Mostrando postagens com marcador Townes Van Zant. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Townes Van Zant. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, maio 19, 2011

SENHORAS E SENHORES... EMMYLOU HARRIS


“Demorei muito até me sentir segura como compositora. Algumas dessas canções que estou gravando agora foram compostas 20, 25 anos atrás, e depois abandonadas. É engraçado resgatar canções que pareciam perdidas para sempre.”


“Ao contrário da maioria das mulheres que eu conheço, não consigo fazer duas ou mais coisas ao mesmo tempo. Talvez por isso tenha demorado tanto a me afirmar como compositora. Não consigo compor quando estou em tournée, ou fazendo alguma outra coisa. Preciso parar tudo e dizer: Pronto, agora é hora de compor.”


“Muitas canções que eu cantava nos anos 1970 eu não consigo cantar mais, pois deixaram de fazer sentido. Não combinam mais comigo a essa altura da vida. Mas outras, como Pancho & Lefty de Townes Van Zandt, ou Evangeline de Robbie Robertson, ou ainda as canções de Gram Parsons... essas eu pretendo continuar cantando até sair de cena.”


“Me sinto muito orgulhosa de ter ajudado a revelar novos talentos como Gilliam Welch e Patti Griffin, gravando as canções delas antes de qualquer outra artista, e as chamando para abrir meus shows. É uma via de mão dupla, faz bem a ambas as partes envolvidas. Para mim, é sempre um prazer e um privilégio conviver com gente talentosa.”


“Eu me sinto muito bem por estar viva, gravando discos e na estrada há mais de 40 anos. Vi muitos amigos se perderem nessa estrada. Não me sinto uma sobrevivente. Sou é muito teimosa. Aprendi desde cedo a me precaver contra as doenças da estrada. Não dou sopa para o azar.”



LPS EMMYLOU HARRIS
Gliding Bird (1968)
Pieces Of The Sky (1975)
Elite Hotel (1976)
Luxury Liner (1977)
Quarter Moon In A Ten Cent Town (1978)
Blue Kentucky Girl (1979)
Light Of The Stable (1979)
Roses In The Snow (1980)
Evangeline (1981)
Last Date (1982)
White Shoes (1983)
The Ballad Of Sally Rose (1985)
Thirteen (1986)
Angel Band (1987)
Trio (with Linda Ronstadt & Dolly Parton 1987)
Bluebird (1989)
Brand New Dance (1990)
At The Ryman (1992)
Cowgirl´s Prayer (1993)
Wrecking Ball (1995)
Trio II (with Linda Ronstadt & Dolly Parton 1996)
Spyboy (1998)
Western Wall (with Linda Ronstadt 1999)
Red Dirt Girl (2000)
Stumble Into Grace (2003)
All The Roadrunnin´ (with Mark Knopfler 2006)http://www.blogger.com/img/blank.gif
Real Live Roadrunnin´ (with Mark Knopfler 2006)
All I Intended To Be (2008)
Hard Bargain (2011)

WEBSITE OFICIAL
http://www.emmylouharris.com/

sexta-feira, maio 06, 2011

PETER CASE E STEVE EARLE: OUTSIDERS, GRAÇAS A DEUS! (por Chico Marques)



Até meados dos anos 60, o mundo da música funcionava assim: cantor cantava e compositor compunha.

Os compositores trabalhavam nos escritórios das editoras que publicavam suas canções. Davam duro para abastecer os cantores contratados pelas gravadoras. Ao contrário de Nashville ou Los Angeles, onde compositores trabalham em casa, havia em Nova York um lugar mítico chamado Tin Pan Alley, próximo ao Brill Building da CBS, que reunia a maioria desses escritórios – que, por sinal, desapareceram quase por completo no final dos anos 1960, quando compositores dos mais diversos gêneros se rebelaram e decidiram que podiam muito bem cantar e gravar suas próprias canções. E foi aí que todo mundo descobriu como eram as caras de John Prine, Kris Kristofferson, Carole King, Barry Mann, James Taylor, Jackson Browne, Warren Zevon e tantos outros que sempre tiveram seus nomes escritos em letras bem pequenas nos discos, logo abaixo dos títulos das canções.

Com o passar do tempo, as novas gerações de cantores-compositores perceberam que tinham uma condição privilegiada dentro da Indústria Fonográfica -- que sempre precisava deles para eventualmente abastecer um ou outro artista recém-inventado na sala de algum executivo. Para muitos jovens cantores-compositores que participavam de bandas, essa era a garantia de que, caso a banda falhasse e fosse dispensada da gravadora, haveria a chance de permanecer contratado como artista solo.


É o caso de Peter Case, e também o de Steve Earle, dois dos cantores-compositores mais admiráveis da cena americana dos últimos 25 anos. Apesar de musicalmente muito diferentes, possuem muito mais em comum do que aparentam. Ambos nasceram em 1954. Ambos são meio folk singers, meio rock and rollers. Ambos estrearam solo em 1986 com LPs sensacionais que constam da maioria das listas dos melhores da década de 1980 nos Estados Unidos. Ambos foram alvo de grandes apostas da parte de Indústria Fonográfica e acabaram descartados por ela -- para depois ressurgir na cena alternativa, onde permanecem firmes e fortes até hoje. Ambos são cristãos fervorosos. E, para completar o quadro, são também romancistas e possuem vários livros publicados.


Peter Case sabia desde cedo que queria ser cantor e compositor. Teve várias bandas nas escolas que frequentou, em Buffalo, New York. e sempre que podia dava um jeito de subir com seu violão nos palcos dos clubes folk da cidade. Assim que se emancipou, mudou de mala e cuia para a Califórnia, onde virou músico itinerante, circulando entre San Francisco e San Diego e participando de várias bandas. Uma das canções que gravou com o grupo The Nerves, “Hanging On the Telephone”, recebeu um cover do Blondie, e estourou nas paradas americanas. Infelizmente, The Nerves implodiu antes de poder tirar proveito do feito, mas Case conseguiu capitalizar isso a favor de sua banda seguinte, The Plimsouls, que rapidamente se transformou num dos atos mais disputados na cena de Los Angeles do início dos anos 1980 -- e acabou abençoado pelo produtor Richard Perry em dois ótimos LPs de estúdio e um ao vivo melhor ainda.


Sua carreira solo conseguiu superar ainda mais essas espectativas iniciais, numa seqüência de álbuns brilhantes e sempre inusitados, primeiro para a Geffen e depois para a independente Vanguard, onde deixou claro para todos que era um dos melhores compositores americanos, assim como um excelente cantor, um bom guitarrista e um tremendo gaitista. Gosta de definir sua música como “folk tribal”. Entre seus fãs confessos, nada menos que Allen Ginsberg, T-Bone Burnett e Bruce Springsteen.


Seu novo trabalho, “Wig!”, é surpreendente. É o primeiro LP que ele grava depois de uma delicadíssima cirurgia do coração, onde tinha poucas chances de sobreviver. Quem esperava música tranqüila e sossegada, quebrou a cara. Case voltou mais roqueiro e mais elétrico do que nunca, em blues e rocks bem sujos, sem marcação de contrabaixo, acompanhado apenas pelo guitarrista Ron Franklin e pelo baterista D J Bonebreak, do lendário grupo X. O resultado final é brilhante, cru ao extremo, e muito divertido – tem até uma releitura bem palhaça para “Old Blue Car”, single de sucesso de seu primeiro ábum solo, gravado 25 anos atrás. Totalmente gravado ao vivo em estúdio, “Wig!” é cativante da primeira à última faixa, e possui uma urgência típica de quem andou brigando pela vida e quase a viu escapar pelas suas mãos de bobeira. Uma aula exemplar de rock and roll, blues, jogo de cintura, bom humor e tudo mais que vocês quiserem...


Steve Earle também sabia desde cedo que queria ser cantor e compositor. Nascido em Vancouver, mas criado em San Antonio, no Texas, era fascinado pelo trabalho de Townes Van Zant, e iniciou sua carreira aos 16 anos nos clubes de Houston. A conselho do próprio Townes, que acabou virando seu amigo, Steve foi tentar a sorte em Nashville, e teve boa acolhida na banda de Guy Clark, tanto como guitarrista quanto como compositor. Estreou solo com “Guitar Town”, um disco de rockabilly que foi execrado pela comunidade musical de Nashville mas ganhou fãs incondicionais na cena roqueira americana, na época entusiasmada com artistas country desalinhados como Dwight Yoakam e Lyle Lovett. Oscilou anos e anos entre essas duas cenas musicais. Casou uma dezena de vezes, foi em cana outra dezena de vezes – por posse de heroína, por bater em seus próprios seguranças e por não pagar várias pensões alimentícias --, mas desde 1995 tomou vergonha na cara. Largou as drogas, casou (e sossegou) com a cantora Allison Moorer, e está totalmente dedicado à sua carreira artística, gravando um disco a cada dois anos, escrevendo romances e até trabalhando como ator na premiada série “Treme”, da HBO.


