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sexta-feira, maio 04, 2018

NOSSO ANIVERSARIANTE DE HOJE É O CONTRABAIXISTA MAIS FAMOSO DO MUNDO, E ESTÁ COMPLETANDO 81 ANOS DE IDADE


Ron Carter começou a tocar violoncelo com 10 anos de idade, mas quando sua família se mudou para Detroit passou a ter dificuldades em virtude dos estereótipos raciais dos músicos eruditos. Apesar disso, passou a tocar baixo. Frequentou a Cass Technical High School e tocava na orquestra filarmônica da Eastman School of Music, tendo se graduado bacharel em 1959. Em 1961, obteve sua graduação como mestre em performance de contrabaixo, na Manhattan School of Music. Seus primeiros trabalhos como músico de Jazz foram com Jaki Byard e Chico Hamilton. Suas primeiras gravações foram acompanhando Eric Dolphy (que também fora membro do grupo de Hamilton) e Don Ellis, em 1960. Carter também trabalhou nessa época com Randy Weston, Thelonious Monk, Wes Montgomery, Bobby Timmons, Cannonball Adderley e Art Farmer. Além de contrabaixista, Carter é um violoncelsita aclamado. Já tocou violoncelo em diversas gravações, notavelmente em sua primeira aparição como leader: Where?, com Dolphy e Mal Waldron e também em outra parceria com Eric Dolphy chamada Out There, com Jaki Byard, George Duvivier, Roy Haynes e Carter no violoncelo. Carter chegou à fama com o segundo grande quinteto de Miles Davis. Formado no início da década de 1960, o quinteto incluía ainda Herbie Hancock, Wayne Shorter e Tony Williams. Carter se juntou ao grupo em 1963, aparecendo no álbum Seven Steps to Heaven e no seguinte E.S.P.. Este último foi o primeiro a contar com o quinteto completo e continha três composições de Carter. Continuou o trabalho com Miles até 1968, quando foi substituído por Dave Holland. Ainda participou de algumas sessões de estúdio com Miles em 1969 e 1970. Embora na época tenha ocasionalmente tocado baixo elétrico, posteriormente deixou por completo esse instrumento, passando a dedicar-se exclusivamente ao contrabaixo acústico. Após deixar Miles Davis, Ron Carter foi por vários anos um mainstay da CTI Records, fazendo álbuns próprios e aparecendo em diversas gravações do selo ao lado de uma ampla gama de músicos, como Wes Montgomery, Herbie Mann, Paul Desmond, George Benson, Jim Hall, Nat Adderley, Antonio Carlos Jobim, J. J. Johnson and Kai Winding, Eumir Deodato, Esther Phillips, Freddie Hubbard, Stanley Turrentine, Kenny Burrell, Chet Baker, Herbie Hancock e outros. Carter também tocou com Billy Cobham, Stan Getz, Coleman Hawkins, Joe Henderson, Horace Silver, Shirley Scott, Helen Merrill, Houston Person, Red Garland e Hermeto Pascoal, além de ter gravado mais de 25 álbuns como bandleader. 
Foi designado Professor Emérito do departamento de música da City College of New York, tendo ensinado lá por vinte anos. Em 2004, recebeu um doutorado honoris causa da Berklee College of Music. (extraído da Wikipedia) 


DISCOGRAFIA SOLO
1961 Where?
1966 Out Front
1969 Uptown Conversation
1972 Alone Together
1973 Blues Farm
1973 All Blues
1974 Spanish Blue
1975 Anything Goes
1976 Yellow & Green
1976 Pastels
1977 Third Plane
1977 Piccolo
1978 1 + 3
1978 Peg Leg
1979 Parade
1979 New York Slick
1979 Standard Bearers
1980 Parfait
1980 Pick Them
1980 Patrao
1982 Etudes
1982 Live At Village West
1984 Telephone
1986 The Village Date
1988 All Alone
1989 Duets
1990 Panamanhattan
1990 Carnival
1991 Akioustically Sound
1992 Heart & Soul
1992 Meets Bach
1993 So What
1994 Jazz, My Romance
1995 Brandenburg Concerto
1995 Mr. Bow Tie
1997 Bass and I
1998 So What
1999 Orfeu
2001 When Skies Are Grey
2001 Holiday In Rio
2002 Dialogues
2002 Stardust
2002 Four Generations Of Miles
2003 Eight Plus
2003 Friends
2003 The Golden Striker
2005 In New York
2006 Live At The Village Vanguard
2006 Dear Miles
2006 Blue Note Sessions
2007 It’s The Time
2008 Jazz & Bossa
2011 Ron Carter’s Great Big Band
2013 San Sebastian
2013 Cocktails At the Cotton Club
2013 Pannonica
2013 Thrasher Big Trio
2014 We’re Back
2015 My Personal Songbook
2016 Chemistry
2017 Brazil L.I.K.E. (with Vitoria Maldonado)





