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sexta-feira, setembro 05, 2014

CHEGA ÀS LOJAS "STEP BACK", O ADEUS FESTIVO E EMOCIONANTE DE JOHNNY WINTER

A morte do guitarrista texano Johnny Winter dois meses atrás, em meio às festividades de seus 70 anos de carreira, foi um choque terrível para seus admiradores espalhados pelo mundo inteiro.

Winter era, sem sombra de dúvidas, o legítimo herdeiro de Jimi Hendrix.

Os dois eram os únicos guitarristas da Geração Woodstock capazes de reinventar o modo de usar a guitarra num número de rock and roll.

Difícil dizer qual dos dois era mais inusitado ou original.

Ambos eram selvagens e inclassificáveis..


Johnny Winter era um assombro.

O som e a fúria do blues e do rock and roll transmutados na figura de um albino chiquérrimo com cabelos longos, inúmeras tatuagens espalhadas pelo corpo, voz ríspida e um ataque sempre surpreendente na sua Gibson Firebird.

Brilhou de forma contundente tanto nos palcos quanto em LPs memoráveis, e foi uma das estrelas mais emblemáticas do rock americano na primeira metade dos anos 70.

Mas, depois de muitos problemas com heroína, ele se encheu do estrelato na cena roqueira e, bem no auge de sua popularidade, decidiu voltar às suas origens blueseiras em discos soberbos ao lado de alguns de seus heróis musicais, que ainda estavam vivos e menos ativos do que gostariam.

Eram eles: Muddy Waters, James Cotton, Pinetop Perkins, Big Walter Horton e Willie Dixon.


Johnny gravou os melhores discos de sua carreira com eles e se divertiu um bocado como patrão e produtor deles todos.

Mas pagou caro por isso.

Sua gravadora quebrou, ele perdeu seu contrato com a Columbia e foi obrigado a migrar da cena mainstream para a cena alternativa para conseguir sobreviver -- isso enquanto via guitarristas jovens como Stevie Ray Vaughan surgirem e tomarem o lugar que era seu por direito.

O caso é que, infelizmente, sua figura, que era considerada exótica dos desbundados anos 70, passou a ser considerada bizarra nos caretésimos Anos 80. Sinal dos tempos.

Mas Johnny seguiu em frente mesmo assim.

Apesar de ter Inverno no sobrenome, não havia tempo ruim para Johnny Winter.

Aceitou sua sina e retomou sua carreira de forma não menos que espetacular em discos excelentes para a independente Alligator Records, do amigo Bruce Iglauer. e depois para o selo Point Blank, do Grupo Virgin.


Passou a gravar discos cada mais mais esporádicos, mas nunca parou de excursionar.

Todos sabiam que ele estava longe de sua melhor forma: sua voz não era mais a mesma, seu ataque na guitarra não era mais tão truculento e inusitado como antes, e muitas vezes ele só conseguia se apresentar sentado, pois a osteoporose -- doença comum entre albinos, agravada pelos anos em que fez uso de heroína -- não permitia que ele permanecesse em pé por muito tempo sem sentir dor.

Mesmo assim, nem mesmo nos momentos mais difíceis, ele nunca cogitou parar.

Nesses últimos dois anos, gravou dois discos muito bons para o selo Megaforce.

O primeiro deles foi "Roots", repleto de participações especiais estelares, onde Johnny parecia ter redescoberto o prazer de tocar e gravar em estúdio.

E o segundo, "Step Back", que Johnny finalizou pouco antes de morrer, está chegando agora às lojas.



"Step Back" não traz nenhuma grande surpresa, soa como uma continuação de seu disco anterior, o que, por si só, já é um excelente ponto de partida.

Traz Johnny Winter nitidamente feliz e satisfeito, passeando por um repertório clássico de blues e rhythm and blues que é a cara dele, tocando surpreendentemente rápido e cantando bem melhor que vinha cantando nos últimos tempos.

"Step Back" deixa transparecer que todos os convidados sabiam que Johnny não iria permanecer aqui por muito mais tempo, daí fizeram questão de contracenar com ele da forma mais festiva e positiva possível antes que tivesse que saír de cena em definitivo.

Daí, é muito importante saudar a presença de espírito de Eric Clapton, Billy Gibbons, Brian Setzer, Leslie West, Ben Harper, Joe Bonamassa e Joe Perry, que não negaram fogo a essa empreitada final de Johnny Winter, e ajudaram a fazer desse 'Step Back" uma despedida em altíssimo astral para esse guitarrista fabuloso.

Que, dois meses depois de ter partido, já faz uma falta enorme.





