Mostrando postagens com marcador Leon Russell. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leon Russell. Mostrar todas as postagens

domingo, abril 08, 2018

NOSSO ANIVERSARIANTE FOI UM GRANDE GUIA MUSICAL PARA MUITOS ARTISTAS DURANTE OS ANOS 60 E 70




Claude Russell Bridges (Lawton, Oklahoma, 2 de abril de 1942 - Nashville, Tennessee, 13 de novembro de 2016), conhecido profissionalmente como Leon Russell, foi um músico, compositor, arranjador e produtor que trabalhou como músico de estúdio e sideman ao longo dos Anos 60.

No final dos 60, uniu forças ao cantor e compositor texano Marc Benno e juntos gravaram dois discos espetaculares para a Mercury Records que acabaram sendo ouvidos pelas pessoas certas. De repente, Leon começou a ser requisitado por praticamente todo mundo na cena do rock and roll – dos Rolling Stones aos Flying Burrito Brothers -- para deixar seu toque especial em seus discos.

Depois da clássica tournée dos Mad Dogs & Englishmen de Joe Cocker em 1970, Leon resolveu que era a hora de gravar seu primeiro disco solo. E gravou um dos LPs de estreia mais impressionantes da história do rock and roll. Seus discos seguintes seguiram o mesmo padrão de excelência e a mesma trilha de sucesso. E, então, de repente, Leon era o artista mais quente do mercado, dono de sua própria gravadora (Shelter Records) e cercado pelos artistas mais talentosos que o dinheiro pode comprar. Mas Leon tinha um problema: era um péssimo administrador. E pouco antes do final dos Anos 70 a Shelter faliu de forma espetacular, deixando Leon sem nada. Só com seu talento.

Graças a amigos como Willie Nelson e Kris Kristofferson, Leon caiu na estrada e tratou de capitalizar rápido para se livrar das dívidas que ainda restavam. Mas os tempos eram outros, e não foi fácil para ele conseguir se situar novamente nas cenas country e rock and roll. Tudo havia mudado drasticamente. O jeito para Leon era viver de seu passado glorioso. E lá foi ele, gravando discos ligeiros, muito aquém de sua capacidade, e fazendo shows caça-níqueis com Edgar Winter pelo mundo afora.

Em 2010, Elton John soube que Leon – seu herói musical e melhor amigo quando chegou aos Estados Unidos em 1970 -- estava doente e em dificuldades financeiras e o convidou para gravarem um disco juntos. Assim nasceu The Union, uma das parcerias mais bacanas da história recente do rock and roll, que deu um novo alento à sua carreira combalida.

Os últimos anos de vida de Leon Russell foram tranquilos e gratificantes. Em 2011, entrou para o Hall da Fama do Rock and Roll. Teve tempo suficiente para gravar dois discos muito bons – quase tão bons quanto os que gravava no início dos Anos 70. E, quando morreu, deixou uma legado musical valiosíssimo, que ainda precisa ser devidamente descoberto pelas novas gerações. (Chico Marques)

DISCOGRAFIA

1968 Look Inside the Asylum Choir (com Marc Benno)
     1969 Asylum Choir II (com Marc Benno)
1970 Leon Russell
1971 Leon Russell and the Shelter People
1972 Carney
1973 Leon Live
1973 Hank Wilson's Back Vol. I
1974 Stop All That Jazz
1975 Will O' the Wisp
1976 Wedding Album (com Mary Russell) 1977 Make Love to the Music (com Mary Russell)
1978 Americana
1979 One for the Road (com Willie Nelson)
1979 Life and Love
1981 The Live Album (com New Grass Revival)
1984 Hank Wilson, Vol. II
1989 Leon Russell
1991 Delta Lady
1992 Anything Can Happen
1993 Crazy Love
1995 Hymns of Christmas
1998 Legend in My Time: Hank Wilson Vol. III
1999 Face in the Crowd
2000 Blues: Same Old Song
2000 Live at Gilley's
2001    Guitar Blues
2002 Signature Songs
2004 Rhythm & Bluegrass: Hank Wilson, Vol. 4 (com New Grass Revival)
2005 Moonlight & Love Songs (with the Nashville Symphony)
2006 In Your Dreams
2007 Bad Country
2008 Almost Piano
2009 A Mighty Flood
2010 The Union (com Elton John)
2012 Angel in Disguise
2014 Life Journey










terça-feira, março 10, 2015

DWIGHT TWILLEY MANTÉM O FRESCOR DA JUVENTUDE AOS 64 ANOS DE IDADE EM "ALWAYS"


Nossa história começa em 1967, numa sessão de "A Hard Day's Night" em Tulsa, Oklahoma.

