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sexta-feira, maio 11, 2018

NOSSO HERÓI DO DIA É UM TAMPINHA BRANQUELO MUITO ENCRENQUEIRO DONO DE UM VOZEIRÃO DE NEGÃO DE TRÊS METROS DE ALTURA


 Eric Burdon surgiu na cena musical em 1963 como o tampinha dono da voz poderosa do quinteto inglês The Animals e, juntamente com The Rolling Stones, rapidamente se afirmou como uma grande expressão do rhythm & blues entre as inúmeras bandas pop que compunham a armada da British Invasion. Formado por Burdon, mais Alan Price (piano), Chas Chandler (baixo), Hilton Valentine (guitarra) e John Steel (bateria) e Eric Burdon (voz). Em 1964, o grupo lançou o primeiro single, “Baby Let Me Take You Home”, seguido pelos dois primeiros álbuns “The Animals” e “Animal Tracks”, ambos de 1965. Mas quando lançaram o terceiro disco, “Animalisms” (1966), ninguém se entendia mais, e a banda acabou implodindo. Foi a deixa para que Burdon se mudasse da Inglaterra para a California e montasse uma nova versão dos Animals, com músicos americanos, batizada de Eric Burdon & The Animals, dando início a uma sequência de discos deliciosos, bem sintonizados com a psicodelia latente em quase toda a música produzida na California. Então, em 1969, Burdon mudou de San Francisco para Los Angeles e deu uma nova guinada em sua carreira, unindo forças com a superbanda soul WAR, com quem gravou dois discos poderosíssimos. Em 1972, teve a honra de gravar um disco de blues ao lado de seu herói Jimmy Witherspoon, e então montou a Eric Burdon Band, uma banda de hard-rock bem suingada que trouxe Burdon de volta ao topo das paradas em dois ótimos LPs para a Capitol Records. E então, em 1976, a formação original dos Animals se reencontrou em Newscatle para acertar velhas desavenças e acabaram gravando em duas ou três tardes um disco repleto de clássicos do rhythm & blues, possivelmente o disco de retorno mais honesto e natural já gravado por uma banda clássica: “Before We Were So Rudely Interrupted”. O disco recebeu elogios muito animadores da crítica, mas como Burdon e Price tinham contratos como artistas solo, não houve jeito dos Animals excursionarem para promover o disco. Alguns anos mais tarde, em 1983, eles já planejaram melhor um novo retorno, e gravaram “The Ark”, com material inédito. A receptividade dos fãs foi bem melhor e o disco rendeu uma turnê mundial. Mesmo assim, foi a última vez que Burdon, Price, Chandler, Steel, Valentine e Money tocaram juntos no Animals. Desde então, Eric Burdon segue gravando discos solo a cada dois anos, num esquema low-profile, e excursionando com sua banda The New Animals. Já passou aqui pelo Brasil algumas vezes, e mesmo depois dos 70 anos continua com seu vozeirão praticamente intacto. Recentemente se apresentou no South By Southwest Festival em Austin, Texas, e deixou uma pequena multidão de jovens que nunca tinham ouvido falar dele completamente encantados com o que viram e ouviram. (Chico Marques)

DISCOGRAFIA

THE ANIMALS
The Animals (1964)
Animal Tracks (1965)
The Animals on Tour (1965)
Animalization (1966)
Animalisms (1966)
Before We Were So Rudely Interrupted (1977)
Ark (1983)
Live (1984)

ERIC BURDON AND THE ANIMALS
Eric Is Here (1967)
Winds of Change (1967)
The Twain Shall Meet (1968)
Every One of Us (1968)
Love Is (1968)

ERIC BURDON & WAR
Eric Burdon Declares "War" (1970)
The Black-Man's Burdon (1970)
Love Is All Around (1975)

ERIC BURDON & JIMMY WITHERSPOON
Guilty! (1971)

THE ERIC BURDON BAND
Sun Secrets (1974)
Stop (1975)
Comeback (1982)

ERIC BURDON
Survivor (1977)
Darkness Darkness (1980)
The Last Drive (1980)
Power Company (1983)
I Used To Be An Animal (1988)
Lost Within the Halls of Fame (1995)
My Secret Life (2004)
Soul Of a Man (2006)
Mirage (2008)
Eric Burdon & The Greenhornes (2012)
'Til Your River Runs Dry (2013)






PLUS...







quinta-feira, maio 11, 2017

NOSSO ANIVERSARIANTE DESTA QUINTA TEM O GOGÓ MAIS PRIVILEGIADO DAS TERRAS DE SUA MAJESTADE, A RAINHA ELIZABETH II


O MAIOR CANTOR INGLÊS VIVO
DE BLUES E RHYTHM & BLUES
CHEGA AOS 76 ANOS DE IDADE
EM PLENA FORMA,
EXCURSIONANDO PELO MUNDO AFORA
E ARREBANHANDO NOVOS FÃS
POR ONDE PASSA.

PARA CELEBRAR ESSA DATA TÃO ESPECIAL,
RESGATAMOS UMA PERFORMANCE ESPETACULAR
DE MR. BURDON COM THE ANIMALS
AO VIVO NO LUGANO JAZZ FESTIVAL 2006.

ENJOY...









quarta-feira, março 13, 2013

RAPIDINHAS: Eric Clapton, Jimi Hendrix, Eric Burdon, T-birds, Mavericks e Poco

ALTOeCLARO está de volta após 3 meses de descanso por conta da estiagem de bons lançamentos na cena internacional, que se encerra todo ano em Fevereiro quando vários artistas bem estabelecidos na cena musical do Hemisfério Norte tradicionalmente lançam novos trabalhos e abrem o ano musical, já projetando suas tournées de Primavera e de Verão.

ALTOeCLARO manterá comentários mais extensos para discos diferenciados nas postagens de quarta a sexta. Às segundas, publicaremos nossa videocronica semanal. E às terças, uma panorâmica rápida em vários discos dignos de atenção, mas não tão vitais quanto os escolhidos para os comentários de quarta, quinta e sexta..

Como vocês podem notar, todos os artistas comentados hoje são figuras de ponta na cena musical anglo-americana, que estão de volta com trabalhos bons, recomendáveis, mas nada fundamentais em seus conjuntos de obras. 

Vamos a eles:


OLD SOCK
Eric Clapton 
(Bushbranch / Surfdog Records)

O guitarrista mais blasé da cena do blues-rock anglo-americano está de volta com um novo disco nada eloquente e com um jeitão indisfarçável de trabalho caseiro. Eric Clapton passeia por reggaes bem reflexivos, baladas delicadas e standards do “Great American Songbook”, sempre sob a alegação de que quis fazer um disco unindo sua produção recente com canções de terceiros que ele sempre gostou mas nunca tinha pensado em gravar, até agora. Tudo bem, só que a alegação não cola. “Old Sock” soa displicente e desconjuntado a maior parte do tempo, as canções novas são apenas medianas e o conjunto final é inofensivo e inexpressivo demais. Tudo bem que, com 50 anos de carreira nas costas, Clapton não tem mais absolutamente nada a provar para ninguém. Mas, cá entre nós, também não precisava encostar tanto o corpo, como ele fez aqui. Já chega Paul McCartney fazendo essas coisas. Ainda assim, vale a pena destacar as releituras bastante criativas que ele fez para “My One And Only Man”, de Otis Redding, e “Still Got The Blues”, de Gary Moore -- a primeira virou um reggae, e a segunda um número de jazz. Em tempo: é seu primeiro disco depois de quase 30 anos de associação com a Warner Bros. Records.


PEOPLE, HELL AND ANGELS
Jimi Hendrix
(Experience Hendrix / Legacy / Sony Legacy)

Enquanto os herdeiros do espólio de Jimi Hendrix seguirem vasculhando os tapes perdidos do lendário guitarrista americano falecido em 1970, discos como esse continuarão a surgir nas lojas de tempos em tempos. O fato é que o material deixado por Hendrix entre 1969 e 1970 -- anos em que ele iniciou vários projetos, mas não conseguiu concluir nenhum – é muito extenso e sem um foco claro. “People, Hell And Angels” é um projeto interessante, mas padece do mesmo mal que vitimou inúmeros discos póstumos de Hendrix. Não é que o material contido no disco seja fraco. É que a promessa de entregar “o grande álbum perdido de Jimi Hendrix” virou uma espécie de busca pelo Santo Graal, que simplesmente não tem como ser cumprida. A cada disco póstumo de Hendrix que chega ao mercado, fica mais claro que ele não sabia mesmo para onde estava indo, e infelizmente saiu de cena antes de conseguir definir suas novas rotas musicais. E sendo assim, as gravações contidas em discos póstumos como “The Cry Of Love” e ‘War Heroes” permanecem como o testamento definitivo dele, e tudo o mais é reciclagem de espólio. Um espólio sempre digno de muito interesse, diga-se de passagem. O destaque aqui não vai para nenhum número musical, e sim para a excelente qualidade dos tapes incluídos no disco. Não há a menor dúvida de que Eddie Kramer andou por ali.


'TIL YOUR RIVER RUNS DRY
Eric Burdon
(ABKCO Records / Universal)

Esse bem que poderia ser o grande disco de retorno de Eric Burdon à cena musical, alavancado por Bruce Springsteen a partir de uma performance fulminante no Festival South By Southwest do ano passado que apresentou Burdon a uma nova geração de roqueiros. Mas infelizmente ele demorou demais para gravá-lo e lançá-lo, e a expectativa se dissipou. “'Til Your River Runs Dry” pode, se muito, resgatar s velhos admiradores para esse cantor inglês que, além de cantor extraordinário, é também um dos caras mais teimosos e azarados do showbiz anglo-americano. Sua carreira solo de 1977 até 2000 é uma sucessão de fiascos anunciados, por conta de associações com bandas inexpressivas, escolha inadequada de repertório e apostas em produtores sem visão. “'Til Your River Runs Dry” fecha com chave de ouro uma trinca de bons discos iniciada em “My Secret Life” (2004) e a coleção de covers “Soul Of A Man” (2006). As vendas do disco ainda não decolaram até agora, mas, de repente, até o Verão europeu, quem sabe esse quadro possa reverter a favor de Burdon. O destaque vai para o melhor cover já gravado para “Before You Accuse Me", bluesaço de Bo Diddley. Um assombro, de tão eloqüente.


ON THE VERGE
Fabulous Thunderbirds
(Severn Records)

Eis que a lendária banda texana comandada pelo cantor e gaitista Kim Wilson achou uma saída viável para continuar existindo, depois de sete anos de silêncio. Na impossibilidade de encontrar um guitarrista à altura de Jimmie Vaughan para dar seqüência ao projeto original da banda, Kim vem testando várias saídas musicais ao longo dos anos, e agora optou por desviar do rhythm and blues suingado que notabilizou a banda para aproximá-la da soul music pedestre de Memphis, Tennessee. O resultado é surpreendentemente bom. As novas composições são muito fortes e marcantes, Wilson está cantando melhor do que nunca e a banda toca de forma tão agradável que as dez faixas do disco passam voando. O destaque vai para a belíssima balada “Hold Me”, tão bem resolvida que até parece coisa de Dan Penn e Spooner Oldham, dois clássicos compositores da Stax Records -- mas que, na verdade, é do bravo Kim Wilson, que segue sua carreira solo low-profile nas férias prolongadas entre um lançamento e outro dos T-Birds. Que talvez sejam menos prolongadas daqui para a frente.


IN TIME
Mavericks
(Valory

Depois de vários discos solo altamente gabaritados, mas que infelizmente não aconteceram comercialmente, eis que o grande cantor e compositor Raul Malo caiu na real e decidiu resgatar sua velha banda para um disco e uma tournée de retorno. Poderia ser apenas mais uma entre tantas empreitadas oportunistas de bandas veteranas em busca de um reforço de caixa em suas contas bancárias, mas é inegável que esse retorno dos Mavericks acabou saindo melhor que a encomenda. Tudo o que parecia esquemático demais no disco anterior da banda, lançado 10 anos atrás, parece ter sido abandonado em prol de uma musicalidade expontânea e novas canções descomplicadas e fáceis de tocar ao vivo. O resultado final é que Malo e seus comparsas acabaram gravando o melhor disco da banda até agora. Em algum lugar do Universo, Roy Orbison com certeza está sorrindo. O destaque vai para “Born To Be Blue”, totalmente atemporal.


ALL FIRED UP
Poco
(Drifter's Church Productions

A lendária banda de country-rock californiana completa 45 anos de carreira apenas com o guitarrista Rusty Young remanescente da formação original, mas com a sonoridade clássica intacta, graças ao espírito aventuresco de seus novos e jovens integrantes. Todos os flertes crossover que sempre marcaram o blend musical do Poco continuam fazendo parte do cardápio da banda, só que com um frescor renovado. Isso faz de “All Fired Up” um dos melhores discos deles nos últimos 30 anos -- período marcado por altos e baixos decorrentes de crises de estrelismo que rolavam sempre que algum integrante original como Paul Cotton, Tim Schmitt e Ritchie Furay voltava por uma ou duas temporadas. Agora, reina a paz no Poco, e isso transparece aqui. Os destaques vão para “Hard Country” e para a tocante homenagem a um amigo músico em “Neil Young”.

AMOSTRAS GRÁTIS