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terça-feira, maio 15, 2018

NOSSO HERÓI MUSICAL DESTA TERÇA PRODUZ MÚSICA MUITO ADIANTE DO SEU TEMPO HÁ QUASE 50 ANOS


CELEBRAMOS OS 70 ANOS
DO GRANDE MAGO DOS ESTÚDIOS
BRIAN PETER GEORGE ST. JEAN
LE BAPTISTE DE LA SALLE ENO
TRAZENDO UMA PERFORMANCE CLÁSSICA
DELE INTEGRANDO O ROXY MUSIC
E UMA ENTREVISTA DE MEIA HORA
SOBRE MÚSICA, ARTE E MODERNIDADE.

ENJOY...









terça-feira, maio 16, 2017

NOSSO ANIVERSARIANTE DESTA SEGUNDA PRODUZ MÚSICA MUITO ADIANTE DO SEU TEMPO HÁ QUASE 50 ANOS


CELEBRAMOS OS 69 ANOS
DO GRANDE MAGO DOS ESTÚDIOS
BRIAN PETER GEORGE ST. JEAN
LE BAPTISTE DE LA SALLE ENO
TRAZENDO UMA PERFORMANCE CLÁSSICA
DELE INTEGRANDO O ROXY MUSIC
E UMA ENTREVISTA DE MEIA HORA
SOBRE MÚSICA, ARTE E MODERNIDADE.

ENJOY...










terça-feira, fevereiro 03, 2015

30 ANOS DEPOIS DE "BOYS AND GIRLS", BRYAN FERRY DESAFIA O TEMPO E GANHA A PARADA.



De todos os herdeiros musicais do pop impressionista de Scott Walker nos anos 60, Bryan Ferry é disparado o melhor e o mais original.

Desde seu início de carreira à frente do Roxy Music, sua presença sempre foi intensa e marcante, e se destacava em meio àqueles músicos tarimbadíssimos com uma postura andrógina e trajando decadentistas.

Era uma banda complicada. A orientação musical de Brian Eno e Phil Manzanera nos arranjos e nas composições deixou marcas muito fortes nos primeiros álbuns deles. Bryan, ao invés de confrontá-los para conquistar mais espaço no processo criativo da banda, optou por guardar a maioria das idéias que tinha para usar em seus trabalhos solo. Trabalhos que pareciam mais apêndices aos discos do Roxy, já que eram compostos por covers de suas canções preferidas. Só que, na verdade, não eram apenas covers, e sim ensaios para um projeto artístico que ainda estava em gestação, aguardando o momento certo para vir à público.  

Mas então, em meio a muita tensão, o Roxy Music fez uma pausa de quase 4 anos depois do LP "Siren", e quase todos os integrantes da banda embarcaram em carreiras solo ou projetos paralelos. 

Foi quando Bryan sentiu que estava na hora de dar um tempo com os LPs de covers -- já tinha gravado 3 até então -- para apostar num projeto mais consistente, todo autoral. 

E surpreendeu a todos -- crítica e público -- com dois álbuns solo muito fortes, "In Your Mind" e "The Bride Stripped Bare", onde aqueles estranhamento musical cultivado pelo Roxy Music era trocado por texturas eletrônicas mescladas a guitarras e teclados modernosos e de um bom gosto implacável.




O sucesso desses dois discos solo trouxe a Bryan Ferry um status diferenciado assim que o Roxy Music voltou em 1979 -- até porque foi o único integrante da banda que se deu bem nas suas empreitadas solo. 

E Bryan começou a ganhar cada vez mais espaço dentro do Roxy. 

Nas sessões de gravação de "Flesh + Blood", sua liderança ficou tão evidente que o guitarrista Phil Manzarena não hesitou em entregar os pontos e permitir que a banda se transformasse numa espécie de veículo para as -- ótimas -- idéias musicais de Bryan Ferry. 

Até que em "Avalon" (1982), Bryan finalmente engoliu o Roxy. 

E fez isso num padrão de excelência tão inquestionável que levou os integrantes da banda à terrível conclusão de que a banda não tinha mais onde ir dali em diante -- e encerrou atividades, voltando aos palcos apenas para tournées comemorativas.

É nesse momento que a carreira solo de Bryan Ferry começa pra valer.

E ele passa a apostar em discos caríssimos e extremamente bem produzidos como "Boys And Girls" (1985), " La Bète Noire" (1987), "Mamouna" (1994) e "Olympia" (2010), todos com composições próprias e arranjos altamente sofisticados, envolvendo dezenas de músicos de primeiro time em contrapontos de guitarras com bases eletrônicas que quase sempre resultavam em pequenas peças pop de uma sensualidade à toda prova.


Agora, aos 69 anos de idade, logo depois de gravar um disco instrumental onde, para surpresa geral, rege uma orquestra à moda dos Anos 30, Bryan Ferry surpreende com um novo álbum de inéditas chamado "Avonmore" (um lançamento BMG), onde propõe um resgate pleno daquela sonoridade atemporal do Roxy Music em "Avalon".

"Loop De Li", faixa que abre o disco, é linda, dramática, dançante, absolutamente envolvente, um clássico instantâneo. 

Vem seguida de "Midnight Train", uma canção de amor perdido completamente arrebatadora, composta há mais de 20 anos, e que, estranhamente havia ficado de fora de seus álbuns anteriores.

E então, "Soldier Of Fortune", outra canção intensa, composta em parceria com Johnny Marr, vem emoldurada por um trabalho de guitarra delicadíssimo, simplesmente magnífico.

E por aí vai. Bryan não deixa o ritmo de "Avonmore" cair em momento algum nos cinco números autorais que seguem -- todos de altíssimo gabarito.

Eu só lamento pelos dois covers que encerram o disco. 

Confesso que me pareceu um equívoco o tratamento blasé que ele deu para "Send In The Clowns", de Stephen Sondheim. Por mais audacioso que possa parecer despir uma canção dessas de toda a sua dramaticidade para fazer dela algo pedestre e climático, o caso é que não funcionou.

Já a releitura intimista que ele fez para "Johnny and Mary", de Robert Palmer, sem a urgência obsessiva da versão original, até pode soar simpática à primeira audição, mas infelizmente acentua todas as fragilidades estruturais da canção.

"Avonmore" seria um disco excelente se esses dois covers tivessem sido
eliminados do final cut, mas a empreitada é vitoriosa, apesar desses pequenos deslizes.

E que time de músicos ele reuniu dessa vez: Nile Rodgers, Mark Knopfler, Fonzi Thornton, Marcus Miller, Neil Hubbard, Chris Spedding, Flea, Guy Pratt, Andy Newmark, James Moody e muitos, muitos outros.

A produção, sempre perfeita, é de Bryan com seu velho parceiro Rhett Davies.


Aos 69 anos de idade, Bryan Ferry continua com sua voz intacta e sua presença de palco tão marcante quanto era nos anos 1980.

"Avonmore" tenta vender a idéia de o tempo passou mas nada mudou.

A delicadeza e o refinamento musical de outras décadas podem perdurar indefinidamente, e que não há nada mais moderno do que um projeto artístico atemporal.

A começar pela foto da capa do disco, com nosso galante crooner pop aos 30 e poucos anos de idade.

Se algum de vocês um dia precisar definir em uma imagem a palavra "chic", garanto que uma foto 3x4 de Bryan Ferry resolve a parada.




WEBSITE OFICIAL
http://www.bryanferry.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/bryan-ferry-mn0000524050/discography

AMOSTRAS GRÁTIS 

quarta-feira, novembro 05, 2014

MARIANNE FAITHFULL DÁ ADEUS À AMARGURA EM SEU NOVO LP "GIVE MY LOVE TO LONDON"


Marianne Faithfull é um caso complicado.

Linda e muito popular em 1964, quando ganhou o mundo com o compacto “As Tears Go By”, de Mick Jagger & Keith Richards, ela conseguiu impor através de sua voz frágil e docemente ríspida um padrão novo e original que, de tão pessoal, poucas cantoras ousaram tentar seguir na época.

Extremamente bem sucedida a princípio, foi terrivelmente prejudicada por seu casamento turbulento com Mick Jagger, por suas pretensões como atriz e, last but not least, pela dependência de heroína e pelas constantes tentativas de suicídio.

Demorou muito para Marianne perceber que nada daquilo tudo apontava para lugar algum.

Foi quando tentou retomar sua carreira musical.

Em vão.


Passou a primeira metade dos anos 1970 num limbo artístico muito cruel.

Só conseguiu achar foco para seu carreira ao se reinventar por completo, já em plena era punk, com o LP “Broken English” -- certamente o trabalho mais contundente de uma cantora-compositora inglesa naquela período.

Daí em diante, encontrou um público fedelíssimo que nunca mais iria abandoná-la.

Mergulhou de cabeça no repertório de Kurt Weill em “20th Century Blues”, e gravou vários LPs alternando canções próprias com outras de seus amigos Tom Waits e Nick Cave.

Seis anos atrás, recuperada de uma mastectomia, topou fazer “Easy Come Easy Go”, um álbum de covers com duetos para acabar com todos os outros álbuns de covers com duetos -- onde contracenou com amigos como Antony, Rufus Wainwright, Nick Cave, e até Keith Richards.

Ano retrasado, voltou, com um LP mais inusitado ainda. “Horses & High Heels” inteiramente gravado em New Orleans com os jovens músicos do excelente grupo Lower 911, e o resultado foi desconcertante e inusitado, contrapondo a abordagem musical sombria de Marianne com o frescor musical desses jovens músicos.