Dwight Twilley, um jovem guitarrista de 16 anos, conhece na saída do cinema Phil Seymour, também guitarrista e também com 16 anos, e os dois decidem montar uma banda chamada Oyster.

Começam a compor canções inspiradas nos Beatles, e a gravá-las num estúdio improvisado no porão da casa de Twilley, além de tocá-las nas casas noturnas e nos bailes da região -- e dessa parceria surge um repertório magnífico, conhecido por poucos na ocasião, mas com todos os pré-requisitos para cair no gosto do grande público.

Então, surgiu uma chance de gravar essas canções em Memphis, com técnicos profissionais, no lendário Sun Studios, e isso acaba acrescentando ao som do Oyster um tom mais roqueiro, acentuando as guitarras e estabelecendo, meio que por acidente, a pedra fundamental do que viria a ser classificado nos anos seguintes como Power Pop.


Mas o caso é que nada aconteceu com o Oyster até que Leon Russell -- também de Tulsa, Oklahoma -- resolveu contratá-los para sua Shelter Records em 1974, onde lançaram apenas um compacto -- e onde também gravaram  dois LPs sensacionais, que permaneceram inéditos por vários anos em decorrência da falência abrupta da Shelter e só viram a luz do dia quando a massa falida pode ser finalmente negociada com outras companhias.

E então, finalmente, em 1976, a Dwight Twilley Band estreou num LP sensacional, bem urgente, chamado "Sincerely", gravado inteiramente em Tulsa, com orçamento baixíssimo, e que veio seguido de "Twilley Don't Mind", baseado na mesma fórmula de sucesso.

O motivo pelo qual esses discos eram -- e são -- tão bons é que o repertório deles, composto de Twilley e Seymour ao longo dos dez anos de parceria, estava mais do que testado na estrada e aprovado pela pequena legião de fãs da banda. Não havia o que temer, bastava entrar no estúdio e tocar direito.

Mas o caso é que esse anos todos de contratempos com gravadoras e discos que não eram lançados dificultaram muito o deslanchar de carreira deles, gerando muitos atritos internos e um desgaste pessoal enorme. 

Outras bandas com ambições musicais semelhantes -- como Badfinger, Raspberries e Big Star -- se lançaram na frente e tiveram melhor sorte, apesar de Twilley e Seymour serem, sem sombra de dúvidas, juntamente com Alex Chilton, os grandes pioneiros do Power Pop.



Todo esse desgaste acabou separando Dwight Twilley de Phil Seymour na virada dos anos 1970 para os 1989.

E os dois seguiram carreiras distintas.

Twilley conseguiu se virar melhor, gravando vários discos para a Arista e para a EMI, e tentando adequar sua musicalidade aos Anos 80.

Mas na virada da década seguinte, quando tentou acertar um acordo de distribuição para seu trabalho conceitual "Tulsa", ele viu as portas das grandes gravadoras começarem a se fechar para ele, e o jeito foi lançá-lo por um selo independente.

Desde então, ele brilha na cena indie, grava com relativa regularidade e mantém seu séquito de admiradores com shows constantes pelos EUA e Canadá.



"Always", seu novo trabalho, um lançamento Big Oak Records, não é um trabalho de ruptura com o que Dwight realizou ao longo de seus mais de 40 anos de carreira.

Também não é um disco conceitual.

É apenas uma coleção de canções compostas nos últimos 3 anos, onde ele mostra claramente que continua em excelente forma, tanto como cantor quanto como compositor.

Dwight aproveitou a deixa para chamar vários amigos da cena power pop para participar de "Always", e eles vieram em peso: Mitch Easter, Susan Cowsill, Ron Flynt, Steve Allen, Leland Sklar, Ken Stringfellow, Tommy Keene e até o componente da formação original da Twilley Band, Bill Pitcock IV.

Desnecessário dizer que o astral do disco é altíssimo, e que suas novas canções continuam grudando nos nossos ouvidos -- no bom sentido, claro! -- como grudavam as que ele compôs 40... 30... 20... 10 anos atrás.  

