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sábado, junho 20, 2020

CHICO MARQUES COMENTA TRÊS LPS QUE CHEGARAM ÀS PRATELEIRAS VIRTUAIS DAS LOJAS IDEM POR ESSES DIAS




ROUGH AND ROWDY WAYS
BOB DYLAN
(Columbia Records)

Antigamente, nos Anos 1960 e 1970, quando uma gravadora lançava no mercado um novo LP de um determinado artista, o processo funcionava assim: primeiro saía um single (compacto), para tocar nas rádios e estender o tapete para a chegada (um ou dois meses mais tarde) do novo LP. Com o lançamento no mercado deste novo LP, saía também um segundo single, que serviria para manter o artista exposto nas programações das rádios por algumas semanas e puxar a vendagem do LP em questão. E então, dependendo da carreira comercial do LP no primeiro mês, surgiam no mercado (e também nas rádios) mais um ou dois singles, visando manter o disco em voga e as vendas constantes, na medida do possível. Tudo isso era medido pela parada semanal da Billboard Magazine, que determinava se a carreira de um determinado LP ainda tinha chão pela frente, ou se já estava encerrada. Com a chegada dos CDs na segunda metade dos Anos 1980, pouca coisa mudou nesse processo. Mas de uns anos para cá, com a chegada dos downloads digitais e das plataformas de streaming, todo esse tradicional aparato promocional ficou pulverizado, e teve que ser completamente repensado. Vejam o caso curioso do novo LP de Bob Dylan, “Rough & Rowdy Ways”, o primeiro desde “Tempest” (2012), e também seu primeiro disco de inéditas pós-Nobel. A carreira dele começou 3 meses antes dele ser lançado, em 27 de Março deste ano, com o lançamento na web do “single” de 17 minutos de duração “Murder Must Foul”, um épico caleidoscópio multifacetado que funciona como um big picture da vida americana moderna pós-assassinato de John F Kennedy. Vinte dias mais tarde, um segundo single chega à web: “I Contain Multitudes”, um número intenso e contundente que funciona como um flerte aberto com a morte – o que certamente não surpreendeu aos que tem acompanhado seus discos neste novo século, como “Time Out Of Mind” e “Love & Theft”. Vinte dias mais tarde, surge na web um terceiro single, ‘False Prophet”, um blues meio hipnótico que fala sobre ética e abdução mental. E então, nesta última sexta feira, dia 19 de Junho de 2020, finalmente “Rough & Rowdy Ways” vê a luz do dia, nos formatos CD, LP e download digital. Comecei a ouvir as canções do disco que ainda não conhecia na manhã deste sábado, poucas horas atrás, e estou confesso estar muito impressionado com a pegada forte das canções. A maioria delas fala sobre a morte. Às vezes de forma jocosa, como em “My Own Version Of You”. Outras vezes de forma asustadora, como em “Black Rider”. Às vezes com alguma ternura, como em “I’ve Made Up My Mind To Give Myself To You”. Ou ainda com altivez e gratidão, como no blues “Goodbye Jimmy Reed”. Talvez eu não devesse estar escrevendo sobre “Rough and Rowdy Ways” depois de apenas duas audições. Talvez seja muito cedo para isso. Talvez seja leviano da minha parte avaliar assim um trabalho que levou 8 anos para ser realizado. Mas, francamente, apesar de serem discos bem diferentes, eu diria que vale para esse soturno “Rough & Rowdy Ways” a mesma coisa que eu escrevi oito anos atrás sobre o catártico “Tempest” aqui mesmo em ALTO&CLARO: “Algumas dessas canções são extremamente emocionantes. Outras, de uma truculência ímpar. Impossível ficar indiferente a qualquer uma delas. Enquanto está na estrada, Dylan sabe exatamente qual o seu lugar no mundo como cidadão. Já quando se recolhe, ele solta a imaginação e se transforma numa versão vintage rocker de Próspero, da peça derradeira de William Shakespeare. É inevitável: todo grande artista vira Próspero depois dos 70 anos. Não perdendo a generosidade, está tudo certo...”. É isso por enquanto. Mergulhem de cabeça nesse belo disco de maturidade desse grande artista. Vale a pena.