Seu novo trabalho, ‘I´ll Never Get Out Of This World Alive”, é uma homenagem a Hank Williams, que costumava dizer essa frase. Reúne a sua produção dos últimos 4 anos, incluindo duas canções que deu para Joan Baez gravar – “God Is God” e “I Am A Wanderer” – e também “This City”, sobre New Orleans, tema da série “Treme”, com um belo arranjo de metais de Allen Toussaint. Aqui, mais uma vez, Steve une forças ao amigo e produtor T-Bone Burnett, que busca as texturas musicais ideais para a alma texana dessas novas canções – todas compostas em Nova York, onde vive atualmente, bem longe do Estado da Estrela Solitária, e talvez por isso mesmo mais texanas do que nunca. Seu belo dueto com Allison Moorer em “Heaven Or Hell” é simplesmente estupendo, uma das baladas country mais desconcertantes já compostas. Enfim, ‘I´ll Never Get Out Of This World Alive” é um LP tão superlativo e fundamental quanto os anteriores “Transcendental Blues” e “I Feel Alright”. Mesmo quem não gosta de country music não vai conseguir torcer o nariz para mais essa pequena obra prima de Steve Earle.


Cantores-compositores como Steve Earle e Peter Case são mais que menestréis modernos. Eles são o Sal da Terra de qualquer modalidade de Música Popular. Os gêneros e subgêneros musicais passam. Eles permanecem. Sempre possuem a cara do seu tempo. E, vez ou outra, deixam legados que as gerações seguintes não cansam de redescobrir.

Agora, privilégio mesmo é ser contemporâneo desses caras...



HIGHLIGHTS
PETER CASE - "WIG!"








HIGHLIGHTS
STEVE EARLE - "I´LL NEVER GET OUT OF THIS WORLD ALIVE"





quarta-feira, maio 04, 2011

SENHORAS E SENHORES... STEVE EARLE


“Meu herói musical sempre foi Townes Van Zant. Fugi para Houston, Texas, aos 16 anos para vê-lo tocar. Depois de 2 anos assistindo a todos os shows que ele fazia na cidade -- sem ter coragem de tentar conhecê-lo pessoalmente --, tive o prazer de tê-lo na platéia de um dos meus primeiros shows. Só então nos falamos pela primeira vez. Nos tornamos grandes amigos.”


“É engraçado virar novaiorquino depois de tantos anos circulando pela América. Sempre encerrei minhas tournées aqui, e nunca entendi porque. Agora tudo faz sentido.”


“Tive o prazer de conviver bastante com meus compositores favoritos: Townes, Bob Dylan, John Prine, Guy Clark, John Hiatt... Só lamento não ter idade para ter convivido com Lightnin´ Hopkins e Mance Lipscomb.”


“Allison Moorer é talentosíssima. Nunca imaginei que conviver 24 horas por dia com uma compositora e cantora pudesse ser tão legal e tão divertido.”


‘Eu adoro country music. Mesmo meus discos mais roqueiros tem aquele jeitão “fingerpickin´” de tocar violão. É algo que eu simplesmente não consigo evitar. Aliás, nem quero.”



LPS STEVE EARLE

Guitar Town (1986)
Exit O (1987)
Copperhead Road (1988)
The Hard Way (1990)
Shut Up And Die Like An Aviator (1992)
BBC Radio 1 Live In Concert (1992)
Train A Comin´(1995)
I Feel Alright (1996)
El Corazón (1997)
The Mountain (1999)
Transcendental Blues (2000)
Together At Bluebird Cafe (2001)
Jerusalem (2002)
Just An American Boy (2003)
The Revolution Starts Now (2004)
Live From Austin TX (2004)
Live At Montreux (2005)
Washington Square Serenade (2007)
Townes (2009)
I´ll Never Get Out Of This World Alive (2011)

WEBSITE OFICIAL

http://steveearle.com/