São canções que nasceram prontas para virar singles, prontas para tocar no rádio, prontas para ser assoviadas por todos -- e que só não são porque não chegam mais ao grande público, circulam apenas por um círculo não muito pequeno, mas também não muito grande, de iniciados.

O dado curioso é que, apesar de Dwight ter hoje 64 anos de idade, o frescor juvenul de suas canções permanece intacto em números como "Happy Birthday", dedicado a uma "sweet sixteen" que está completando 17 anos, e "Everyday", um delicioso rito de passagem para a vida adulta que não se completa porque quem canta não consegue esquecer uma garota que ainda é muito importante para ele, e na qual pensa todos os dias.

Algumas faixas são mais roqueiras -- "Into The Flame", "Til The Jukebox Dies" --, outras são baladas com um sotaque beatle -- "I See It Your Eyes", "We Were Scared", "Lovers" --, e tem ainda a faixa título, "Always", que tem o mesmo DNA e a mesma urgência de "I'm On Fire", que abre seu disco de estreia de 1976.




"Always" é um disco agradabilíssimo -- que parece simples, mas não é.

Primeiro, porque não é nada fácil escrever "silly love songs" tão boas quanto essas que temos aqui.

Segundo, porque não é nada simples tocar no "padrão de simplicidade" -- que de simples não tem absolutamente nada -- adotado nos arranjos de suas canções. 

E terceiro, porque não deve ser nada fácil para Dwight manter viva essa Síndrome de Peter Pan aos 64 anos -- mas ele faz o possível para não perder de vista o meninão que mora dentro dele até hoje.

Dwight Twilley é um artista admirável e um verdadeiro original americano.

Que continue com seu "mojo" funcionando por muitos e muitos anos.
    







AMOSTRAS GRÁTIS

terça-feira, agosto 12, 2014

TOM PETTY AND THE HEARTBREAKERS RETOMAM SEU IMAGINÁRIO PSICODÉLICO EM PLENO 2014.



Taí uma banda que sempre enganou todo mundo com uma atitude aparentemente despretensiosa e um sorriso nos lábios indicando que só queriam mesmo é fazer "good time music".

Tudo conversa mole.

Logo no terceiro disco, "Damn The Torpedos" (1979), já não havia mais a menor dúvida de que Petty era um cantor com um timbre único e um compositor de primeira grandeza, e ao menos dois de seus escudeiros nos Heartbreakers -- o guitarrista Mike Campbell e o tecladista Benmont Tench -- eram músicos extremamente criativos que, bem aproveitados, levariam a banda muito longe.


Pois foi o que aconteceu.

A carreira espetacular de Tom Petty & The Heartbreakers fala por si própria.

Agora, 38 anos depois de estrearem na lendária Shelter Records de Leon Russell com um disco repleto de sonoridades psicodélicas envolventes, ainda que meio fora de época, eis que nossos bravos rapazes retornam mais uma vez com uma nova coleção de canções naquele mesmo tom de seu distante LP de estréia.


"Hypnotic Eye" é um álbum denso, envolvente, com melodias inusitadas e saídas musicais extremamente criativas que se por um lado remetem ao passado da banda, por outro demonstram uma atitude musical madura e atual.

É menos bluesy e menos truculento que o anterior "Mojo", mas é tão vigoroso quanto.

Canções como "American Dream Plan B", que abre o disco de forma inusitada, e "All You Can Carry" e "Shadow People" estão entre os números mais marcantes de toda a carreira do grupo.

E é tão bem tocado que engana mais uma vez o ouvinte desavisado que não conseguir perceber a sintonia fina dos músicos enquanto alinhavam o formato derradeiro dessas novas canções.


Quando dizem que Tom Petty & The Heartbreakers vem na mesma tradição musical de The Band, acreditem: não há exagero.

Apenas a constatação de que a soma dos fatores às vezes multiplica o produto final.

Com certeza foi isso que Bob Dylan viu neles quando os convidou para ser sua banda de estrada nos Anos 80.

E com certeza é isso que -- curiosamente -- faz desses velhos rapazes da Florida a melhor banda californiana dos últimos... vai, 38 anos!


Moral da história: não se deixe enganar pelo "low profile" do Tom Petty & The Heartbreakers.

Eles sempre produziram música de primeira. Música intrincada, rock and roll extremamente vertebrado.

E continuam produzindo. Em grande estilo.

Só que sem dar bandeira.