WEBSITE OFICIAL
http://www.johnnywinter.net/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/johnny-winter-mn0000819983/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

quarta-feira, março 13, 2013

RAPIDINHAS: Eric Clapton, Jimi Hendrix, Eric Burdon, T-birds, Mavericks e Poco

ALTOeCLARO está de volta após 3 meses de descanso por conta da estiagem de bons lançamentos na cena internacional, que se encerra todo ano em Fevereiro quando vários artistas bem estabelecidos na cena musical do Hemisfério Norte tradicionalmente lançam novos trabalhos e abrem o ano musical, já projetando suas tournées de Primavera e de Verão.

ALTOeCLARO manterá comentários mais extensos para discos diferenciados nas postagens de quarta a sexta. Às segundas, publicaremos nossa videocronica semanal. E às terças, uma panorâmica rápida em vários discos dignos de atenção, mas não tão vitais quanto os escolhidos para os comentários de quarta, quinta e sexta..

Como vocês podem notar, todos os artistas comentados hoje são figuras de ponta na cena musical anglo-americana, que estão de volta com trabalhos bons, recomendáveis, mas nada fundamentais em seus conjuntos de obras. 

Vamos a eles:


OLD SOCK
Eric Clapton 
(Bushbranch / Surfdog Records)

O guitarrista mais blasé da cena do blues-rock anglo-americano está de volta com um novo disco nada eloquente e com um jeitão indisfarçável de trabalho caseiro. Eric Clapton passeia por reggaes bem reflexivos, baladas delicadas e standards do “Great American Songbook”, sempre sob a alegação de que quis fazer um disco unindo sua produção recente com canções de terceiros que ele sempre gostou mas nunca tinha pensado em gravar, até agora. Tudo bem, só que a alegação não cola. “Old Sock” soa displicente e desconjuntado a maior parte do tempo, as canções novas são apenas medianas e o conjunto final é inofensivo e inexpressivo demais. Tudo bem que, com 50 anos de carreira nas costas, Clapton não tem mais absolutamente nada a provar para ninguém. Mas, cá entre nós, também não precisava encostar tanto o corpo, como ele fez aqui. Já chega Paul McCartney fazendo essas coisas. Ainda assim, vale a pena destacar as releituras bastante criativas que ele fez para “My One And Only Man”, de Otis Redding, e “Still Got The Blues”, de Gary Moore -- a primeira virou um reggae, e a segunda um número de jazz. Em tempo: é seu primeiro disco depois de quase 30 anos de associação com a Warner Bros. Records.


PEOPLE, HELL AND ANGELS
Jimi Hendrix
(Experience Hendrix / Legacy / Sony Legacy)

Enquanto os herdeiros do espólio de Jimi Hendrix seguirem vasculhando os tapes perdidos do lendário guitarrista americano falecido em 1970, discos como esse continuarão a surgir nas lojas de tempos em tempos. O fato é que o material deixado por Hendrix entre 1969 e 1970 -- anos em que ele iniciou vários projetos, mas não conseguiu concluir nenhum – é muito extenso e sem um foco claro. “People, Hell And Angels” é um projeto interessante, mas padece do mesmo mal que vitimou inúmeros discos póstumos de Hendrix. Não é que o material contido no disco seja fraco. É que a promessa de entregar “o grande álbum perdido de Jimi Hendrix” virou uma espécie de busca pelo Santo Graal, que simplesmente não tem como ser cumprida. A cada disco póstumo de Hendrix que chega ao mercado, fica mais claro que ele não sabia mesmo para onde estava indo, e infelizmente saiu de cena antes de conseguir definir suas novas rotas musicais. E sendo assim, as gravações contidas em discos póstumos como “The Cry Of Love” e ‘War Heroes” permanecem como o testamento definitivo dele, e tudo o mais é reciclagem de espólio. Um espólio sempre digno de muito interesse, diga-se de passagem. O destaque aqui não vai para nenhum número musical, e sim para a excelente qualidade dos tapes incluídos no disco. Não há a menor dúvida de que Eddie Kramer andou por ali.


