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sexta-feira, agosto 31, 2012

JOEY DEFRANCESCO E LARRY CORYELL RESGATAM UMA GRANDE TRADIÇÃO DO JAZZ


Joey DeFrancesco é uma das figuras mais curiosas da cena jazzística da Costa Leste americana.

Filho do lendário organista Papa John DeFrancesco, que tocou muito tempo com os Irmãos Dorsey e também com algumas das figuras mais vibrantes do bebop nos anos 40, 50 e 60, ele descobriu o Hammond B-3 ainda criança e decidiu seguir os passos de seu pai, que o escolou ainda adolescente na cena jazzística da Philadelphis e da Tri-State Area, composta pelos Estados de New Jersey, New York e Connecticut;

Por conta disso, seu estilo oscila entre o soul e o blues jazzificados de Jimmy Smith e Les McCann e o bebop desenfreado de Larry Young.

Graças a toda essa versatilidade, Joey DeFrancesco conseguiu promover um verdadeiro renascimento na utilização do Hammond B-3 no jazz -- isso numa época em que parecia haver espaço apenas para pianistas ou então pilotos de sintetizadores e emuladores de outros instrumentos.



Sua carreira, tanto como artista solo quanto como sideman, já tem quase 25 anos, e é extremamente bem sucedida.

Sempre teve predileção por trabalhar com guitarristas, e seus parceiros mais contumazes tem sido craques do gabarito de John McLaughlin, Pat Martino e John Scofield, sem contar o saudoso Danny Gatton.

Seus discos recentes para a Concord e para a High Note alternam projetos totalmente originais, com canções próprias, com discos tributo com releituras muito inusitadas para as obras de artistas tão díspares quanto Frank Sinatra, Horace Silver e, pasmem, Michael Jackson.

Acredite: são todos muito interessantes, e altamente recomendáveis.


"Wonderful! Wonderful!", o mais recente deles, é, no mínimo, surpreendente, pois reúne DeFrancesco com dois veteranos gabaritadíssimos: o guitarrista Larry Coryell e o baterista Jimmy Cobb.

Juntos, eles passeiam de forma extremamente descontraída por um repertório que alterna clássicos do jazz -- como "Five Spot After Dark" (de Benny Golson), "Wagon Wheels" (de Sonny Rollins) e "Solitude" (de Duke Ellington) -- com canções melosas de décadas pessadas, como "Love Letters", grande sucesso de Nat King Cole, e a faixa título, clássico do repertório de Johnny Mathis.

A combinação soa um pouco indigesta à primeira vista, mas funciona.

E isso acontece em parte graças ao ecletismo de Coryell, que desfila com uma guitarra semi-acústica limpa e totalmente straight-ahead, à moda de seus mestres Charlie Christian e Barney Kessel, que fornece o contraponto perfeito aos ataques de Joey nas teclas de seu Hammond B-3.



O que mais impressiona em "Wonderful! Wonderful!" é que, por mais excessivos que possam parecer os diálogos guitarra-órgão entre Coryell e DeFrancesco, em momento algum eles soam cansativos, graças ao ecletismo do repertório e à estranha -- e especialíssima -- combinação de talentos desse trio.

Só por curiosidade, acabo de escutar o disco de Joey deFrancesco com Danny Gatton, gravado 20 anos atrás, e é inegável como essa mesma brincadeira, que já vem daqueles tempos, amadureceu e ganhou proporções espetaculares ao longo do anos.

Portanto, se você gosta do som casado do Hammond B-3 com a guitarra no jazz, e não escuta um bom disco com esse perfil há muito tempo, prepare-se para embarcar num resgate emocional irresistível de uma das tradições mais gloriosas do jazz.

Acredite: o nome "Wonderful! Wonderful!" não é nenhum exagero no caso desse LP.



BIO-DISCOGRAFIA

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AMOSTRAS GRÁTIS

terça-feira, maio 17, 2011

SENHORAS E SENHORES... BOOKER T JONES


“Minha identidade musical no órgão Hammond B3 surgiu de tanto eu tentar imitar Ray Charles no disco Genius + Soul = Jazz. Cheguei àquela sonoridade de Green Onions meio que acidentalmente.”


“Precisava trabalhar como músico para sobreviver desde cedo. Nunca tive tempo livre para estudar e me tornar um músico de jazz, como Brother Jack McDuff ou Jimmy Smith.”


Booker T & The MG´s acabaram virando o arquétipo das bandas racialmente integradas dos anos 1960, mas o fato de sermos 2 negros e 2 brancos não foi intencional. Todos nós morávamos num bairro pobre que abrigava famílias negras e famílias brancas. Não havia segregação. Antes de sermos brancos e negros, éramos apenas pobres.”


“Quando Booker T & The MG´s explodiu nas paradas americanas, começamos a ser requisitados para tocar em shows de TV, e as pessoas ficavam surpresas. Quase todos achavam que Booker T, o líder da banda, fosse um dos integrantes brancos, nunca um dos negros.”


“Eu adoro ver como as bandas dos talk shows noturnos da TV são moldadas no Booker T & The MG´s. Adoro a banda do Paul Shaffer no Late Show With David Letterman. Somos muito amigos, e o sucesso dele é sinal claro de essa velha fórmula de comandar uma banda a partir de um Hammond B-3 continua viva e funcionando bem.”


LPS BOOKER T & THE MG´S
Green Onions (1962)
Soul Dressing (1965)
And Now... (1966)
In The Christmas Spirit (1966)
Hip Hug-Her (1967)
Get Ready (1968)
Doin´ Our Thing (1968)
Soul Limbo (1968)
Uptight (1968)~
McLemore Avenue (1970)
Melting Pot (1971)
Evergreen (1975)
Union Extended (1976)
Universal Language (1977)
That´s The Way It Should Be (1994)

LPS BOOKER T JONES
Booker T & Priscilla (with Priscilla Coolidge 1971)
Home Grown (with Priscilla Coolidge 1972)
Chronicles (with Priscilla Coolidge 1973)
Try And Love Again (1978)
I Want You (1981)
The Runaway (1989)
Booker In Paris (1996)
Potato Hole (2009)
The Road To Memphis (2011)

WEBSITE OFICIAL
http://www.bookert.com/