WEBSITE OFICIAL
http://www.tompetty.com/?frontpage=true

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/tom-petty-the-heartbreakers-mn0000614137/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

sábado, junho 14, 2014

A ESPETACULAR VOLTA POR CIMA DO "MAESTRO CÓSMICO" LEON RUSSELL



Leon Russell é uma das maiores expressões da música popular americana em todos os tempos.

Eclético ao extremo, emprestou seu talento como pianista, guitarrista, compositor e arranjador para artistas dos mais diversos gêneros, e se escolou como produtor ao lado de Phil Spector, com quem trabalhou continuamente entre 1960 e 1967.

Ao final desse período, montou seu próprio estúdio em Los Angeles, e imediatamente passou a ser convocado para contracenar com os Rolling Stones, os Beatles, os Flying Burrito Brothers e, finalmente, Joe Cocker, de quem acabou virando maestro na lendária tournée Mad Dogs And Englishman.

Iniciou em 1970 uma das carreiras solo mais vibrantes da época, tornou-se rapidamente uma das atrações mais bem pagas da cena musical americana, teve suas composições disputadas a tapa por diversos intérpretes, emplacou sua estelar Shelter Records lançando uma série de grandes artistas que trabalhavam constantemente com ele, como J J Cale, Dwight Twilley e Tom Petty... tudo parecia conspirar a favor de Leon Russell.

Mas infelizmente essa sorte não durou para sempre.

Poucos anos mais tarde, no final da década de 70, Leon estava falido, viciado em drogas pesadas, sem contrato com nenhuma gravadora e dependendo da ajuda de amigos como Willie Nelson, que lhe arranjava trabalho no círculo da country music.

Nos 30 anos que se seguiram, Leon Russell não conseguiu reaver seu status artístico anterior.

Foi salvo do esquecimento em grande estilo pelo amigo Elton John, que, inconformado com o ostracismo em que seu ídolo musical havia caído, o convidou para um disco em parceria em 2010, chamado "The Union", que foi um sucesso estrondoso e resgatou não só a carreira como também a auto-estima de Leon Russell.



Corta para exatos 25 anos atrás.

No dia em que ouvi pela primeira vez a deliciosa coleção de standards de Dr. John, "In A Sentimental Mood", lembro de ter pensado cá com meus botões: "Puxa, bem que Leon Russell merecia um disco parecido com esse".

Pois agora isso finalmente aconteceu.

Algum executivo da Universal teve o bom senso de chamar o produtor e arranhador Tommy LiPuma -- o mesmo do disco de Dr. John mencionado há pouco -- para trocar uma idéia com Russell e definir repertório para um disco predominantemente de covers.


Desse encontro nasceu esse magnífico "Life Journey" (Mercury-Universal Music), que acaba de chegar às lojas.

Aqui, Leon solta sua voz ríspida como nos tempos da Shelter Records, onde gravou seus melhores discos nos anos 70.

Os arranjos não são menos que espetaculares, com muitos metais e muitas cordas.

Vez ou outra, eles saem de cena e deixam Leon e seu piano velho de guerra darem sozinhos o recado.

O repertório traz desde "Come On Into My Kitchen" de Robert Johnson e "New York State Of Mind" de Billy Joel até "I Got It Bad And That Ain't Good" de Duke Ellington e "Georgia On My Mind" de Hoagy Carmichael, mesclando diversos estilos musicais e compondo um quadro multifacetado que é a cara de Russell.



"Life Journey" é um disco delicioso que vai agradar em cheio os velhos fãs do velho maestro cabeludo que subia ao palco sempre usando sua cartola com a bandeira americana estampada.

A cartola se foi faz tempo.

Mas o maestro está de volta, firme e forte.

Num disco digno de sua estatura musical, que faz jus a seus mais de 50 anos de ótimos serviços prestados à música popular anglo-americana.




WEBSITE PESSOAL
http://www.leonrussellrecords.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/leon-russell-mn0000816387/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

quinta-feira, abril 19, 2012

A VOLTA TRIUNFAL DO PRÍNCIPE DO POWER-POP DWIGHT TWILLEY NUM DISCO ESPLÊNDIDO

Quem viveu os anos 70 e seguia os passos de bandas power-pop como Big Star, Badfinger e Raspberries, com certeza lembra com muito carinho da Dwight Twilley Band.

Era uma guitar-band americana fortemente influenciada pelos Beatles, com canções delicadas e ensolaradas, fruto da conjunção dos talentos de dois guitarristas, cantores e compositores brilhantes: Phil Seymour e o próprio Dwight Twilley.