PICK ME UP OFF THE FLOOR
NORAH JONES
(Blue Note Records)

Parece que foi ontem, mas já faz 18 anos que Norah Jones surgiu na cena musical como a artista pop-jazz crossover definitiva no já lendário LP “Come Away With me”, uma combinação musical exuberante que deixou crítica e público absolutamente rendidos diante da beleza musical da filha americana do mestre musical indiano Ravi Shankar. Desde então, Ms. Jones vem testando os limites de seu talento, gravando LPs sob várias orientações musicais muito distintas, fazendo shows pelo mundo inteiro e até atuando em filmes de tempos em tempos. Em 2016, no entanto, ao lançar seu 6º LP, “Day Breaks”, ela decidiu voltar ao ponto de partida e repetir (mais ou menos) a fórmula de seu vitorioso LP de estreia, para tomar fôlego antes de alçar novos vôos musicais. E agora, quatro anos mais tarde, ela retorna com um LP menos coeso que o anterior, mas com uma atitude multifocal em termos musicais. “Pick Me Up Off The Floor” é uma colcha de retalhos deliciosa que mostra todas as experiências musicais que Norah vem testando desde 2016, devidamente intercaladas com números musicais que soam familiares a seu admiradores (entre os quais eu me incluo). É um disco inquieto, meio bipolar, mas sempre brilhante. Quem mais, além de Norah, seria capaz de mesclar violinos celtas com percussão hip-hop, como ela faz em “Were You Watching”? Suas duas colaborações com Jeff “Wilco” Tweedy neste disco são duas aulas de delicadeza musical. “I’m Alive” é quase um gospel, e funciona como uma saudação a todas as mulheres vítimas de maus tratos pelo mundo afora. E ”Heaven Above” fecha o disco como se fosse um lullaby cósmico, saudando o Universo a partir de uma ótica profundamente feminina. Portanto, nunca esperem “mais do mesmo” quando estiverem diante de um novo trabalho de Norah Jones. Melhor esperar sempre pelo inesperado. É o que ela sabe fazer de melhor.


IN A ROOMFUL OF BLUES
ROOMFUL OF BLUES
(Alligator Records)

Quando o Roomful Of Blues lançou seu primeiro LP na Island Records, com produção do lendário Doc Pomus, em 1977, ninguém entendeu nada. O que fazia aquela banda poderosa de Jump Blues, Kansas City Jazz e Chicago Blues numa gravadora especializada em artistas de reggae e de rock¿ Pior: como é que uma banda desse quilate foi aparecer justamente em Rhode Island, um dos Estados mais inexpressivos da União em termos musicais¿ Era bastante intrigante. Mas bastava alguém botar o disco deles para tocar e desistir imediatamente de tentar dar relevância a esses detalhes geográficos. Roomful Of Blues era uma banda vigorosíssima, comandada (então) pelo grande guitarrista Duke Robillard, com um naipe de metais arrebatador, e que servia de “banda cavalo” para grandes artistas de jazz e de blues que viessem a trabalho (sem banda) pela região da Nova Inglaterra. Quando gravaram esse primeiro disco mencionado há pouco, já tinham 10 anos de carreira, eram muito conhecidos entre os artistas e sempre recomendados como banda de apoio – caso semelhante ao de duas outras “bandas cavalo” muito conhecidas: os texanos The Fabulous Thunderbirds e os californianos The Blasters. Roomful of Blues gravou discos sensacionais, ganhou prêmios aos montes, correu o mundo inteiro com seu blend musical único, e só não foi mais longe porque nunca teve menos de 8 integrantes, o que tornava o show deles um tanto quanto caro. “In A Roomful Of Blues” é seu 19º álbum, o sexto na Alligator Records, e é tão suingado e tão relevante quanto aquele longínquo disco de estreia de 43 anos atrás, só que alternando os sotaques musicais clássicos que notabilizaram a banda com incursões por sonoridades mais modernosas -- atitude que Mr. Vachon vem tomando desde que assumiu o comando da banda 22 anos atrás, para que o Roomful Of Blues jamais corresse o risco de virar um Nostalgia Act e pudesse seguir conquistando novos admiradores a cada show que faz, e a cada disco que grava. Esse aqui é, certamente, o disco com menos covers de toda a longa discografia da banda -- temos apenas 3 covers, contra 10 originais da banda. Na medida em que não gravavam há quase 10 anos, com certeza deviam ter canções de sobra para este e sabe-se lá para mais quantos novos discos. Se eu tivesse que destacar alguns números em especial, escolheria a divertidíssima “Phone Zombies”, a tétrica (e também divertidíssima) “Carcinoma Blues” e a contundente faixa título, todas de autoria de Chris Vachon, compositor de mão cheia. Graças a ele, o Roomful Of Blues permanece com sua essência intacta, renovado o suficiente para poder encarar novas aventuras musicais sempre muito divertidas, como esta aqui. Eu, que sou admirador da banda de longa data, confesso que estava morrendo de saudades. Bem vindos de volta, rapazes.



Chico Marques é um iconoclasta
desde a mais tenra idade.
Nascido em Santos em 1960,
estudou Literatura Inglesa
na Universidade de Brasília,
atuou como publicitário
e foi produtor musical
em emissoras de rádio e TV.
Vive na Polinésia Francesa,
onde trabalha como editor
de THE BORA BORA REVIEW
e de ALTO&CLARO.



quinta-feira, maio 24, 2018

O POETA ROQUEIRO QUE GANHOU O NOBEL FICA MAIS VELHO HOJE



Não existe – e nunca existiu, e talvez nunca mais venha a existir – nada na música popular americana que se compare a Bob Dylan. Em grandeza poética, existencial, musical…não adianta, qualquer comparação com qualquer outro artista se revela inútil nesse caso.

Nasceu em Hibbing, Minnessota, em 24 de Maio de 1941, há 65 anos. Desde criança já era bem diferente de seus colegas de escola. Na adolescência, gostava de motos, Marlon Brando, literatura, rock and roll, e virava as madrugadas cometendo um pecado mortal para um judeu caipira americano: ouvindo estações de rádio negras de Chicago especializadas em blues, cujas ondas alcançavam a distante região de Minnessota graças ao fabuloso espelho d’água dos Grandes Lagos do Meio-Oeste americano.

Não demorou muito até ele perceber que Hibbing não era grande o suficiente para ele, e zarpou para Nova York, onde começou a cantar em bares no Greenwich Village ao lado de alguns grandes heróis musicais seus – mestres do blues como Lonnie Johnson, Sonny Terry, Little Junior Parker e Jimmy Reed, e do folk moderno como Fred Neil e Dave Van Ronk.

Enquanto seus dotes como músico floresciam, sua poesia ganhava força, e esses dois fatores unidos acabaram chamando a atenção de John Hammond, o grande descobridor de talentos da Columbia Records, que não sossegou enquanto não arrumou um contrato para ele gravar um disco.

Seu primeiro disco, de 1961, apresentava canções de vários artistas, principalmente de Woody Guthrie, com certeza a influência mais forte naquele momento de sua carreira, e foi um sucesso estrondoso nos círculos folk. De um momento para outro, Dylan virou uma estrela no gênero, Isso aconteceu de forma mais intensa logo após o lançamento de seu segundo disco, “The Freewheelin’ Bob Dylan”, só com canções próprias, e ficou mais forte ainda após o lançamento do terceiro, “The Times They-re A-Changin’”.

Por volta de 1964, não havia na América um cantor folk mais sintonizado com sua época e com uma poesia tão forte e imagética quanto ele. Daí em diante, sua fama passou a seguir bem além dos círculos folk. Aos poucos os limites estreitíssimos desse gênero começaram a virar uma prisão.

Foi quando que Bob Dylan ensaiou a grande virada musical na sua carreira – a mais contundente de toda a a história da música popular americana. É um pouco difícil para as novas gerações entender a importância desse ato naquele momento histórico, mas Dylan resolveu que estava na hora de deixar o violão e os palcos do Village de lado, e pegar uma guitarra elétrica para se comunicar com o público do rock and roll, que crescia absurdamente na América por conta da explosão da contracultura em meados dos anos 60.