Agora, ela está de volta com "Give My Love To London", uma álbum de extremos emocionais, segundo ela própria, produzido brilhantemente por Rob Ellis e Dimitri Tikovo e mixado por Flood, produtor do U2.

E mais uma vez, Marianne reúne em torno dela convidados estelares com canções escritas especialmente para ela: Nick Cave, Brian Eno, Roger Waters, Anna Calvi, Steve Earle e Tom McRae, todas perefeitamente adequadas a ela.

É um LP belíssimo, de uma delicadeza absoluta.

Se no seu disco anterior Marianne nos brindou com uma releitura lindíssima de "Going Back", de Carole King e Gerry Goffin, aqui ela reinventa de forma magnífica o clássico dos Everly Brothers "The Price Of Love", acrescentando à canção uma densidade existencial que ela nunca sonhou ter antes.

E tem uma versão tão dilacerada e contundente de "I Get Along Without You Very Well" de Hoagy Carmichael que deixa a versão clássica de Billie Holiday no chinelo.

Para completar, suas novas composições são todas ótimas, provas irrefutáveis de que ela, com o passar dos anos, conseguiu tornar-se uma compositora de mão cheia.

Em praticamente todas elas, Marianne promove um resgate emocional intenso e extremamente verdadeiro.


Marianne Faithfull está com 68 anos de idade.

A cada disco que lança, ela não cansa de nos surpreender positivamente.

Já foi ao Inferno e voltou algumas vezes, sempre encarnando uma Ofélia junkie que possui todas as características de uma personagem trágica,

Menos uma:

Insiste em permanecer viva, ativa, e bem.


WEBSITE OFICIAL
http://mariannefaithfullofficial.tumblr.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/marianne-faithfull-mn0000651107/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

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segunda-feira, abril 02, 2012

CONHEÇAM A NOVA EXTRAVAGÂNCIA MUSICAL DE PAUL WELLER


Paul Weller é uma figura impagável.

Depois de brilhar 15 anos à frente de grupos como The Jam e Style Council, e de passar boa parte da década de 90 apostando numa carreira solo voltada para agradar o público americano -- em vão, pois os americanos não conseguem entendê-lo --, Weller desistiu de facilitar as coisas e passou a investir num trabalho independente cada vez mais pessoal e idiossincrático. Desde então, não pára de ganhar prêmios e de ser reconhecido como a artista mais importante e influente da cena inglesa desde David Bowie.

Agora, depois de algumas aventuras bem sucedidas pela soul music, nosso herói resolveu promover uma virada surpreendente em seu trabalho, enveredando pelo terreno às vezes pantanoso da música eletrônica. Só que fez isso com um bom humor contagiante e uma atitude musical camp que mescla os Beach Boys de “Good Vibrations” com o pop cafona do Human League, passando pelas experiências berlinenses de David Bowie e Brian Eno do final dos anos 70.

Perguntado sobre o porquê dessa reviravolta, Paul Weller simplesmente declarou que sua nova mulher gosta muito desse tipo de música e que esse novo disco é todo dedicado a ela.


O nome desse novo disco é “Sonik Kicks”. Os primeiros 5 minutos assustam um pouco, tamanha a quantidade de sintetizadores piando nos nossos ouvidos. Mas lá pela terceira música, “Kling-Klang”, já estamos à vontade com o curioso revisionismo psicodélico sci-fi de Paul Weller – até porque as canções são quase todas ótimas e bem grudentas, como a irônica “That Dangerous Age”, a grandiloquente “By The Waters” e a sublime “Be Happy Children”, onde divide os vocais com sua filha Leah Weller.

Paul Weller cansou de tentar agradar o mainstream e ser maltratado por ele. Hoje, faz o que bem entende, e o mainstream o trata como um gênio pop – coisa que ele jamais pretendeu ser. Daí, ele se diverte produzindo brincadeiras musicais deliciosas como essa.

Claro que é uma fase passageira. Certamente o próximo disco de Weller virá bem diferente desse. E o seguinte, mais diferente ainda.

Com Paul Weller, vale aquela máxima de Lô Borges: “Nada Será Como Antes, Amanhã”.
INFO:
http://www.allmusic.com/artist/paul-weller-p112851/biography

DISCOGRAFIA SOLO:
http://www.allmusic.com/artist/paul-weller-p112851/discography

DISCOGRAFIA COM THE STYLE COUNCIL:
http://www.allmusic.com/artist/the-style-council-p5548/discography

DISCOGRAFIA COM THE JAM:
http://www.allmusic.com/artist/the-jam-p4585/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.paulweller.com/

AMOSTRAS GRÁTIS: