990, como "Low" e a genial "Teen Angst (What The World Needs Now)", que rivalizou na época com "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana, na condição de hino de uma geração. O baixista Victor Krummenacher e o guitarrista Greg Lisher retomaram o Monks Of Doom, banda que eles tinham antes de entrar para o Camper Van Beethoven. Quanto ao violinista e trecladista Jonathan Segel, montou o estranhíssimo Hyeronimous Firebrain, e depois o duo Jack & Jill.

E então, em 2002, quando ninguém mais pensava que o Camper Van Beethoven poderia um dia voltar, eles ressurgiram do nada com um disco no mínimo estranho: "Tusk", onde regravaram o clássico álbum duplo do Fleetwood Mac de 1980 faixa por faixa, em covers um tanto quanto estranhos. Na verdade, esse disco nem deveria ter sido lançado. Os membros da banda não sabiam se conseguiriam voltar a tocar juntos novamente e decidiram tocar um album que todos gostavam e conheciam bem.

Mas de lá para cá tudo parece ter clareado para o Camper Van Beethoven, e eles vem produzindo discos conceituais muito divertidos como "New Roman Times" (2004), sobre o Estado do Texas, e "La Costa Perdida" (2013), sobre a California.



Agora, eles voltam com "El Camino Real" (2014)

É um disco estranhamente sombrio, estranhamente "laid back", mas  muito vigoroso.

Na verdade, é composto por canções que sobraram de "La Costa Perdida" sobre a California. Todas elas fortes o suficiente para funcionar não exatamente como uma sequência daquele projeto. mas como um apêndice. 

Claro que todos os que, por algum motivo, não conhecem "La Costa Perdida", poderão perfeitamente ouvir "El Camino Real" como um album autônomo, sem prejuízo algum qualquer das partes envolvidas.

O som clássico do Camper van Beethoven está lá, em números extremamente marcantes como "Come Down The Coast", "Northern California Girls", "The Ultimate Solution" e "Dockweiller Beach".

A grande surpresa fica por conta de "Grasshopper", faixa de encerramento do disco, que busca um meio termo impossível entre as sonoridades dos Beach Boys e do Grateful Dead, numa tentativa de mergulhar na essência musical da California.

Eu pessoalmente achei "El Camino Real" muito mais do que apenas um disco intenso e delicioso de uma banda que não cansa de nos surpreender com reviravoltas em sua decida retomar sua idéia de biografia.

Sufjan Stevens tem algo a aprender com eles, caso decida retomar seu projeto de mapear musicalmente os Estados Unidos em seus álbuns.

É que, com o Camper Van Beethoven, esse mapeamento nunca segue pelas estradas principais.

Eles melhor do que ninguém sabem que as estradas vicinais são as que contém as grandes supresas e as melhores revelações.







AMOSTRAS GRÁTIS

domingo, julho 22, 2012

OS BEACH BOYS CONTEMPLAM O FIM DO VERÃO ETERNO NUM NOVO DISCO SERENO E ADORÁVEL


A última vez que Brian Wilson uniu forças aos Beach Boys, nem é bom lembrar.

Foi há exatos 27 anos, naquele disco sem nome que trazia canções medianas como "California Calling", "Getcha Back" e "Just A Matter Of Time", e outras bem fraquinhas, quase desprezíveis.

Na ocasião, os Beach Boys viviam em pé de guerra -- e não era guerra de areia, não.

Al Jardine e Mike Love batiam boca em público com muita frequência, e por pouco um não arrancou o escalpo do outro numa entrevista no talk-show de Johnny Carson.

Enquanto isso, Brian saía de um tratamento psiquiátrico aparentemente eficaz, mas bastante controvertido -- até porque transformou em parceiro nas suas composições o seu psicanalista, um certo Dr. Eugene Landy, que mais tarde foi impedido de exercer a profissão, acusado de cometer abuso psicológico em seus pacientes, e acabou expulso da Ordem dos Psicoterapeutas da California.

Eram tempos muito estranhos aqueles, e a produção da banda naquele momento refletia bem isso..

Tanto que, logo depois desse disco, Brian Wilson caiu fora e saiu em carreira solo, Mike Love interditou Al Jardine e tomou as rédeas da banda, não sossegando até transformar os Beach Boys numa banda nostálgica da pior espécie, fazendo tournées caça-níqueis que desonravam de forma flagrante o seu passado glorioso.


Mas então, em 2011, "Smile", o disco clássico inédito dos Beach Boys, de 1967, finalmente viu a luz do dia numa edição luxuosa e muito carinhosa da Capitol Records, supervisionada pelo próprio Brian -- que, apesar de ter realizado o disco praticamente sozinho na época, fez questão de chamar todos os sobreviventes da banda para participar deste resgate musical tão aguardado por todos os fãs da banda.

Na verdade, isso tudo já era uma prévia do grande evento que iria acontecer agora, em 2012: as comemorações de 50 anos de atividade da banda, com direito a disco novo com material inédito e uma tournée mundial com os sobreviventes das várias formações da banda.

Uma empreitada ambiciosa, sem dúvida.

Que, se por um lado gerava uma grande espectativa, por outro não despertava muita confiança em ninguém, a julgar pelo que os Beach Boys produziram nesses 27 anos -- apesar de ter o aval de Brian Wilson, que nunca deixou de gravar discos solo belíssimos nesse período.