Ao contrário das platéias folk, que abominavam o rock and roll, Dylan adorava – cresceu ouvindo Elvis, Chuck Berry e Little Richard. E, à revelia das expectativas das platéias folk, resolveu de uma hora para outra virar um artista de rock and roll.

A reação dos velhos fãs foi extremamente truculenta. Dylan entrou empunhando uma guitarra Fender e acompanhado pela Paul Butterfield Blues Band no Newport Folk Music Festival, em 65, e levou as primeiras grandes vaias da sua vida. Vaias intermináveis, seguidas de uma debandada geral na platéia, inconformada com a transformação radical de seu grande herói.

Mas, na medida em que as platéias folk o abandonavam, as platéias roqueiras ganhavam o porta-voz dos anseios de toda uma geração e de toda uma época. Ele rapidamente se transformou no artista de rock and roll número um da América, com discos magníficos como “Bringin’ It All Back Home”, “Highway 61 Revisited” e principalmente “Blonde On Blonde”, que traziam canções poderosíssimas como “Subterran Homesick Blues”, “Like A Rolling Stone”, “Rainy Day Women” e “Just Like A Woman”.De repente, Dylan some da cena novamente. Motivo: um acidente de motocicleta, bastante grave. Sua recuperação foi muito lenta. Por conta disso, ele seguiu para a cidade de Woodstock, no estado de Nova York, alugando uma casa cor de rosa com um porão enorme onde montou um estúdio de gravação. Que acabou virando um hotel para músicos amigos que passavam os dias tocando com ele.

Como o engenheiro de som e produtor Rob Fraboni havia se mudado para lá, e gravava tudo o que rolava, o resultado dessas sessões foi selecionado e enviado à Columbia Records, que recusou os tapes alegando que eles eram pouco comerciáveis e rústicos demais.

Curiosamente, essas gravações vieram à tona no início dos anos 70 em discos piratas disputadíssimos, que venderam um milhão de cópias, o que deve ter matado os executivos da Columbia de ódio. Dylan não se importou com isso. Achou ótimo. Até porquê daí em diante a Columbia nunca mais iria recusar nenhum disco dele, fosse o que fosse.

Depois desse período de reclusão, gravou uma sequência genial de LPs -- “John Wesley Harding”, “Nashville Skyline” e “New Morning --, onde flerta abertamente com a country music, e, de quebra, com várias outras modalidades musicais americanas tradicionais. E então fez questão de embarcar num projeto do cineasta Sam Peckinpah, o filme “Pat Garrett & Billy The Kid”, onde estreou como ator e como compositor de trilhas sonoras.

Por volta de 1973, ele, que não fazia uma tournée há cinco anos, caiu na estrada novamente. E o melhor de tudo: conseguiu convencer seus velhos companheiros das sessões de gravação na casa cor de rosa em Woodstock a ser novamente sua banda de apoio numa longa tournée. Detalhe: esses velhos companheiros, ilustres desconhecidos em 1968, eram agora The Band, a banda mais prestigiada da América, e eles toparam a brincadeira.

Primeiro gravaram um disco belíssimo de estúdio juntos – “Planet Waves”—e depois brilharam nos palcos da América – e essa tournée vitoriosa está registrada no magnífico album ao vivo “Before The Flood”. Com isso, Dylan fez mais uma grande reentrada na cena musical americana. Gravou discos belíssimos como “Blood On The Tracks”, “Desire” e “Street Legal”, e passou a engatar uma tournée na outra, levando uma vida nômade.

Essas tournées eram louquíssimas. A “Rolling Thunder Revue”, por exemplo, correu a América toda em 1976 com um elenco de grandes estrelas passando só por cidades pequenas, com shows mambembes montados em cinemas e praças públicas.

Já na tournée seguinte, Dylan veio acompanhado por uma pequena orquestra de soul music, para trazer aos palcos o clima carregado do belíssimo disco "Street Legal".

E depois disso teve ainda o flerte de Dylan ao cristianismo, que deixou a comunidade judaica americana perplexa por dois anos e 3 discos de temática gospel, decorrente de um perído extremamente sombrio em sua vida pessoal.

O mundo inteiro aplaudiu o retorno de Dylan ao ceticismo judaísmo habitual em discos brilhantes como “Infidels”, Ëmpire Burlesque” e “Oh Mercy”, e novas tournées acompanhado pelo Grateful Dead e por Tom Petty & The Heartbreakers. Sem contar a belíssima sequência de discos que vieram a seguir:“Time Out Of Mind”, “Love And Theft”, "Modern Times" e “Tempest”. Enquanto isso, ele segue em frente com sua “The Never Ending Tour”, em cartaz há dez anos pelo mundo todo, sempre alternando apresentações em casas de porte médio em grandes cidades com apresentações em clubes no interior, como já havia feito na lendária "Rolling Thunder Revue", em 1976. No melhor estilo cigano. No melhor momento de sua longa carreira. Aos 77 anos de idade.

Isso é Bob Dylan. Dele, esperem sempre o inesperado. (Chico Marques)


ÁLBUNS DE ESTÚDIO

ÁlbumAnoPosições[1][2]Certificações
US 200UK AlbumsU.S.[3]CAN[4]
Bob Dylan196213
The Freewheelin' Bob Dylan19632211 Platina
The Times They Are a-Changin'19642015 Ouro
Another Side of Bob Dylan1964438 Ouro
Bringing It All Back Home196561 Platina
Highway 61 Revisited196534 Platina Ouro
Blonde on Blonde196693 2× Platina
John Wesley Harding196721 Platina
Nashville Skyline196931 Platina Ouro
Self Portrait197041 Ouro
New Morning197071 Ouro
Pat Garrett & Billy the Kid19731629 Ouro
Dylan19731710 Ouro
Planet Waves197417 Ouro
Blood on the Tracks197514 2× Platina Platina
The Basement Tapes197578 Ouro
Desire197613 2× Platina Platina
Street Legal1978112 Ouro Platina
Slow Train Coming197932 Platina 2× Platina
Saved1980243
Shot of Love1981336
Infidels1983209 Ouro Ouro
Empire Burlesque19853311 Ouro
Knocked Out Loaded19865435
Down in the Groove19886132
Oh Mercy1989306 Ouro
Under the Red Sky19903813
Good as I Been to You19925118
World Gone Wrong19937035
Time Out of Mind19971010 Platina Ouro
Love and Theft200153 Ouro
Modern Times200613 Platina Platina
Together Through Life200911
Christmas in the Heart200911
Tempest201233
Shadows In The Night201571
Fallen Angels2016

ÁLBUNS AO VIVO

ÁlbumAnoPosições[1][2]Certificações
US 200UK AlbumsU.S.[3]CAN[4]
Before the Flood197438 Platina
Hard Rain1976173 Ouro
Bob Dylan at Budokan1979134 Ouro Ouro
Real Live198411554
Dylan & The Dead19893738 Ouro
The 30th Anniversary Concert Celebration199340
MTV Unplugged19952310 Ouro
Live 1961-2000: Thirty-Nine Years of Great Concert Performances (Japão)2001
Live at the Gaslight 19622005
Live at Carnegie Hall 19642005

THE BOOTLEG SERIES


ÁlbumAnoPosições[1][2]Certificações
USUKU.S.[3]CAN[4]
The Bootleg Series Volumes 1–3 (Rare & Unreleased) 1961–199119914932 Ouro
The Bootleg Series Vol. 4: Bob Dylan Live 1966, The "Royal Albert Hall" Concert19983119 Ouro
The Bootleg Series Vol. 5: Bob Dylan Live 1975, The Rolling Thunder Revue20025669 Ouro
The Bootleg Series Vol. 6: Bob Dylan Live 1964, Concert at Philharmonic Hall20042833
The Bootleg Series Vol. 7: No Direction Home: The Soundtrack20051621 Ouro
The Bootleg Series Vol. 8: Tell Tale Signs (Versão dupla)200869
The Bootleg Series Vol. 8: Tell Tale Signs (Versão Deluxe)2008
The Bootleg Series Vol. 9: The Witmark Demos: 1962–196420101218