https://www.youtube.com/watch?v=5SRt7CT005A


plus...






sexta-feira, maio 26, 2017

NOSSO ANIVERSARIANTE DESTE SEXTA É SIMPLESMENTE O MAIOR JAZZMAN DE TODOS OS TEMPOS NO PLANETA TERRA


CELEBRAMOS O ANIVERSÁRIO
DO MAIOR ARTISTA DE JAZZ
EM TODOS OS TEMPOS
RESGATANDO PERFORMANCES AO VIVO
DE CINCO MOMENTOS BEM DISTINTOS
DE SUA LONGA CARREIRA
GRAVADOS ENTRE 1964 E 1991

ENJOY...










terça-feira, setembro 25, 2012

TOOTS THIELEMANS COMPLETA 90 ANOS COM PLENOS PODERES SOBRE SUA ARTE


Toots Thielemans completou 90 anos este ano de gloriosos serviços prestados ao jazz, e, acreditem ou não, segue em plena atividade artística, em tournée pelo mundo.

Esse belga admirável, que nunca pretendeu ser músico -- mas que, a partir da Segunda Guerra Mundial, acabou virando um dos maiores jazzistas que a Europa já produziu --, começou na guitarra, alternando o estilo mamouche de Django Reinhardt com a guitarra eletrificada de Charlie Christian, e vez ou outra acrescentando a seus temas solos de assovio sensacionais, absolutamente inimitáveis.

Quando a Guerra acabou, saiu procurando trabalho nos clubes noturnos de Paris, e logo encontrou. Pouco a pouco, foi conhecendo músicos de bebop americanos e europeus de passagem pela cidade, e participando de jams e gigs variadas. Até que um dia foi convidado para integrar a banda de Benny Goodman, onde trabalhou lado a lado com o grande saxofonista tenor Zoot Sims. Juntos, os dois iriam integrar no ano seguinte o Charlie Parker's All Stars, com Milt Jackson e o jovem Miles Davis.

Seu maior sucesso solo foi "Bluesette", de 1962, um número de guitarra e assovio magnífico, que quase todo mundo conhece, mas não imagina que seja dele. Por uma razão muito simples|: o Toots Thielemans que conhecemos é o fantástico gaitista, que conseguiu transformar a harmonica num instrumento de jazz por excelência.

São raros os músicos brasileiros que não tenham tido o privilégio de contracenar com Toots Thielemans nesses últimos 40 anos.

Toots já é uma espécie de brasileiro honorário, com parcerias constantes com Sivuca, Ivan Lins e muitos outros que resultaram numa simbiose musical com o Velho Continente que começou em 1970, num disco muito bonito gravado ao lado de Elis Regina, pouco conhecido por aqui, mas que serviu para apresentá-la ao mercado europeu na época.

Sua carreira como gaitista nunca seguiu qualquer padrão de linearidade.

Deixou o jazz por alguns anos para se dedicar a compor jingles, depois passou a compor trilhas sonoras para filmes, e retomou sua carreira somo jazzista por um viés mais pop, através de participações em LPs crossover de Quincy Jones.

Desde então, tem-se mantido exemplarmente ativo, tanto em discos de jazz quanto fazendo participações em discos de artistas pop, e ainda partindo para experiências musicais inusitadas, como o duo Word Of Mouth, onde contracenou com o saudoso baixista Jaco Pastorious.



Neste ano, várias antologias dos mais de 60 anos de carreira de Toots Thielemans estão chegando ao mercado, todas impecáveis e irresistíveis. Mas nenhuma delas tem o apelo de "90 Yrs",  cd e dvd ao vivo recém-lançados, onde contracena com seu chiquérrimo European Quartet.

