Pete Townshend nasceu com alma de
produtor.
Ninguém pode acusá-lo de não
saber para onde pretendia levar suas canções em suas gravações definitivas – fossem
elas solo ou não.
A partir de “Tommy” -- o primeiro
disco conceitual que compôs e arranjou para
The Who, em 1969 -- Pete sempre teve o cuidado de gravar demos
extremamente detalhadas, muitas vezes tocando todos os instrumentos, para que
nenhum membro da banda e(ou) nenhum produtor contratado por sua gravadora se
atrevesse a alterar a essência de suas composições.
Nisso ele era irredutível: tudo o que queria que essas canções fossem em suas versões finais já estava devidamente registrado
em suas demos.
Faltava apenas acrescentar alguma maquilagem e, claro, o som e a fúria do The Who.
Pois bem: Pete Townshend guardou essa infinidade de fitas demo extremamente bem acabadas com muito carinho por quase 15 anos.
Faltava apenas acrescentar alguma maquilagem e, claro, o som e a fúria do The Who.
Pois bem: Pete Townshend guardou essa infinidade de fitas demo extremamente bem acabadas com muito carinho por quase 15 anos.
Até que, no início dos anos 80,
num período de baixa criativa, optou por cumprir uma obrigação contratual com sua
gravadora reunindo suas demos mais expressivas num álbum duplo descompromissado
chamado “Scoop”.
Para surpresa geral – dele
inclusive --, “Scoop” foi um sucesso estrondoso.
Crítica e público ficaram
encantados com os rascunhos musicais estilosos de Pete Townshend, que expunham sua genialidade musical a olhos vistos.
Por conta disso, não só alguns outros volumes de “Scoop” vieram a público nos anos seguintes, como também vários outros artistas resolveram também começar a publicar suas demos -- o que acabou criando uma nova tendência na Indústria Fonográfica.
Por conta disso, não só alguns outros volumes de “Scoop” vieram a público nos anos seguintes, como também vários outros artistas resolveram também começar a publicar suas demos -- o que acabou criando uma nova tendência na Indústria Fonográfica.
E então, depois de publicar
vários discos nesse formato -- sempre muito bem recebidos por seus fãs --, eis que Pete
Townshend decide resgatar as demos que deram origem a “Quadrophenia”, a obra
mais ambiciosa da carreira do The Who, e que permaneciam estranhamente inéditas
até agora.
Na verdade, Pete estava mesmo é
esperando que "Quadrophenia" completasse 40 anos de vida para trazê-las a público.
“Quadrophenia Demos Vol.1” e
“Quadrophenia Demos Vol.2” chegam agora às lojas num formato no mínimo curioso:
dois LPs de 10 polegadas cada, com quase todas as canções contidas no disco
original.
São demos preciosísimas. Que tem tudo,
menos cara de gravações caseiras.
É uma delícia poder ouvir “The Real
Me” e "The Punk Meets The Godfather" ainda sem as explosões vocais de Roger Daltrey, mas com Townshend
castigando seu violão de forma cruel sobre uma base rítmica bem suave.
E também é uma grata surpresa perceber que
todo aquele encadeamento envolvente que resgata, em meio a cada música, o tema
recorrente “Love Reign Over Me” já estava previsto num estágio bem inicial da
elaboração de “Quadrophenia”.
Enfim: é um grande prazer escutar
novamente todos aqueles temas bem familiares em versões quase intimistas, mas
já com sua grandeza plenamente revelada.
Se na literatura muitos
escritores só se revelam por inteiro depois de investigarmos seus diários, anotações
ou esboços, na música de Pete Townshend a mesma premissa é verdadeira.
Pete Narigudo, você é genial....
INFO:
http://www.allmusic.com/artist/pete-townshend-p5678/biography
http://www.allmusic.com/artist/the-who-p5822/biography
DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/pete-townshend-p5678/discography
http://www.allmusic.com/artist/the-who-p5822/discography
WEBSITE OFICIAL:
http://www.thewho.com/
AMOSTRAS GRÁTIS:
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