'TIL YOUR RIVER RUNS DRY
Eric Burdon
(ABKCO Records / Universal)

Esse bem que poderia ser o grande disco de retorno de Eric Burdon à cena musical, alavancado por Bruce Springsteen a partir de uma performance fulminante no Festival South By Southwest do ano passado que apresentou Burdon a uma nova geração de roqueiros. Mas infelizmente ele demorou demais para gravá-lo e lançá-lo, e a expectativa se dissipou. “'Til Your River Runs Dry” pode, se muito, resgatar s velhos admiradores para esse cantor inglês que, além de cantor extraordinário, é também um dos caras mais teimosos e azarados do showbiz anglo-americano. Sua carreira solo de 1977 até 2000 é uma sucessão de fiascos anunciados, por conta de associações com bandas inexpressivas, escolha inadequada de repertório e apostas em produtores sem visão. “'Til Your River Runs Dry” fecha com chave de ouro uma trinca de bons discos iniciada em “My Secret Life” (2004) e a coleção de covers “Soul Of A Man” (2006). As vendas do disco ainda não decolaram até agora, mas, de repente, até o Verão europeu, quem sabe esse quadro possa reverter a favor de Burdon. O destaque vai para o melhor cover já gravado para “Before You Accuse Me", bluesaço de Bo Diddley. Um assombro, de tão eloqüente.


ON THE VERGE
Fabulous Thunderbirds
(Severn Records)

Eis que a lendária banda texana comandada pelo cantor e gaitista Kim Wilson achou uma saída viável para continuar existindo, depois de sete anos de silêncio. Na impossibilidade de encontrar um guitarrista à altura de Jimmie Vaughan para dar seqüência ao projeto original da banda, Kim vem testando várias saídas musicais ao longo dos anos, e agora optou por desviar do rhythm and blues suingado que notabilizou a banda para aproximá-la da soul music pedestre de Memphis, Tennessee. O resultado é surpreendentemente bom. As novas composições são muito fortes e marcantes, Wilson está cantando melhor do que nunca e a banda toca de forma tão agradável que as dez faixas do disco passam voando. O destaque vai para a belíssima balada “Hold Me”, tão bem resolvida que até parece coisa de Dan Penn e Spooner Oldham, dois clássicos compositores da Stax Records -- mas que, na verdade, é do bravo Kim Wilson, que segue sua carreira solo low-profile nas férias prolongadas entre um lançamento e outro dos T-Birds. Que talvez sejam menos prolongadas daqui para a frente.


IN TIME
Mavericks
(Valory

Depois de vários discos solo altamente gabaritados, mas que infelizmente não aconteceram comercialmente, eis que o grande cantor e compositor Raul Malo caiu na real e decidiu resgatar sua velha banda para um disco e uma tournée de retorno. Poderia ser apenas mais uma entre tantas empreitadas oportunistas de bandas veteranas em busca de um reforço de caixa em suas contas bancárias, mas é inegável que esse retorno dos Mavericks acabou saindo melhor que a encomenda. Tudo o que parecia esquemático demais no disco anterior da banda, lançado 10 anos atrás, parece ter sido abandonado em prol de uma musicalidade expontânea e novas canções descomplicadas e fáceis de tocar ao vivo. O resultado final é que Malo e seus comparsas acabaram gravando o melhor disco da banda até agora. Em algum lugar do Universo, Roy Orbison com certeza está sorrindo. O destaque vai para “Born To Be Blue”, totalmente atemporal.


ALL FIRED UP
Poco
(Drifter's Church Productions

A lendária banda de country-rock californiana completa 45 anos de carreira apenas com o guitarrista Rusty Young remanescente da formação original, mas com a sonoridade clássica intacta, graças ao espírito aventuresco de seus novos e jovens integrantes. Todos os flertes crossover que sempre marcaram o blend musical do Poco continuam fazendo parte do cardápio da banda, só que com um frescor renovado. Isso faz de “All Fired Up” um dos melhores discos deles nos últimos 30 anos -- período marcado por altos e baixos decorrentes de crises de estrelismo que rolavam sempre que algum integrante original como Paul Cotton, Tim Schmitt e Ritchie Furay voltava por uma ou duas temporadas. Agora, reina a paz no Poco, e isso transparece aqui. Os destaques vão para “Hard Country” e para a tocante homenagem a um amigo músico em “Neil Young”.

AMOSTRAS GRÁTIS

 

terça-feira, maio 08, 2012

ANDERS OSBORNE SE AFASTA UM POUCO DO BLUES PARA REENCONTRAR A SI PRÓPRIO



O sueco Anders Osborne é uma figuraça.

Há 27 anos vivendo em New Orleans, esse cantor, compositor e guitarrista estranhamente talentoso não cansa de nos surpreender com seu blend único de blues, soul, folk e rock and roll.

Anders Osborne conhece como ninguém a música dos Estados Unidos. Fascinado pelos cantores e compositores dos anos 70, com Neil Young e Jackson Browne, ele acidentalmente descobriu o blues e se apaixonou. Viajou pela América aos 16 anos de idade incentivado por seu pai, que é músico de jazz na Suécia, e desde então mergulha cada vez mais fundo nas raízes musicais do país que o adotou.

Não demorou muito a concluir que New Orleans era onde ele queria viver, e desde seu disco de estréia, de 1995, vem participando da cena musical local com um trabalho híbrido e vigoroso.