Aqui, Toots está completamente à vontade, passeando por vários gêneros musicais, com uma delicadeza assombrosa e um bom gosto musical que chega a assustar. Não há grandes surpresas no repertório. Mas suas reinterpretações altamente climáticas de números que há muitos anos compõem seu repertório, apresentadas dessa vez sem virtuosismos, são no mínimo desconcertantes, de tão lindas.

Desde a abertura com 'Waltz For Sonny", até o encerramento com a adorável "Old Friends", Toots passeia com sua harmonica por um repertório transcontinental, onde há espaço tanto para Tom Jobim ("Wave", "One Note Samba") quanto para Paul Simon ("I Do It For Your Love") e Louis Armstrong ("What A Wonderful World").

É difícil definir até onde vai o ecletismo musical de Toots nesse "90 Yrs", mas o caso é que, a essa altura do campeonato, isso não tem mais a a menor importância.

Bem vindos a um recital espetacular de um artista inigualável.



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segunda-feira, agosto 13, 2012

LEE KONITZ CHEGA AOS 80 ANOS DE IDADE E SEGUE EM FRENTE NESSE ESPETACULAR "LIVE AT THE VILLAGE VANGUARD"


O poder de fogo da música de Charlie Parker incendiou o jazz dos anos 40 de forma irreversível, enterrando a Era do Swing e dando o pontapé inicial na Era do Bebop.

O estilo de Parker era tão vibrante e sua personalidade musical tão forte que era praticamente impossível para qualquer jovem músico que tivesse escolhido o sax alto como instrumento não se deixar contaminar pelo sopro sincopado e acelerado de Parker.

Mas havia uma exceção: um jovem saxofonista de Chicago chamado Lee Konitz, nascido em 1927, aluno de Lennie Tristano, que esnobou um convite para ingressar na Orquestra de Dizzy Gillespie, onde Parker tocava, para unir forças a dois amigos que estavam montando um noneto sob orientação de Gil Evans, que iria levar a carreira de todos os envolvidos para um caminho inusitado e brilhante.

Esses amigos se chamavam Miles Davis e Gerry Mulligan.

O ano era 1949.

E o disco que eles iriam gravar juntos -- "The Birth Of The Cool" -- viraria um marco para o jazz moderno, inaugurando uma modalidade mais climática e reflexiva de bebop, com músicos usando e abusando de notas longas e encorpadas, que mais tarde seria batizada de cool jazz.



Todos os músicos que se escolavam com o pianista Lennie Tristano saíam com uma bagagem em comum: tornavam-se craques em harmonia jazzística e erudita, e eram encorajados por Tristano a fazer experiências melódicas e rítmicas constantemente.

Graças a esse background, Lee Konitz conseguiu desenvolver um estilo no sax alto bem diferente do estilo de Parker, abusando das notas longas, valorizando a melodia em suas intervenções, e sempre permitindo que os integrantes de suas bandas improvisassem à vontade.

Daí em diante, passou a desafiar gêneros.

Fez um disco explosivo de jazz com o baterista Elvin Jones para a Verve, chamado "Motion". Experimentou desde Dixieland até o free-jazz, com músicos das mais diversas formações, e gravou vários discos para o mercado de música erudita. Apesar de ser conceituado como band-leader, não negava fogo sempre que algum amigo o convidava para atuar como sideman em alguma tounée.

Desde 1980 está estabelecido em Paris, voltando aos Estados Unidos de tempos em tempos para matar a saudade de casa, quase sempre acompanhado por músicos jovens de vários cantos do mundo.


"Live At The Village Vanguard" é o registro precioso de duas noites em 2010 em que Konitz se apresentou à frente de seu New Quartet, formado pelo excelente pianista alemão Florian Weber, pelo baterista israelense Ziv Ravitz e pelo baixista californiano Jeff Denson.

Mesmo com 83 anos de idade na ocasião, Konitz não fez feio em momento algum.

Pelo contrário, dividiu a responsabilidade de proporcionar uma noite memorável para o público com os músicos, e eventualmente se posiciona quase como um sideman de seu pianista para poder se poupar para aguentar mais tempo no palco. Convenhamos, que outro grande mestre do jazz dos anos 40 ainda circula pelos palcos do mundo inteiro com tamanha galhardia?

