Há exatos sete anos, Bonnie Raitt não gravava um disco.
Ou seja: há sete anos estávamos privados de uma das vozes mais lindas da história do pop mundial -- capaz de transitar livremente por todos os gêneros musicais genuinamente americanos -- e também de uma das guitarras slide mais marcantes que o blues e o rock and roll já tiveram o prazer de conhecer.
Seu disco anterior, “Souls Alike” (2005), tinha aspectos curiosos. Era bem mais despojado e bem menos apelativo que os trabalhos que o antecederam. Além do mais, foi a primeira vez em que Bonnie se autoproduziu, com resultados bastante satisfatórios.
Só que, infelizmente, algo saiu errado e "Souls Alike" não só foi um fiasco comercial, como também não conseguiu se afirmar entre os melhores discos gravados por Bonnie Raitt ao longo de seus mais de 40 anos de carreira.
Bom... esse certamente não vai ser o destino desse novo LP cheio de atitude chamado “Slipstream”, que chega às lojas americanas no próximo dia 10 de Abril.
Aqui, Bonnie está estreando numa nova gravadora. Por cautela, entregou a produção para o especialista Joe Henry – também um excelente artista solo e um arranjador muito criativo --, que soube explorar bem todas as possibilidades dela como artista já bem conhecidas do seu público, e outras um tanto quanto inusitadas.
Por exemplo: a idéia dele em transformar num reggae “Right Down The Line”, número clássico de Gerry Rafferty, é de uma ousadia impressionante. E o mais legal de tudo é que Bonnie encara desafios assim com uma jovialidade e uma galhardia impressionantes, mesmo aos 63 anos de idade.
Mas “Slipstream” tem muito mais a oferecer.
Tem duas canções de Bob Dylan: “Standing In The Doorway” -- inédita, que ela acaba de ganhar de presente dele -- e uma releitura de arrepiar do bluesaço “Million Miles” -- um clássico do repertório recente de Mr. Zimmerman, que está no LP "Time Out Of Mind" (1997).
Tem também várias canções dos amigos Al Anderson (ex-guitarrista do NRBQ) e Randall Bramblett (ex-guitarrista do Traffic), todas impecáveis e facilmente assovioáveis.
Se bem que as canções mais bonitas do disco são “Not Cause I Wanted To”, da jovem cantora-campositora Bonnie Bishop, e “You Can't Fail Me Now”, parceria do produtor Joe Henry com Loudon Wainwright III (hoje mais conhecido como o pai do Rufus Wainwright).
Tanto uma quanto a outra são parentes distantes daquelas baladas tristes de Eric Kaz – como a clássica “Love Has No Pride” --, que Bonnie Raitt costumava gravar -- melhor do que ninguém, diga-se de passagem -- em seus discos no início dos anos 70.
Desnecessário dizer que ambas são absolutamente desconcertantes. Para ouvir de joelhos.
Enfim, Bonnie Raitt está de volta, madura e intrépida, nesse turbilhão de novas emoções chamado “Slipstream” -- um disco para ouvir muitas e muitas vezes, pelo simples prazer de estar vivo.
INFO:
http://www.allmusic.com/artist/bonnie-raitt-p5222/biography
DISCOGRAFIA:
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WEBSITE OFICIAL:
http://www.bonnieraitt.com/
AMOSTRAS GRÁTIS:
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