quarta-feira, julho 11, 2012

O BLUESMAN SONNY LANDRETH RETORNA NUM ÁLBUM INTEIRAMENTE INSTRUMENTAL


A essa altura do campeonato, é pouco provável que algum aficcionado em blues ainda não conheça -- e não admire muito -- o trabalho do fabuloso guitarrista de Lafayette, Louisiana,

Landreth é uma unanimidade no meio musical.

Como sideman, é o guitarrista que sempre providencia o toque que faltava nos trabalhos de artistas de primeiro time -- como seus amigos John Hiatt, Mark Knopfler e Jimmy Buffett, além do pessoal do grupo Little Feat.

Como artista solo, é um guitarrista dono de um estilo absolutamente único, que mescla o fingerpickin´ do rockabilly com técnicas de slide guitar dos bluesman clássicos. Só que, assim como Knopfler, ele usa sempre todos os dedos de sua mão direita, o que dá um toque jazzístico a seu blend musical de blues, zydeco, cajun, e tudo mais que quiser mergulhar em seu cozido musical à moda da Lousiana.

Como compositor, Sonny é muito bom.

Como cantor, ele até que dá para o gasto.

Já como band-leader, Sonny Landreth é um craque absoluto.

Prova irrefutável disso é a consistência impressionante de seu trabalho solo, em 10 LPs prestigiados por crítica e público que vem gravando de 1973 para cá -- primeiro para selos obscuros da Louisiana e depois para selos independentes prestigiados como Zoo Records, Sugar Hill Records, e agora para a Land Fall Records.


"Elemental Journey" é seu décimo-primeiro LP, e o seu primeiro totalmente instrumental.

Não é um disco de blues.

É um daqueles trabalhos que desafiam classificações mercadológicas.

E é tão eloquente e elegante que deve deixar mesmo fãs de blues mais ortodoxos sem saber como fazer para torcer o nariz para uma aventura musical tão ensolarada e tão delicada.

Tem de tudo um pouco em "Elemental Journey". Desde guitarradas relativamente comedidas ao lado de amigos escandalosos, como Joe Satriani e Eric Johnson, até arranjos muito melódicos -- do trio Steve Cann (teclados), Brian Brignac (bateria) e David Ranson (baixo) -- que ganham texturas musicais densas com o apoio luxuoso da Acadian Symphony Orchestra, prata da casa lá de Lafayette, Louisiana.

E funciona.

Ao longo de seus quarenta e cinco minutos de duração, em momento algum "Elemental Journey" soa arrastado ou tedioso.

É um disco de banda. Conciso. Bem focado musicalmente. Nem parece trabalho solo de guitarrista. Às vezes lembra um pouco certos temas instrumentais de Joe Walsh em seus discos solo nos anos 70 e 80, o que não deixa de ser uma referência um tanto quanto curiosa..


Quem gosta de exageros na guitarra, talvez não se sinta muito à vontade com "Elemental Journey".

É um trabalho muito diferente do habitual de Sonny Landreth.

Mas um trabalho que só o engrandesce em termos musicais.

Eu, pessoalmente, sempre vou preferir Sonny mergulhando de cabeça no blues centenário de seus mestres com sua abordagem musical única e seu tempero bem apimentado -- até porque não existe hoje guitarrista branco de blues mais gabaritado do que ele nos Estados Unidos.

Mas imagino que para Sonny Landreth seja interessante manter portas abertas para os mais diversos segmentos de público, e abraçar desde os aficcionados em Robert Johnson e Skip James, passando por Chet Atkins e Scotty Moore, até chegar nos devotos de Joe Satriani e Eric Johnson.

Está no ramo há 40 anos, deve saber bem onde está pisando.


BIO-DISCOGRAFIA
http://www.allmusic.com/artist/sonny-landreth-mn0000044994

WEBSITE PESSOAL
 http://www.sonnylandreth.com/

AMOSTRAS GRÁTIS

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