Konitz e seu New Quartet dão um toque totalmente novo a um dos temas mais gravados do jazz, 'Cherokee", de Ray Noble. Passeiam com muita delicadeza por três standards -- "Polka, Dots & Moonbeans", "I Remember You" e uma releitura inusitada para "All The Things You Are" --  e mergulham de cabeça num tema impressionista intrincadíssimo, "Colors", de autoria de Weber, que segue magnificamente bem por mais de 10 minutos e poderia durar outros dez, tranquilamente.

Tudo isso somado à alegria de tocar novamente no Village Vanguard, onde brilhou em diversas formações desde os anos 40, faz de Lee Konitz um músico feliz e realizado, e um verdadeiro patrimônio afetivo para quem teve o prazer de estar na platéia em qualquer uma dessas duas noites registradas nesse disco.



Lee Konitz está com 85 anos agora.

Sua saúde não anda boa de uns tempos para cá, e suas apresentações estão ficando cada vez mais esporádicas. Algumas tiveram que ser canceladas ano passado.

É bem provável que, daqui para a frente, não tenhamos mais a chance de ouví-lo com toda essa non-chalance demonstrada nesse belo concerto ao vivo.

Mas só de saber que Lee Konitz continua vivo e ativo depois de mais de 60 anos de excelentes serviços prestados ao jazz já é motivo de comemoração entre os amantes do gênero

Sendo assim...

"Senhoras e Senhores, Benvindos ao Village Vanguard. Com vocês, o grande Lee Konitz!"






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segunda-feira, julho 23, 2012

O HARD-BOP DE GENTE GRANDE DE BRANFORD MARSALIS E SEU ASSOMBROSO QUARTETO


Quando surgiram na cena jazzística americana de forma retumbante em meados dos anos 80, Branford e Wynton Marsalis foram acusados por muitos de ter uma atitude "yuppie" na cena jazzística, já que haviam feito estágios curtos demais nas bandas de professores como Clark Terry e Art Blakey e queimado algumas etapas para iniciar logo suas carreiras -- vitoriosas, diga-se de passagem -- como solistas.

O que irritava mais ainda é que os discos tanto de um quanto do outro eram ótimos. Desprezavam solenemente toda a maré fusion que inundou o jazz dos anos 70 e 80. E remetiam diretamente à sonoridade iniguálável do quinteto magnífico que Miles Davis comandou nos anos 60, composto por Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Williams.

Tudo bem que os Branford e Wynton -- e também Delfayo e Jason Marsalis -- são filhos de um grande professor de música de New Orleans, o pianista Ellis Marsalis, e foram criados respirando jazz desde a mais tenra idade, mas, mesmo assim, como explicar que os dois tenham conseguido se afirmar como ótimos bandleaders desde tão cedo, tendo excursionado tão pouco em bandas alheias?


Seja qual for a resposta, ela não em a menor importância.

O que importa é que o tempo e o conjunto de obra dos dois mostrou que eles sabiam o que estavam fazendo.

Wynton, sempre de forma mais sisuda.

E Branford sempre mais aberto para experiências musicais pouco ortodoxas, e sempre bem humorado.

(num show em São Paulo, quinze anos atrás, ele abriu o set com o "Tema dos Flintstones" e deixou no palco um boneco Fred Flintstone inflável o show inteiro, e na hora de apresentar um a um os integrantes da banda, incluiu Fred nos créditos)



Pois bem: Branford Marsalis está de volta melhor e mais democrático do nunca nesse "Four MFs Playin´ Tunes", comandando seu bravo Quarteto -- Joey Calderazzo, piano, Eric Revis, contrabaixo, e Justin Faulkner, bateria, este recém-integrado ao grupo -- numa empreitada de hard-bop sensacional, com sete temas de autoria dos integrantes do grupo e um clássico de Thelonious Monk no repertório.

Detalhe: MFs significa Motherfuckers. O título do disco, em bom português, seria algo como "Quatro Fodões Tocando Canções" -- o que dá uma idéia da descontração e do bom humor que rola entre entre Branford e seus rapazes. 

É em discos como esse que se vê a grandeza de um band-leader. Sem um comandante com grande presença de espírito, fica inviável ter uma banda tocando redondo desse jeito, e acelerando de forma vertiginosa a todo momento, com todos em perfeita sincronia, sempre esbanjando uma destreza admirável, num flerte constante com o perigo. Branford sabe disso. Aprendeu com Art Blakey.