Eles se conheceram em Tulsa, Oklahoma, 1967, depois de assistir “A Hard Day’s Night” num cinema da cidade.

Montaram sua banda, Oister, no ano seguinte, e passaram mais de cinco anos viajando por todo o Sul dos Estados Unidos, tentando gravar para algum selo que se interessasse por eles. Sem sucesso.

 

Só em 1974 eles conseguiram um contrato, com a gloriosa Shelter Records, de Denny Cordell e Leon Russell -- que, a essa altura do campeonato, não ia nada bem das pernas.

Cordell achou a banda ótima, mas também achou o nome Oister medonho.

Insistiu para que eles mudassem para Dwight Twilley Band e gravou com eles material suficiente para compor dois LPs diferentes.


Dessas gravações, saíram vários singles e também o primeiro LP deles, “Sincerely”, lançado pela ABC em 1976 em meio a uma confusão dos diabos, por conta do colapso financeiro da Shelter.

Foi sucesso de crítica e fiasco de público, sendo seguido no ano seguinte por “Twilley Don´t Mind” -- igualmente ótimo, mas que também não emplacou.

Foram tantas confusões empresariais e tantos revezes ao longo desses dois anos que a banda não suportou o tranco.

Phil Seymour e Dwight Twilley acharam por bem desistir do projeto da banda e seguir carreiras solo.


Com a explosão do pós-punk no final dos anos 70. ficou mais fácil para qualquer artista inglês ou americano conseguir um lugar ao sol na cena musical tocando "pop puro", como o que eles faziam.


Dwight Twilley seguiu a reboque das tournées do amigo Tom Petty e, com isso, conseguiu contratos com gravadoras que resultaram em vários discos muito bons, ainda que não tão eloquentes quanto os que gravara nos anos 70.

Já Seymour produziu apenas três discos ao longo dos anos 80, sendo que o primeiro (foto abaixo) é considerado hoje uma obra prima do power-pop.

Infelizmente, nenhum dos dois jamais conseguiu emplacar no Top 20 da Billboard.Pareciam estar fadados ao fracasso comercial.
.

E então, Phil Seymour morre em 1993.

Paralelo a isso, Dwight Twilley resolve parar de correr atrás de contratos com gravadoras e de ter que trabalhar com produtores sem a menor consideração com a integridade de seu trabalho, e decide virar um artista independente.

Nesse meio tempo, tanto ele quanto Phil Seymour viram objeto de culto para as novas gerações.Seus discos antigos começam a ser relançados, e isso dá um gás todo especial à carreira meio combalida de Twilley.

O resultado prático disso é que, nos vinte anos que se seguiriam a esses acontecimentos, Dwight Twilley não sossegaria mais, produzindo discos em abundância e compondo canções extremamente apelativas e praticamente tão boas quanto as do tempo em que Seymour e ele faziam dobradinha.


O que nos leva a "Soundtrack", seu novo trabalho.

São canções autobiográficas e em tom confessional compostas especialmente para um documentário sobre sua vida artística, que ainda não foi lançado. Todas muito envolventes e invariavelmente grudentas.

Sua nova banda é ótima, com músicos das mais diversas faixas de idade. Impressionante como as guitarras de Twilley e de Bill Pitcock soam harmoniosas e estridentes na medida certa, resgatando boa parte da alquimia que rolava em seus primeiros discos, ao lado de Phil Seymour.

Em suma: a musicalidade de Dwight Twilley chega completamente revigorada nesse "Soundtrack", e isso é uma grande notícia para seus novos e velhos fãs.

Nada mais bacana do que vez um veterano talentoso como ele, que passou anos e anos dando murro em ponta de faca para manter sua carreira ativa, finalmente chegando a um porto seguro.



Enfim, se você gosta do power-pop dos Beatles, conheça “Soundtrack”, de Dwight Twilley.

É um disco “perfil baixo” espetacular, de um grande artista, talvez no melhor momento de sua carreira.

Um marco na história atrapalhada de um grande herói subestimado do rock and roll.


INFO: 
http://www.allmusic.com/artist/dwight-twilley-p5718/biography

DISCOGRAFIA: 
 http://www.allmusic.com/artist/dwight-twilley-p5718/discography

WEBSITE OFICIAL:
 http://www.dwighttwilley.com/

AMOSTRAS GRÁTIS: