sexta-feira, junho 20, 2014

ARTO LINDSAY NÃO CABERIA JAMAIS NUM "THE BEST OF", DAÍ ESSA "ENCYCLOPEDIA OF ARTO"


Arto Lindsay nasceu em Pernambuco, e cresceu ouvindo frevo, tropicalistas e rock and roll.

Quando se mudou para Nova York e começou a trabalhar como guitarrista, compositor e arranjador, levou toda essa bagagem com ele em várias das bandas por onde passou.

Algumas delas muito pouco conhecidas, como o DNA e o Mars.

Outras, muito badaladas, como o Golden Palominos, os Lounge Lizards e seu projeto mais querido, The Ambitious Lovers -- duo pop avant-garde que ele formou com Peter Scherer no ínício dos Anos 80, gravando 3 LPs que resistem bravamente ao passar dos anos.

De 1984 para cá, Arto vem se dedicando a projetos conceituais totalmente independentes e um tanto quanto idiossincrpáticos que concederam a ele "cult status", mas passaram desapercebidos por muitos dos seus velhos admiradores dos tempos dos Ambitious Lovers.


Essa antologia recém-lançada, estranhamente entitulada "Encyclopedia Of Arto", tenta corrigir essa rota reagrupando sua obra e contextualizado as diversas fases de sua carreira sob um novo prisma.

São dois discos bem distintos.

O primeiro focaliza as bandas por onde passou e oscila pelo avant-garde e pelo pop dançante dos tempos do No Wave.

Já o segundo coloca em perspectiva sua carreira solo, onde mescla suas raízes musicais brasileiras com música eletrônica, e resgata em gravações de estúdio e ao vivo números que se encontravam semi-esquecidos, que agora podem ser apreciados por um público mais amplo e mais atento.

A sequência das faixas não oferece uma combinação temática.

O caos predomina, para o bem ou para o mal,

Mas o conjunto funciona bem.



Arto Lindsay é um completo estranho no ninho tanto na cena musical novaiorquina quanto na brasileira há mais de 30 anos.

É tido como estrangeiro tanto no país onde nasceu quanto no país onde vive.

Deve ter sido difícil para ele no começo, mas hoje, pelo visto, ele já deve estar habituado com essa condição.

"Encyclopedia Of Arto" pode ser tanto um excelente ponto de partida para mergulhar de cabeça na obra
desse artista pop inclassificável quanto um ponto de chegada.

Até porque Arto Lindsay não faz concessões, e nunca pretendeu ser consensual.

Artistas de verdade são assim.


WEBSITE PESSOAL
http://artolindsay.com/

DISCOGRAFIA AMBITIOUS LOVERS
http://www.allmusic.com/artist/ambitious-lovers-mn0000019362/discography

DISCOGRAFIA SOLO
http://www.allmusic.com/artist/arto-lindsay-mn0000793623/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

JOHN LURIE CONVIDA VOCÊ A PESCAR SURPRESAS MUSICAIS INUSITADAS E SABOROSAS


Quem não queria ser John Lurie nos Anos 80?
Verdade seja dita: não havia ninguém mais cool do que ele no meio do showbiz novaiorquino. 
Como ator, ele arrasava em performances inesquecíveis nos primeiros filmes de Jim Jarmush, "Stranger Than Paradise" e "Down By Law", que fizeram dele um "instant darling" do cinema independente da época.
Como pintor, é altamente gabaritado, e seus quadros estão presentes em museus e galerias do mundo inteiro. Já lançou dois livros com suas obras: "Learn To Draw" (2006), que reúne seus desenhos em preto e branco, e "A Fine Example Of Art" (2008), com 80 pinturas a óleo de sua produção recente. 
Já como personalidade de TV, Lurie criou, produziu e estrelou o talk-show mais insólito de todos os tempos: "Fishing With John", onde pescava e conversava fiado com amigos como Dennis Hopper, Tom Waits e Willem Dafoe. Num dos episódios -- foram produzidos apenas 6 deles -- ele ensina como pescar tubarões com uma pistola automática.
E como saxofonista do grupo The Lounge Lizards, John Lurie sempre desafiou classificações. A mais certeira delas talvez tenha vindo de Robert Palmer, do The New York Times, que escreveu certa vez que "Lurie explora novos territórios musicais à Oeste de Charles Mingus e à leste de Bernard Herrman".

The Lounge Lizards era uma banda muitíssimo especial.
Sempre ao lado de seu irmão, o talentoso pianista e band-leader, John desenvolveu conceitos musicais incomuns, que irritavam tanto os jazzistas mais ortodoxos quanto o pessoal do jazz fusion mais cerebral. Incomodados com o sucesso do grupo, diziam por aí que a música dos Luries era inconsequente e pouco séria. Para John e Ethan, no entanto, isso soava quase como um elogio.
Na falta de um rótulo melhor, The Lounge Lizards acabaram sendo abençoados pela Imprensa especializada sob o rótulo "punk-jazz" -- uma tolice, sem dúvida, mas uma tolice inofensiva, que acabou fazendo bem à banda, ampliando seu público e evitando que ficasse restrita ao meio do jazz que a hostilizava com um sorriso nos lábios.
Durante exatos 20 anos, o grupo virou o jazz novaiorquino de ponta cabeça, e exibiu em suas formações artistas tão inclassificáveis quanto os irmãos Lurie: os guitarristas Arto Lindsay e Marc Ribot, os bateristas Grant Calvin Weston e Billy Martin, os baixistas Eric Sanko e Tony Garnier, além do saxofonista Michael Blake e o trumpetista Steven Bernstein.
E então, em 1999, Lurie estreou solo de forma inusitada com um projeto entitulado "The Legendary Marvin Pontiac Greatest Hits", em que apresentava aos americanos a suposta obra de um grande compositor africano de origem judaica completamente desconhecido na Europa e na América, que, depois de uma vida difícil e cheia de perseguições e maus tratos, teria enlouquecido e abandonado sua carreira. Era um disco estranhíssimo, mas bom. Pela primeira vez, John cantava num disco. Gente como David Bowie e Leonard Cohen saudou a iniciativa e aplaudiu a iniciativa.
Mas então, para surpresa de todos -- inclusive da gravadora, dos produtores e dos músicos envolvidos no projeto -- ficou comprovado mais tarde que Marvin Pontiac nunca existira. Era apenas um personagem fictício criado por John Lurie. Pegou mal com todo mundo. Foi aí que começou a correr um boato de Lurie estaria perdendo a razão. 
Na verdade, Lurie havia sido diagnosticado com Lyme, uma doença autoimune transmitida por um carrapato comum em veados e ursos no Hemisfério Norte, que provoca desarranjos neurológicos crescentes em seres humanos. Por conta dela, Lurie anda com dificuldade e não consegue mais atuar nem tocar saxofone.

Mas consegue pintar.

E, de 15 anos para cá, vem pintando cada vez melhor. 
John Lurie mora e trabalha há alguns anos numa casa em Big Sur, California, onde recebe apenas dois amigos: o baixista Flea, do Red Hot Chili Peppers, e o ator e diretor Steve Buscemi.

Por tudo isso, o lançamento de um disco com gravações inéditas e pouco conhecidas da John Lurie como esse "The Invention Of Animals" é extremamente bem-vindo.
Eu confesso que fiquei um pouco assustado quando li que a John Lurie National Orchestra que assina o disco é na verdade um spin-off um tanto quanto excêntrico dos Lounge Lizards -- apesar do nome pomposo, trata-se apenas de um trio, com Lurie nos saxofones e a dupla de bateristas Billy Martin e Calvin Weston.
Mas assim que comecei a ouvir o trio, ficou claro que não se tratam de solos contínuos de Lurie com a sessão rítmica correndo atrás dele, e sim de um trabalho de trio mesmo, com ritmo e melodia interagindo o tempo todo.
As faixas mais breves foram gravadas em estúdio e usadas como trilha incidental para o programa de TV "Fishing With John". Não há espaço para virtuosismos em nenhuma delas. São temas hipnóticos por excelência e estranhamente envolventes.
A grande surpresa do disco está nas duas faixas mais longas, gravadas ao vivo num nightclub novaiorquino, que revelam um trio poderoso que não cansa de testar os limites do formato, sempre evitando cair na armadilha de permitir que os indivíduos se sobreponham ao conjunto.






"The Invention Of Animals" faz par com 'Men With Sticks" (1993), único disco anterior da John Lurie National Orchestra, e é um experimento bem mais radical que os Lounge Lizards, mas nada inacessível. 
O que temos aqui é apenas música leve, envolvente, cativante e bem-humorada.
Se você é daqueles que não consegue dissociar música inteligente de música cerebral, prepare-se para rever alguns conceitos com esse delicioso "The Invention Of Animals": um posfácio brilhante para a carreira de um músico absolutamente único e inimitável: o caçador de tubarões John Lurie.

WEBSITE PESSOAL 
http://johnlurieart.com/

DISCOGRAFIA SOLO
http://www.allmusic.com/artist/john-lurie-mn0000196826/discography

DISCOGRAFIA THE LOUNGE LIZARDS
http://www.allmusic.com/artist/the-lounge-lizards-mn0000757665/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

sábado, junho 14, 2014

A ESPETACULAR VOLTA POR CIMA DO "MAESTRO CÓSMICO" LEON RUSSELL



Leon Russell é uma das maiores expressões da música popular americana em todos os tempos.

Eclético ao extremo, emprestou seu talento como pianista, guitarrista, compositor e arranjador para artistas dos mais diversos gêneros, e se escolou como produtor ao lado de Phil Spector, com quem trabalhou continuamente entre 1960 e 1967.

Ao final desse período, montou seu próprio estúdio em Los Angeles, e imediatamente passou a ser convocado para contracenar com os Rolling Stones, os Beatles, os Flying Burrito Brothers e, finalmente, Joe Cocker, de quem acabou virando maestro na lendária tournée Mad Dogs And Englishman.

Iniciou em 1970 uma das carreiras solo mais vibrantes da época, tornou-se rapidamente uma das atrações mais bem pagas da cena musical americana, teve suas composições disputadas a tapa por diversos intérpretes, emplacou sua estelar Shelter Records lançando uma série de grandes artistas que trabalhavam constantemente com ele, como J J Cale, Dwight Twilley e Tom Petty... tudo parecia conspirar a favor de Leon Russell.

Mas infelizmente essa sorte não durou para sempre.

Poucos anos mais tarde, no final da década de 70, Leon estava falido, viciado em drogas pesadas, sem contrato com nenhuma gravadora e dependendo da ajuda de amigos como Willie Nelson, que lhe arranjava trabalho no círculo da country music.

Nos 30 anos que se seguiram, Leon Russell não conseguiu reaver seu status artístico anterior.

Foi salvo do esquecimento em grande estilo pelo amigo Elton John, que, inconformado com o ostracismo em que seu ídolo musical havia caído, o convidou para um disco em parceria em 2010, chamado "The Union", que foi um sucesso estrondoso e resgatou não só a carreira como também a auto-estima de Leon Russell.



Corta para exatos 25 anos atrás.

No dia em que ouvi pela primeira vez a deliciosa coleção de standards de Dr. John, "In A Sentimental Mood", lembro de ter pensado cá com meus botões: "Puxa, bem que Leon Russell merecia um disco parecido com esse".

Pois agora isso finalmente aconteceu.

Algum executivo da Universal teve o bom senso de chamar o produtor e arranhador Tommy LiPuma -- o mesmo do disco de Dr. John mencionado há pouco -- para trocar uma idéia com Russell e definir repertório para um disco predominantemente de covers.


Desse encontro nasceu esse magnífico "Life Journey" (Mercury-Universal Music), que acaba de chegar às lojas.

Aqui, Leon solta sua voz ríspida como nos tempos da Shelter Records, onde gravou seus melhores discos nos anos 70.

Os arranjos não são menos que espetaculares, com muitos metais e muitas cordas.

Vez ou outra, eles saem de cena e deixam Leon e seu piano velho de guerra darem sozinhos o recado.

O repertório traz desde "Come On Into My Kitchen" de Robert Johnson e "New York State Of Mind" de Billy Joel até "I Got It Bad And That Ain't Good" de Duke Ellington e "Georgia On My Mind" de Hoagy Carmichael, mesclando diversos estilos musicais e compondo um quadro multifacetado que é a cara de Russell.



"Life Journey" é um disco delicioso que vai agradar em cheio os velhos fãs do velho maestro cabeludo que subia ao palco sempre usando sua cartola com a bandeira americana estampada.

A cartola se foi faz tempo.

Mas o maestro está de volta, firme e forte.

Num disco digno de sua estatura musical, que faz jus a seus mais de 50 anos de ótimos serviços prestados à música popular anglo-americana.




WEBSITE PESSOAL
http://www.leonrussellrecords.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/leon-russell-mn0000816387/discography

AMOSTRAS GRÁTIS

IAN ANDERSON PROJETA SEU FUTURO NA MÚSICA PERENE DO BOM E VELHO JETHRO TULL



Nos anos 80, quando o cantor e flautista escocês Ian Anderson embarcou, de forma um tanto quanto iconoclasta, numa carreira solo paralela à de sua lendária banda, Jethro Tull, ativa desde 1967, ninguém entendeu ao certo onde ele pretendia chegar.

Aparentemente, nem ele sabia.

Tanto que seu trabalho solo se assemelhava demais à música produzida pelo Jethro Tull, e não fazia sentido manter duas carreiras com direções musicais tão semelhantes. ..

Comentava-se à boca pequena que era mais uma maneira dele se afirmar perante seus companheiros de banda como líder, já que o Jethro Tull vivia um momento de "paz armada" entre seus integrantes.

Mas então, em 1995, quando Anderson gravou "Divinity - Twelve Dances With God" -- um belíssima suite para flauta e orquestra composta por ele, que foi muito bem recebida nos meios musicais mais eruditos --, ficou claro não era só isso.

Anderson aparentemente almejava ser reconhecido como um músico sério, e não apenas como o frontman de uma banda de rock and roll bem sucedida.

Conseguiu.

De lá para cá, sem ter mais nada a provar para ninguém, Ian Anderson passou a promover em seus discos solo uma ponte entre as raízes folk e eruditas do Jethro Tull e a músicalidade modernosa da banda nos anos recentes, em discos não menos que espetaculares como "The Secret Language Of Birds", "Rupi's Dance" e, mais recentemente, "Thick As A Brick 2" -- que retoma a clássica história do poeta mirim de uma cidade pequena 40 anos depois, mostrando de forma muito divertida o fiasco completo que ele se tornou na vida adulta.


Quanto ao Jethro Tull, a banda dispensa apresentações.

Já esteve por aqui em diversas ocasiões diferentes e possui uma legião de fãs enorme entre nós.

Muito popular no mundo inteiro com seu blend de folk inglês, música barroca, blues e rock and roll, o Tull vendeu mais de 50 milhões de cópias de seus LPs em seus primeiros 20 anos de vida -- uma marca admirável para qualquer artista ou banda.

Viu sua importância decair na cena musical com o passar das décadas, mas não se importou muito com isso: seguiu gravando discos com canções novas de tempos em tempos, para não correr o risco de virar um "nostalgia act" como tantos outros que circulam por aí.

Em 2010, no entanto, a brincadeira cansou.

Ian Anderson não quis mais excursionar continuamente pelo mundo e, como era detentor da marca Jethro Tull, optou por dissolver a banda para dedicar-se apenas a gravar seus discos solo.


"Homo Erraticus" (KScope Records), seu mais recente trabalho, soa extremamente jovial, e, curiosamente, situa-se musicalmente muito próximo da sonoridade clássica da banda.

É um álbum conceitual, assim como os clássicos "Aqualung" (1970) e 'Thick As A Brick" (1972), baseado nas obras de um historiador amador chamado Ernest T. Parritt, que teria vivido entre 1973 e 1928 -- mas que, na verdade, nunca existiu, a não ser na fértil e bem-humorada imaginação de Ian Anderson.

Toda a "nonchalance" de Ian Anderson como menestrel pop e band-leader permanecem intactas, apesar de seus 67 anos de idade.

Sua banda atual pode até não ser tão "muscular" quanto algumas formações do Jethro Tull, mas dá perfeitamente para o gasto.

E as suas novas canções são ótimas, grudentas, memoráveis.



Quarenta anos depois de gravar um LP chamado "Too Old To Rock And Roll, Too Young To Die", Ian Anderson continua sendo um artista relevante.

Segue praticando sua música personalíssima, fazendo performances carismáticas no palco e brilhando intensamente.

Teve a coragem de descartar uma marca -- Jethro Tull -- que é uma verdadeira mina de ouro, para reafirmar sua integridade artística e conseguir projetar para si mesmo um futuro musical relevante.

O que mais um artista veterano pode almejar, senão isso?



WEBSITE OFICIAL
http://jethrotull.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/jethro-tull-mn0000850692/discography

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JACK BRUCE ESTÁ DE VOLTA EM EXCELENTE FORMA, E COM UM DISCO MAGNÍFICO



Todo ano, entre Fevereiro e Junho, a Indústria Fonográfica Anglo-americana abre alas para os artistas veteranos e também para os artistas alternativos.

É o momento em que eles saem de suas tocas, onde passaram o Inverno trabalhando, e ressurgem no mercado com trabalhos novos.

Daí já engatam uma Tournée de Primavera, que pode ou não se estender verão adentro, dependendo da resposta de público. É assim que a coisa funciona desde sempre.

Desde a crise que assolou o meio fonográfico de 15 anos para cá, no entanto, um fenômeno curioso vem acontecendo.

Artistas veteranos, que antes eram escanteados por não venderem milhões de cópias, hoje são tratados a pão-de-ló pela Indústria por terem público cativo.

Seus discos deixaram de ser lançados de qualquer jeito no último mês de Inverno e, dependendo do potencial de vendas de cada um, estão tendo seus lançamentos deslocados para meados da Primavera, com todo o destaque na Imprensa que eles tem direito.


Jack Bruce é um desses artistas

Em 52 anos de carreira, ele sempre foi sinônimo de integridade e excelência musicais.

Desde o início, em 1962, na noite londrina, tocando no lendário grupo Alexis Korner Blues Incorporated.

Passando pelo Cream, ao lado de Eric Clapton e Ginger Baker, onde, em 1966, definiu o conceito de power-trio e estabeleceu as bases do blues-rock.

E culminando num trabalho solo multifacetado, explorando as formações as mais diversas -- às vezes com músicos de jazz, outras vezes com músicos de rock, às vezes pilotando seu contrabaixo, outras vezes simplesmente sentado ao piano, mas sempre soltando sua voz privilegiadíssima.

Jack esteve aqui no Brasil dois anos atrás com essa banda repleta de músicos jovens na foto abaixo e deixou todo mundo boquiaberto com o vigor musical renovado de sua música.



Nesses últimos 45 anos, Jack Bruce vem gravando discos nada óbvios, nada fáceis e sempre surpreendentes.

Mas dessa vez, com 'Silver Rails" (Esoteric Antenna Records), a surpresa veio curiosamente pela contramão.

É um disco envolvente, coeso, sereno e repleto de canções que grudam nos ouvidos após a primeira audição.

Gravado nos Estúdios Abbey Road com o apoio luxuoso de guitarristas amigos como Phil Manzanera, Robin Trower e John Medeski, "Silver Rails" é o disco mais descomplicado de Jack Bruce desde seu trabalho de estréia, "Songs From A Tailor", de 1969.

Taí um sério candidato a melhor LP deste ano.


"Silver Rails" é, antes de mais nada, uma impecável coleção de canções de um grande artista inglês que, aos 72 anos de idade, está indiscutivelmente no melhor momento de sua longa carreira.

Detalhe para a belíssima capa, inspirada na de "Time Out", LP clássico do Dave Brubeck Quartet, mas que ostenta um mural de Sacha Jafri ao invés da clássica tela de Miró.

E isso, acreditem, é a cara de Jack Bruce.


WEBSITE OFICIAL
http://www.jackbruce.com/

DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/jack-bruce-mn0000152312/discography

AMOSTRAS GRÁTIS