Em 2007, decidiu deixar seu lado performer fulminante um pouco de lado para apostar em seu lado compositor.

Suas belas canções sobre a New Orleans pós-Katrina deram origem a um lindo disco chamado "Coming Down", que só serviu para elevar seu prestígio no meio musical.

Agora, já consagrado como uma das figuras emergentes mais vitais da cena blueseira americana, Anders assinou com a Alligator Records, de Chicago, e partiu para um trabalho voltado para um público mais amplo.

Com LPs ainda mais híbridos e aventurescos do que os que desenvolvia antes.
Estreou na Alligator em 2009 com “American Patchwork”, um disco com um conceito essencialmente hendrixiano, muito bem recebido por crítica e público.

E agora ele retorna com esse “Black Eye Galaxy”, onde que segue uma rota musical que tem mais a ver com Neil Young e seu Crazy Horse, mesclando o som e a fúria de suas guitarradas com devaneios musicais acústicos muito reveladores de seu momento de vida atual.

As duas primeiras faixas do disco -- "Send Me A Friend" e "Mind Of A Junkie" -- falam sobre dependência química, e tentam colocar em termos musicais o desespero e a dificuldade em lidar com a abstinência.

E conforme “Black Eye Galaxy” vai avançando, Anders segue rumo a um resgate pessoal em números como “Tracking My Roots” e “Louisiana Gold”, onde reavalia sua vida e suas opções existenciais. 

Mais adiante, na faixa título, ele não deixa por menos e embarca numa viagem musical surpreendente serena e completamente inusitada.

E tudo culmina em “Higher Ground”, um gospel muito delicado, onde mulher e filha se unem a ele e todos cantam juntos, num desfecho comovente para essa sequência contundente de canções.


A sensação que fica após ouvir esse “Black Eye Galaxy” é que Anders Osborne está fechando a conta da primeira metade de sua carreira, e abrindo alas para o que vem de agora em diante.

Aos 46 anos de idade, ele parece estar se preparando para um passo ainda maior muito em breve. 

Portanto, se você ainda não conhece o trabalho desse sueco naturalizado americano, o disco que vai fazer as devidas apresentações é esse aqui mesmo.

Acreditem: Anders Osborne é o cara.


INFO:
 http://www.allmusic.com/artist/anders-osborne-p169518/biography

DISCOGRAFIA:
 http://www.allmusic.com/artist/anders-osborne-p169518/discography

WEBSITE OFICIAL:
http://www.andersosborne.com/

AMOSTRAS GRÁTIS:

quarta-feira, maio 25, 2011

SENHORAS E SENHORES...BEN HARPER


“Meu pai é negro e minha mãe branca. Crescer na América carregando uma herança desse tipo equivale a conviver a vida inteira com uma espécie de dislexia cultural.”


“Quando meus pais se separaram, fui morar com meu avô, que era luthier em Claremont, California. Foi ele quem me ensinou a tocar guitarra, e também a fazer guitarras e outros instrumentos de cordas.”


“Aos 17 anos, vi pela primeira vez alguém tocar slide guitar com técnica de fingerpickin'. Fiquei bobo com aquilo. Tratei de aprender rapidamente a fazer igual. Quando consegui, não tive mais dúvidas de que queria realmente ser músico profissional.”


“Adoro Led Zeppelin, The Faces, Toots & Maytals, Jimmy Cliff, Lynyrd Skynyrd, Gov´t Mule, Dolly Parton, Emmylou Harris, Hank Williams, Jimi Hendrix, música folk da Turquia, Pearl Jam, Richard Ashcroft... sou absolutamente eclético em termos musicais.”


“O melhor lugar do mundo para mim é o quintal lá de casa, com minha mulher (a atriz Laura Dern) e meus quatro filhos brincando com os cachorros. Já o segundo melhor lugar do mundo para mim é o palco.”



LPS BEN HARPER
Welcome To The Cruel World (1994)
Fight For Your Mind (1995)
The Will To Live (1997)
Innocent Criminals Live (1999)
Burn To Shine (1999)
Live From Mars (2001)
Diamonds On The Inside (2004)
Ben Harper & The Blind Boys Of Alabama (2004)
Live At The Apollo (2005)
Both Sides Of The Gun (2006)http://www.blogger.com/img/blank.gif
Lifeline (2007)
Live At Twist & Shout Records (2007)
White Lies For Dark Times (2009)
Live From Montreal International Jazz Festival (2010)
Fistful Of Mercy (2010)
Give Till It´s Gone (2011)

WEBSITE OFICIAL
http://www.benharper.com/