Depois de 5 workshops bastante concorridos, 10 shows no
Palco da Rua XV, 6 shows mais intimistas no palco do velho Pregão da Bolsa do
Café, e uma noite de abertura triunfal no Teatro Coliseu com Hermeto Pascoal
acompanhado da Sinfônica de Santos e da Jazz Big Band, eis que o Santos Jazz
Festival finalmente entra em sua reta final, desacelerando aos poucos e já
contemplando, com um certo saudosismo, tudo o que rolou em 4 dias de muita
música, muita camaradagem entre artistas, e absolutamente nenhuma confusão –
algo surpreendente num evento que atraiu 10 mil pessoas.
As atrações desse domingo pipocaram em vários cantos da
cidade, e não vieram em sequência como os shows das Maratonas Musicais de Sexta
e Sábado na Rua XV.
Logo pela manhã, no Theatro Guarany, o Jazz Combo do
Conservatório de Tatuí brindou o público com uma aula de arranjo para formações
com mais de 10 músicos, num meio termo curioso entre workshop e show.
Passearam por um repertório variado de música brasileira e
clássicos do jazz, e mostraram para os que ainda não os conheciam porque são
considerados um dos grupos-escola mais importantes das Américas.
No início da tarde, na Bolsa do Café, foi a vez do Sambália
Trio mostrar o seu suingue e a sua delicadeza musical para as pessoas que
circulavam pelo Centro Histórico de Santos
Comandado pelo pianista, arranjador e produtor Theo
Cancello, jovem veterano da cena local e também da cena paulistana, o Sambália
Trio é um dos grupos instrumentais mais promissores dessa nova safra, e parece
ter um futuro bem promissor pela frente.
Já no final da tarde, o
clarinetista americano John Berman, estudioso de música brasileira, trouxe seu
projeto Choro In Jazz e revelou as várias afinidades musicais que os dois
gêneros tem em comum.
Berman, que agora vive aqui no Brasil, vem desenvolvendo
esse trabalho há já alguns anos, sempre fazendo uso de um approach mais
acadêmico e bastante empírico – se bem que, nessa descontraída apresentação de
ontem, o que se viu e ouviu de sisudo não tinha absolutamente nada.
Um belo concerto.
Um belo concerto.
E então, às 20 horas, no Theatro Coliseu, chega a hora do
Santos Jazz Festival encerrar sua primeira edição.
O primeiro dos dois shows da noite foi uma grata surpresa.
O saxofonista e maestro Roberto Sion, santista da gema, veio
sozinho ao palco, munido apenas de um sax-alto e uma flauta.
Tocou, brincou, contou histórias da cena jazzística de
Santos nos anos 60 e 70, quando iniciou sua carreira musical. Homenageou Tom
Jobim, tocou “Brigas Nunca Mais” e “Body & Soul”. Falou de seu pai, que foi
um dos fundadores do Clube de Jazz de Santos nos anos 50 e lembrou de Stan
Kenton hospedado em sua casa.
E então, para surpresa geral, deixou o sax e a flauta de
lado, sentou-se ao piano e tocou algumas canções de que gosta muito, como “All
The Things You Are” e uma canção inédita de sua autoria, composta especialmente
para Santos no final dos anos 60, quando foi estudar música na Europa, que
estava guardada na gaveta e acaba de ser devidamente resgatada.
Sion deixou o palco do Coliseu sob aplausos calorosos, mas não sem antes dar sua bênção ao Santos Jazz Festival.
É chegada a hora do segundo e último show da noite.
E eis que surge no palco do Coliseu o jovem gaúcho de Passo Fundo, Yamandu Costa. Apesar de seus 32 anos de idade, Yamandu já é veterano: acaba de completar 18 anos de carreira e já tem 15 discos gravados.
O que mais impressiona em sua técnica é a maneira
irreverente com que mistura diversas estilos diferentes de tocar violão num
formato único, vigoroso, intenso e muito dramático.
Yamandu não faz a menor cerimônia ao tocar um choro
tradicional como se fosse jazz mamouche, ou uma valsa bem brasileira com toques
flamencos – pelo contrário, parece estar sempre se divertindo muito com essas
“malcriações” musicais.
Mas surpreendente mesmo é ele ter conseguido desenvolver um
estilo tão pessoal com apenas 18, 20 anos de idade. Como bem definiu um amigo
ainda há pouco, Yamandu é uma verdadeira máquina de tocar violão.
Na apresentação do ontem, ao lado de um violonista e de
bandolinista, Yamandu tocou basicamente canções próprias.
As exceções foram uma releitura de um belo número de Radamés Gnattali, e um bis com “Carinhoso”, de Pixinguinha – um pequeno mimo para uma platéia que soube se comportar tão bem diante de um recital de mais de uma hora de duração com um repertório nada conhecido.
As exceções foram uma releitura de um belo número de Radamés Gnattali, e um bis com “Carinhoso”, de Pixinguinha – um pequeno mimo para uma platéia que soube se comportar tão bem diante de um recital de mais de uma hora de duração com um repertório nada conhecido.
Enfim, encerrada a última noite do Santos Jazz Festival, nós aqui da Equipe de Produção fechamos para balanço, até o anúncio da próxima edição no ano que vem.
Antes de encerrar, uma saudação a todos que estiveram envolvidos
nessa empreitada gloriosa que trouxe a Santos um sonho que muitos já tiveram,
mas que, por um motivo ou outro, não conseguiram realizar.
Que todos estejam de alma lavada, é o que desejamos de coração.
Que todos estejam de alma lavada, é o que desejamos de coração.
Vida longa ao Santos Jazz Festival!
Da esquerda para a direita:
Nívio Mota (Projeções Visuais)
Conceição (Gerente Backstage)
Denise Covas e Jamir Lopes (Produtores)
André Azenha (Assessor de Imprensa)
Dino Menezes (Vídeo)
Fred Cappellato (Fotografia).
Ausentes na Foto:
Michel Pereira (Gerente de Palco)
Chico Marques (Textos e Redes Sociais)
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