Aqui em "Four MFs Playin' Tunes" não rola aquele fricote muito comum entre jazzistas de "conceituar o disco", para depois adequar o repertório e os arranjos a uma idéia central. O que foi composto foi simplesmente tocado da maneira mais honesta e vibrante possível, para no final restar apenas o trabalho de juntar as canções gravadas numa sequência em que fizessem sentido.

Simples assim. Perfeito assim.




Não adianta: Branford Marsalis sempre foi impetuoso, nunca respeitou convenções tolas, e não iria ser agora, aos 52 anos de idade e 32 de carreira, que ele se renderia a elas.

Nós, velhos admiradores, encarecidamente agradecemos.

Preparem-se para ouvir um Quarteto espetacular quebrando tudo ao longo de mais de uma hora de jazz de primeiríssima grandeza.

Acredite: eles não se entitulam "Motherfuckers" à toa.

BIO-DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/branford-marsalis-mn0000045379

WEBSITE OFICIAL
http://www.branfordmarsalis.net/

AMOSTRAS GRÁTIS

sexta-feira, junho 01, 2012

RON CARTER SE REINVENTA MAIS UMA VEZ. AGORA COMANDA UMA BIG BAND ESPETACULAR.



Jazz sem contrabaixo não existe. 

Ou, ao menos, não existe em toda a sua plenitude. 

É o baixo que determina o drive, que estabelece o chão e que fornece o tapete para que qualquer arranjo -- seja para duos, trios, quartetos, quintetos e até mesmo orquestras -- funcione.

Não é nenhum exagero afirmar que Ron Carter é não só o maior contrabaixista vivo, como também o mais experimentado, o mais elegante e um dos únicos a conseguir estabelecer uma carreira como band-leader.

Domina todas as possibilidades tanto do cello quanto do contrabaixo – e, não satisfeito com isso, ainda desenvolveu um instrumento acústico muito interessante chamado Picollo Bass, bastante difundido de uns tempos para cá. 

Só não é muito chegado em baixos elétricos, apesar de ter feito uso esporádico deles nos anos 1980.


A carreira de Ron Carter é nada menos que espetacular. 

Desde o início prá lá de eloquente, em meados dos anos 50, nas bandas de Chico Hamilton e de Eric Dolphy. 

Depois brilhando como sideman em combos de diversos formatos com os amigos Cannonball Adderley, Randy Weston, Thelonious Monk, Bobby Timmons e Art Farmer. 

Até desembarcar no inigualável Miles Davis Quintet em 1963, ao lado de Tony Williams, Herbie Hancock e Wayne Shorter, virando os conceitos do jazz de ponta cabeça e libertando-o de todas as amarras ao longo de seis anos extremamente produtivos.

Foi quando percebeu que não cabia mais em grupo algum na condição de sideman e iniciou uma carreira como solista e band-leader em discos nada menos que espetaculares, como “Blues Farm” (CTI 1973), “Milestones with Sonny Rollins & McCoy Tyner” (Milestone 1980) “The Bass And I” (Blue Note 1997) e “Dear Miles” (Blue Note 2006)


Vocês já ouviram falar de algum baixista que tivesse comandado uma Orquestra de Jazz?

Pois foi exatamente o que Ron Carter decidiu fazer – e fez -- ano passado, reinventando-se mais uma vez como artista de jazz nesse espetacular “Ron Carter´s Great Big Band”, com arranjos bastante incomuns providenciados por Robert M Freedman para clássicos do jazz compostos entre os anos 1920 e 1970, e utilizando alguns dos melhores músicos de Nova York nos 13 números – nenhum deles com mais de 5 minutos de duração -- que compõem o disco.

Os destaques – se é que é o caso de destacar alguma coisa aqui, já que o disco inteiro é espetacular – ficam por conta de “The Eternal Triangle”, de Sonny Stitt, e  “Line For  Lions”, de Gerry Mulligan, números clássicos que ganham releituras tão intensas que certamente deixariam seus autores orgulhosos.

O mesmo vale para “Com Alma”, um dos temas favoritos de Dizzy Gillespie, além de “Footprints” de seu velho comparsa Wayne Shorter e das releituras extremamente originais para “Caravan”, de Duke Ellington, e “St. Louis Blues”, de W C Handy. 

Em meio a tudo isso, números como “Loose Change” e “Opus 1.5 - Theme For Clifford Brown”, ambos de autoria do próprio Ron Carter, e com linhas de contrabaixo espetaculares, caem redondos como um brandy bem maturado e um bom charuto.


Ron Carter estudou cello desde menino, no Estado do Mississipi, porque queria tocar em Orquestras Sinfônicas quando adulto.

Já quase adulto, nos anos 1950, tentou mas nunca conseguiu ser aceito tantos nas Orquestras Sinfônicas do Sul dos Estados Unidos quanto na Detroit Symphony.

O motivo: Segregação Racial.

E foi isso que o obrigou a trocar o cello pelo contrabaixo, e a música erudita pelo jazz.

Daí, ver Ron Carter comandando uma Orquestra com seu contrabaixo em plena Era Obama, e alternando seu trabalho jazzístico com discos solo com temas de Bach tocados no cello -- como em "Ron Carter Plays Bach", que está sendo lançado por esses dias --, é algo no mínimo emocionante.

É a evidência definitiva de que justiça poética pode ter swing.



BIO-DISCOGRAFIA:
http://www.allmusic.com/artist/ron-carter-mn0000275832

WEBSITE OFICIAL:
 http://www.roncarter.net/officialSite.html

AMOSTRAS GRÁTIS:

quinta-feira, abril 14, 2011

SENHORAS E SENHORES... GREGG ALLMAN


“Eu gosto tanto de ensaios tanto quanto de tocar ao vivo. É nos ensaios que as coisas acontecem, as idéias surgem, novas canções tomam forma. E sempre que isso acontece e a banda logo encontra o tom da canção que acaba de nascer... cara, para mim é como se fosse Natal!”


“Uma das coisas mais difíceis na hora de compor uma canção é achar a primeira frase. Já aconteceu várias vezes comigo de ter a canção inteira praticamente pronta, e nada de conseguir encontrar a frase de abertura. É desesperador”


“Adoro Ray Charles, mas meu cantor favorito é provavelmente Little Milton Campbell. Escuto jazz a maior parte do tempo: Miles Davis, Lee Morgan, Stanley Turrentine, os craques do gênero. Mas eu também adoro escutar Woody Guthrie, Leadbelly e Lightnin’ Hopkins. Eu gosto demais do Lightnin’ Hopkins.”


“Nos dias de hoje, não dá mais para encarar a estrada do jeito que fazíamos quatro décadas atrás. Imagine que, em 1970, nós tocamos 306 noites. Sabe lá o que é isso?"


“O legal de trabalhar com Warren Haynes e Derek Trucks é que eles tem a mente aberta e sempre topam qualquer aventura musical. Se alguém aparece com uma idéia diferente, incomum, eles jamais vão dizer “Aaaah não, isso não vai dar certo”. É por essas e outras razões que Richard Betts não estava mais funcionando na banda. Warren e Derek são o oposto dele. Topam qualquer parada. Sempre.”


“We’re not a jam band, we’re a band that jams!”


LPS SOLO
Laid Back (1973)
The Gregg Allman Tour (1974)
Playin´ Up A Storm (1977)
Allman And Woman (with Cher) (1980)
I´m No Angel (1986)
Just Before The Bullets Fly (1988)
Searching For Simplicity (1997)
Low Country Blues (2011)

LPS COM A ALLMAN BROTHERS BAND
Allman Brothers Band (1969)
Idlewild South (1970)
Live At Ludlow Garage (1970)
Live At Atlanta International Pop Festival (1970)
Live At Fillmore East (1971)
Eat A Peach (1972)
Brothers And Sisters (1973)
Win Lose Or Draw (1975)
Wipe The Windows, Check The Oil, Dollar Gas (1976)
Enlightened Rogues (1979)
Reach For The Sky (1980)
Brothers On The Road (1981)
Seven Turns (1990)
Shades Of Two Worlds (1991)
An Evening With The Allmans – First Set (1992)
Where It All Begins (1994)
An Evening With The Allmans – Second Set (1995)
Live - Peakin´At The Beacon Theather (2000)]
Hittin´ The Note (2003)
Live - One Way Out (2004)


WEBSITES OFICIAIS

http://www.greggallman.com/
http://www.allmanbrothersband.com/