O caso é que ninguém imaginava que, a essa altura do campeonato, depois de tantas desavenças e tanto desrespeito com a própria história da banda, os Beach Boys pudessem ressurgir das cinzas e se reafirmar novamente como a grande banda que sempre foi. 


Pois bem: confesso que minha primeira audição desse "That's Why God Made The Radio" foi feita com muita desconfiança.

Primeiro, procurando novidades no trabalho da banda e não achando.

Depois, estranhando um pouco o pastiche que Brian fez unindo os arranjos clássicos da fase "Pet Sounds" com o padrão sonoro da banda dos anos 80.

E então, procurando defeitos nas novas canções.

Tudo em vão.

O caso é que as canções são lindas. E as vocalizações são delicadíssimas, e extremamente intrincadas, como de hábito. E os arranjos são magníficos. E o astral da empreitada, nada menos que simplesmente perfeito. E eu me senti um idiota por ficar procurando defeitos numa pequena obra-prima como essa. Bem feito para mim.

As três belíssimas faixas de encerramento do disco -- "From There To Back Again", "Pacific Coast Highway" e "Summer´s Gone" -- formam uma pequena suite que fala desse momento da vida em que todos eles estão, contemplando o passado e olhando para o tempo que lhes resta de forma serena, alegre e generosa. Usando o Verão mais uma vez como metáfora para a vida, mas deixando o hedonismo de lado para saudar a chegada do Outono como um ensaio para o adeus derradeiro.

E então, vem a melancolia inevitável.

E a música termina, deixando apenas o som eterno das ondas quebrando ao fundo.



Não há o que discutir: "That´s Why God Made The Radio" ostenta um padrão de perfeição pouco comum na longa discografia dos Beach Boys.

É superior a qualquer disco gravado pela banda de "15 Big Ones" (1975) para cá.


E é o melhor álbum de retorno cometido por uma banda clássica desde "Breathe Out, Breathe In" (2010), dos ingleses The Zombies.

E sou capaz de apostar que "That´s Why God Made The Radio" é, desde já, um dos cinco melhores álbuns deste ano.

Do meu toca-discos, eu garanto que ele não sai tão cedo.

BIO-DISCOGRAFIA
 http://www.allmusic.com/artist/the-beach-boys-mn0000041874

WEBSITE OFICIAL
http://www.thebeachboys.com/

AMOSTRAS GRÁTIS

segunda-feira, abril 02, 2012

CONHEÇAM A NOVA EXTRAVAGÂNCIA MUSICAL DE PAUL WELLER


Paul Weller é uma figura impagável.

Depois de brilhar 15 anos à frente de grupos como The Jam e Style Council, e de passar boa parte da década de 90 apostando numa carreira solo voltada para agradar o público americano -- em vão, pois os americanos não conseguem entendê-lo --, Weller desistiu de facilitar as coisas e passou a investir num trabalho independente cada vez mais pessoal e idiossincrático. Desde então, não pára de ganhar prêmios e de ser reconhecido como a artista mais importante e influente da cena inglesa desde David Bowie.

Agora, depois de algumas aventuras bem sucedidas pela soul music, nosso herói resolveu promover uma virada surpreendente em seu trabalho, enveredando pelo terreno às vezes pantanoso da música eletrônica. Só que fez isso com um bom humor contagiante e uma atitude musical camp que mescla os Beach Boys de “Good Vibrations” com o pop cafona do Human League, passando pelas experiências berlinenses de David Bowie e Brian Eno do final dos anos 70.

Perguntado sobre o porquê dessa reviravolta, Paul Weller simplesmente declarou que sua nova mulher gosta muito desse tipo de música e que esse novo disco é todo dedicado a ela.


O nome desse novo disco é “Sonik Kicks”. Os primeiros 5 minutos assustam um pouco, tamanha a quantidade de sintetizadores piando nos nossos ouvidos. Mas lá pela terceira música, “Kling-Klang”, já estamos à vontade com o curioso revisionismo psicodélico sci-fi de Paul Weller – até porque as canções são quase todas ótimas e bem grudentas, como a irônica “That Dangerous Age”, a grandiloquente “By The Waters” e a sublime “Be Happy Children”, onde divide os vocais com sua filha Leah Weller.

Paul Weller cansou de tentar agradar o mainstream e ser maltratado por ele. Hoje, faz o que bem entende, e o mainstream o trata como um gênio pop – coisa que ele jamais pretendeu ser. Daí, ele se diverte produzindo brincadeiras musicais deliciosas como essa.

Claro que é uma fase passageira. Certamente o próximo disco de Weller virá bem diferente desse. E o seguinte, mais diferente ainda.

Com Paul Weller, vale aquela máxima de Lô Borges: “Nada Será Como Antes, Amanhã”.
INFO:
http://www.allmusic.com/artist/paul-weller-p112851/biography

DISCOGRAFIA SOLO:
http://www.allmusic.com/artist/paul-weller-p112851/discography

DISCOGRAFIA COM THE STYLE COUNCIL:
http://www.allmusic.com/artist/the-style-council-p5548/discography

DISCOGRAFIA COM THE JAM:
http://www.allmusic.com/artist/the-jam-p4585/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.paulweller.com/

AMOSTRAS GRÁTIS: